Texto instigante, singular e sempre novo de Hilda Hilst aborda a solidão humana
A Caixa Cultural Salvador apresenta aos aficionados por teatro, bem como ao público em geral, o espetáculo “Jozú, O Encantador de Ratos”, que tem como tema central a solidão humana. Aprovado no edital de ocupação da pauta da Caixa para 2010, o espetáculo é baseado na obra de Hilda Hirst, considerada pela crítica especializada uma das vozes mais importantes da língua portuguesa do século XX.
A Caixa Cultural Salvador apresenta aos aficionados por teatro, bem como ao público em geral, o espetáculo “Jozú, O Encantador de Ratos”, que tem como tema central a solidão humana. Aprovado no edital de ocupação da pauta da Caixa para 2010, o espetáculo é baseado na obra de Hilda Hirst, considerada pela crítica especializada uma das vozes mais importantes da língua portuguesa do século XX.
Encenado por Carla Tauz (Foto: Divulgação) e dirigido por Alexandre David, o evento acontecerá no Salão Nobre da Caixa Cultural Salvador em dois finais de semana, no período de sexta-feira, 16, sábado, 17, e domingo, 18, e dias 23, 24 e 25, às 20 horas. O acesso será feito mediante a troca por um quilo de alimento não perecível, na bilheteria a partir das 14 horas dos dias de espetáculo até meia hora antes do seu início. A Caixa Cultural Salvador fica na rua Carlos Gomes, 57, centro e oferece estacionamento gratuito durante as apresentações.
Montado e dirigido como um monólogo a múltiplos personagens, todos assumidos pela atriz Carla Tausz, que acolhe a obra de Hilda Hilst como uma segunda pele, “Jozú, O Encantador de Ratos” é uma fascinante experiência teatral, tanto no que diz respeito à escolha do jogo cênico, quanto à estrutura da sala em si. Esta, como um poço, acolhe os espectadores dentro da realidade sensível do personagem principal. O público assiste de perto, para não dizer dentro de si mesmo, aos inúmeros conflitos sensoriais e afetivos de Jozú ao longo de sua narração. Escolhas e embaraços cotidianos, dúvidas, desejos, angústias e desilusões são despidos de estratagema social e encontram na fala dele a justeza da verdade crua. Jozú atravessa um verdadeiro comboio de sentimentos, passado e presente desembocam e afloram em sua sensível cabeça de homem/menino. A voz e a alma de Hilda estão presentes na montagem deste lindo conto, que narra aos espectadores tudo aquilo que, na verdade, eles sentem e sabem.
SINOPSE
Jozú, figura dramática e ingênua, ganha a vida treinando seu rato de estimação, que é também seu melhor amigo, e visitando com freqüência o interior de um poço seco, onde recebe algumas revelações, nem sempre compreendidas. Totalmente diferenciado e inadaptado, ele é incompreendido pelas pessoas com as quais convive. A peça trata da solidão humana, mas é também uma discussão sobre o direito à diferença e à individualização. Num mundo cada vez mais globalizado, numa época tirânica em que a massificação tenta propositalmente ignorar as diferenças, é cada vez mais importante declarar justamente a existência dessas diferenças.
Carla Tauz, atriz
Carla Tauz é atriz e diretora com formação em 1987, na Casa das Artes de Laranjeiras.
