Por Dora Kramer
A saída de José Serra do
PSDB é tida no partido como inevitável. Não que ele tenha comunicado a alguém
essa decisão, mas a conclusão parte de um raciocínio lógico: sem espaço no
partido para ser candidato à Presidência da República, Serra não teria nada a
ganhar ficando nem nada a perder saindo.
Nessa altura da vida não
seria candidato a deputado federal para ajudar o PSDB a aumentar a bancada na
Câmara, conforme uma das hipóteses correntes, e passar quatro anos sendo mais
um dentro de um Parlamento desqualificado. Este mesmo critério vale para a
possibilidade de se candidatar a senador.
A candidatura presidencial
de Aécio Neves está consolidada, salvo algum tipo de imprevisto muito
improvável de acontecer até o início de outubro, data limite para troca de
partido. Ao governo de São Paulo, o espaço está ocupado por Geraldo Alckmin,
que tentará a reeleição.
Diante desse cenário,
concluem políticos próximos a José Serra, a filiação ao PPS seria a opção. Não
havendo remédio, os tucanos analisam que a saída não pode ser vista como uma "tragédia".
Embora uma possível
candidatura presidencial de Serra represente um risco. Se de um lado ajuda a
levar a eleição para o segundo turno, de outro divide o eleitorado tucano e
poder deixar tanto Serra quanto Aécio fora da disputa final. A julgar.
Fonte: "Folha de S.Paulo"
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