Carla atuou como atriz nos seguintes espetáculos:
"A Última Aula", 1983 - Criação Coletiva - Direção: Maria Vohees; "Guia de Endereços", 1984 - Ruben Fonseca - Direção: Bernardo Jablonski; "O Soldado Fanfarrão", 1985 - Plauto - Direção: Luis Antonio Martinez Correa; "O Anarquista Coroado", 1987 - Antonim Arthaud - Direção: Mauricio Abud - Teatro Cacilda Becker; "Queridos Monstrinhos", 1992 - Paulo Cesar Coutinho - Direção: Leonardo Franco - Teatro da Praia; "Ambulâncias na Contramão", 1995 - Museu da República - Direção: Marcio Vianna - Museu da República; "Farra dos Atores", 1996 – Petrópolis; "Ex-Teatrum", 1996 - Homenagem a Rubens Corrêa - Direção: Marcio Vianna - Casa de Cultura Laura Alvim; "Além da Lenda do Minotauro", 1996 - Direção: Samir Murad - Teatro Cândido Mendes I Encontro Internacional do Corpo na Dança e no Teatro; "Esculpir Mitos", 1997/98 - Direção Alexandre Franco - Teatro Café de la Dance, Casa de Cultura Laura Alvim, Teatro Glória, Teatro Nelson Rodrigues, Teatro Municipal de Niterói, Teatro Sesc Belenzinho - São Paulo; "Jozú, O Encantador de Ratos, 2007/10 - Hilda Hilst – Direção: Alexandre David – Centro Cultural Solar de Botafogo, Teatro Miguel Falabela, Caixa Cultural.
Novelas como atriz: "Carmem", 1987; "Bebê a Bordo", 1988; "Deus nos Acuda", 1992; "Pátria Minha", 1994/1995; "Explode Coração", 1995/1996; "Xica da Silva", 1997; "Linha Direta Justiça - Caso Menguele", 2005; "A Favorita", 2008; "Promessas de Amor", 2009; "Viver a Vida", 2009.
Carla também foi diretora dos espetáculos: "Aurora da Minha Vida", Texto: Naum Alves de Souza; "Felizes Mas Não Para Sempre", Texto: Carla Tausz; "Como Educar Nossos Pais", Texto: Adaptação Carla Tausz; "Romeu e Julieta", Texto: William Shakespeare; "Annie", Texto: Adaptação do filme "Annie" por Carla Tausz; "A Bela Aborrecida", Texto: Paulo César Coutinho; "Alice no País das Maravilhas", Texto: Lewis Carrol; "Casa Comigo, Roupa Lavada", Coletânea de textos de: Woody Allen, Samuel Beckett, David Yves, Alcione Araújo - Adaptação: Carla Tausz; "A Fantástica Fábrica de Chocolate", Texto: Adaptação do longa "A Fantástica Fábrica de Chocolate", por Carla Tausz; "20 Minutos", Texto: Adaptação do longa "Corra Lola Corra", por Carla Tausz; "Mary Poppins", Texto: Adaptação do longa "Mary Poppins", por Carla Tausz; "Atalho", Texto: Livre inspiração do longa "Réquiem Para um Sonho", por Carla Tausz.
Alexandre David, diretor
Alexandre David é diretor, tradutor e ator. Morou na Europa tendo realizado trabalhos com Ariane Mnouchkine (Théâtre du Soleil) e Alain Ollivier em Paris, Simon McBurney, da Cia. Théâtre de Cumplicité, em Londres, Carina Holla, Teatro Físico de Amsterdam, atores da Cia. de Peter Brook: Sotigui Kouyaté, Yoshi Oida, Bruce Myers, além de ter feito o curso Conservatoire National Superieur d'Art Dramatique de Paris. No Brasil trabalhou com Bia Lessa, Gilberto Gawronsky, Moacyr Góes, Luís Carlos Rípper, Ricardo Waddington, Dênis Carvalho, Luís Fernando Carvalho, Wolf Maya, Atílio Riccó, entre outros.
Entre os seus trabalhos de diretor está o espetáculo "Jozú, O Encantador de Ratos", de Hilda Hilst. O jornal "O Globo" definiu a montagem como um "espetáculo iluminado (...) um grande luxo nascido para pequeno frasco."
Na Europa trabalhou no espetáculo de Pina Bausch "Nur Du" ("Somente Você"), no Théâtre de la Ville, em Paris, além dos espetáculos "La Cuisine", de Arnold Wesker com direção de Victor Gaultier, no Théâtre du Conservatoire National Superieur d´Art Dramatique e no Théâtre du Soleil, "L'Ange Noir" ("O Anjo Negro"), de Nelson Rodrigues, com direção assinada por Alain Ollivier nos teatros MC 93 Bobigny e Saint Quentin-en-Yvelines, também na França.
No Brasil foi indicado ao Prêmio Mambembe de Melhor Ator do Ano por sua participação na peça "A Casa da Madrinha", com o Grupo Hombú e direção de Luis Carlos Rípper. Um dos seus trabalhos mais significativos foi a montagem "Pequenos Trabalhos Para Velhos Palhaços", de Matéi Visniec, com direção de André Paes Leme. A peça rodou mais de 40 cidades pelo Brasil além de ter sido apresentada na Europa.
Hilda Hilst, autora
“Deus pode ser uma negra noite escura, mas também um flambante sorvete de cerejas”.
Frase de Hilda, dita ao escritor Caio Fernando Abreu.
Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo considerada uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários a que se propôs - poesia, teatro e ficção.”
Distinguida por vários de nossos mais significativos prêmios literários, presente em numerosas antologias de poesia e ficção, tanto nacionais como estrangeiras, há muito seu nome está incluído nos dicionários de autores brasileiros contemporâneos.
De temperamento transgressor, prezando a liberdade, dona de uma rara beleza e coragem, culta e poeta, Hilda teve uma personalidade marcante e sedutora que ia de encontro aos costumes tradicionais vigentes nos anos 50, criando-se um folclore ao seu redor que, segundo alguns críticos, até chegou a ofuscar a importância de sua obra.
Seu trabalho vem sendo publicado pela Editora Globo e tem sido tema de teses universitárias em nível de pós-graduação e merecido traduções para o francês, inglês, espanhol, alemão e italiano, atraindo a atenção da crítica internacional, que já lhe dedicou artigos no "Le Monde", "L’Infint", "Libération", "The Antigonish Review", "Pleine Marge", entre outros.
Iniciando sua ascese literária como poeta (seu primeiro livro, "Presságio", é de 1950), Hilda Hilst estreou na dramaturgia em 1967, passando a representar o Brasil em festivais de teatro no exterior, entre eles o Festival de Manizales, Colômbia. Também por várias vezes suas peças teatrais, pela excelência do texto, têm sido utilizadas nos exames da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD- USP) e da Unicamp.
Ao iniciar sua ficção, em 1970, com o livro "Fluxo Floema", inaugura também um momento raro na Literatura Brasileira pela vigorosa revitalização da linguagem, que utiliza como meio de desestruturação, reformulação e catarse, para afinal reconstruir a Ideia (o Homem) dentro de novos limites. Seguiram-se vários outros livros no gênero.
Criadora de textos magníficos, em que Atemporalidade, Real e Imaginário se fundem e os personagens mergulham no intenso questionamento dos significados, buscando compreensão, resgate da raiz, encontro do essencial, Hilda retrata sem cessar nossa limitada/ilimitada, frágil e surpreendente condição humana. Segundo o crítico literário Léo Gilson Ribeiro, a ficção de Hilda Hilst “submerge o leitor num mundo intrépido de terror e tremor, de beleza indescritível e de uma fascinante prospecção filosófica sobre o Tempo, a Morte, o Amor, o Horror, a Busca”.
A abrangência de linguagem conseguida por Hilda Hilst, capaz de abarcar o coloquial mais chulo e a poesia mais intensa, alia-se à complexidade do universo da autora, tornando-a uma das mais importantes vozes para descrever, com profunda e comovente fidelidade, a solidão, perplexidade e grandeza do Homem diante do Mundo.
J. L. Mora Fuentes
Ficha técnica:
Texto: Hilda Hilst (conto “O Grande Pequeno Jozú” do livro “Rútilos”, 1993)
Direção: Alexandre David
Elenco: Carla Tausz
Produção local: Selma Santos
Iluminação: Paulo César Medeiros
Figurino, adereço e vídeo-produção: Eloy Machado e Thomas Kaufmann
Espaço cênico: Dudu Garcia
Fotografia: Renato Neto
Coordenação Geral: Carla Tausz
Assessoria de imprensa local: Caixa Cultural Salvador e Davi Nogueira
SERVIÇO:
Espetáculo teatral: “Jozú, O Encantador de Ratos”
Datas: 16 a 25 de julho de 2010, sexta, sábado e domingo
Horário de início: pontualmente, 20 horas;
Local: Salão Nobre da Caixa Cultural Salvador-BA;
Endereço: Rua Carlos Gomes, 57, centro;
Entrada: os ingressos serão trocados por um quilo de alimento não perecível, na bilheteria a partir das 14 horas dos dias de espetáculo
Duração: 60 min
Capacidade: 80 lugares
Classificação etária: livre
Conveniência: estacionamento gratuito ao lado da Caixa Cultural Salvador.
Patrocínio:
Caixa Econômica Federal
www.caixa.gov.br/caixacultural
(Com informações de Davi Nogueira, do Marketing de Selma Santos Produções e Eventos)
Montado e dirigido como um monólogo a múltiplos personagens, todos assumidos pela atriz Carla Tausz, que acolhe a obra de Hilda Hilst como uma segunda pele, “Jozú, O Encantador de Ratos” é uma fascinante experiência teatral, tanto no que diz respeito à escolha do jogo cênico, quanto à estrutura da sala em si. Esta, como um poço, acolhe os espectadores dentro da realidade sensível do personagem principal. O público assiste de perto, para não dizer dentro de si mesmo, aos inúmeros conflitos sensoriais e afetivos de Jozú ao longo de sua narração. Escolhas e embaraços cotidianos, dúvidas, desejos, angústias e desilusões são despidos de estratagema social e encontram na fala dele a justeza da verdade crua. Jozú atravessa um verdadeiro comboio de sentimentos, passado e presente desembocam e afloram em sua sensível cabeça de homem/menino. A voz e a alma de Hilda estão presentes na montagem deste lindo conto, que narra aos espectadores tudo aquilo que, na verdade, eles sentem e sabem.
SINOPSE
Jozú, figura dramática e ingênua, ganha a vida treinando seu rato de estimação, que é também seu melhor amigo, e visitando com freqüência o interior de um poço seco, onde recebe algumas revelações, nem sempre compreendidas. Totalmente diferenciado e inadaptado, ele é incompreendido pelas pessoas com as quais convive. A peça trata da solidão humana, mas é também uma discussão sobre o direito à diferença e à individualização. Num mundo cada vez mais globalizado, numa época tirânica em que a massificação tenta propositalmente ignorar as diferenças, é cada vez mais importante declarar justamente a existência dessas diferenças.
Carla Tauz, atriz
Carla Tauz é atriz e diretora com formação em 1987, na Casa das Artes de Laranjeiras.
Carla atuou como atriz nos seguintes espetáculos:
"A Última Aula", 1983 - Criação Coletiva - Direção: Maria Vohees; "Guia de Endereços", 1984 - Ruben Fonseca - Direção: Bernardo Jablonski; "O Soldado Fanfarrão", 1985 - Plauto - Direção: Luis Antonio Martinez Correa; "O Anarquista Coroado", 1987 - Antonim Arthaud - Direção: Mauricio Abud - Teatro Cacilda Becker; "Queridos Monstrinhos", 1992 - Paulo Cesar Coutinho - Direção: Leonardo Franco - Teatro da Praia; "Ambulâncias na Contramão", 1995 - Museu da República - Direção: Marcio Vianna - Museu da República; "Farra dos Atores", 1996 – Petrópolis; "Ex-Teatrum", 1996 - Homenagem a Rubens Corrêa - Direção: Marcio Vianna - Casa de Cultura Laura Alvim; "Além da Lenda do Minotauro", 1996 - Direção: Samir Murad - Teatro Cândido Mendes I Encontro Internacional do Corpo na Dança e no Teatro; "Esculpir Mitos", 1997/98 - Direção Alexandre Franco - Teatro Café de la Dance, Casa de Cultura Laura Alvim, Teatro Glória, Teatro Nelson Rodrigues, Teatro Municipal de Niterói, Teatro Sesc Belenzinho - São Paulo; "Jozú, O Encantador de Ratos, 2007/10 - Hilda Hilst – Direção: Alexandre David – Centro Cultural Solar de Botafogo, Teatro Miguel Falabela, Caixa Cultural.
Novelas como atriz: "Carmem", 1987; "Bebê a Bordo", 1988; "Deus nos Acuda", 1992; "Pátria Minha", 1994/1995; "Explode Coração", 1995/1996; "Xica da Silva", 1997; "Linha Direta Justiça - Caso Menguele", 2005; "A Favorita", 2008; "Promessas de Amor", 2009; "Viver a Vida", 2009.
Carla também foi diretora dos espetáculos: "Aurora da Minha Vida", Texto: Naum Alves de Souza; "Felizes Mas Não Para Sempre", Texto: Carla Tausz; "Como Educar Nossos Pais", Texto: Adaptação Carla Tausz; "Romeu e Julieta", Texto: William Shakespeare; "Annie", Texto: Adaptação do filme "Annie" por Carla Tausz; "A Bela Aborrecida", Texto: Paulo César Coutinho; "Alice no País das Maravilhas", Texto: Lewis Carrol; "Casa Comigo, Roupa Lavada", Coletânea de textos de: Woody Allen, Samuel Beckett, David Yves, Alcione Araújo - Adaptação: Carla Tausz; "A Fantástica Fábrica de Chocolate", Texto: Adaptação do longa "A Fantástica Fábrica de Chocolate", por Carla Tausz; "20 Minutos", Texto: Adaptação do longa "Corra Lola Corra", por Carla Tausz; "Mary Poppins", Texto: Adaptação do longa "Mary Poppins", por Carla Tausz; "Atalho", Texto: Livre inspiração do longa "Réquiem Para um Sonho", por Carla Tausz.
Alexandre David, diretor
Alexandre David é diretor, tradutor e ator. Morou na Europa tendo realizado trabalhos com Ariane Mnouchkine (Théâtre du Soleil) e Alain Ollivier em Paris, Simon McBurney, da Cia. Théâtre de Cumplicité, em Londres, Carina Holla, Teatro Físico de Amsterdam, atores da Cia. de Peter Brook: Sotigui Kouyaté, Yoshi Oida, Bruce Myers, além de ter feito o curso Conservatoire National Superieur d'Art Dramatique de Paris. No Brasil trabalhou com Bia Lessa, Gilberto Gawronsky, Moacyr Góes, Luís Carlos Rípper, Ricardo Waddington, Dênis Carvalho, Luís Fernando Carvalho, Wolf Maya, Atílio Riccó, entre outros.
Entre os seus trabalhos de diretor está o espetáculo "Jozú, O Encantador de Ratos", de Hilda Hilst. O jornal "O Globo" definiu a montagem como um "espetáculo iluminado (...) um grande luxo nascido para pequeno frasco."
Na Europa trabalhou no espetáculo de Pina Bausch "Nur Du" ("Somente Você"), no Théâtre de la Ville, em Paris, além dos espetáculos "La Cuisine", de Arnold Wesker com direção de Victor Gaultier, no Théâtre du Conservatoire National Superieur d´Art Dramatique e no Théâtre du Soleil, "L'Ange Noir" ("O Anjo Negro"), de Nelson Rodrigues, com direção assinada por Alain Ollivier nos teatros MC 93 Bobigny e Saint Quentin-en-Yvelines, também na França.
No Brasil foi indicado ao Prêmio Mambembe de Melhor Ator do Ano por sua participação na peça "A Casa da Madrinha", com o Grupo Hombú e direção de Luis Carlos Rípper. Um dos seus trabalhos mais significativos foi a montagem "Pequenos Trabalhos Para Velhos Palhaços", de Matéi Visniec, com direção de André Paes Leme. A peça rodou mais de 40 cidades pelo Brasil além de ter sido apresentada na Europa.
Hilda Hilst, autora
“Deus pode ser uma negra noite escura, mas também um flambante sorvete de cerejas”.
Frase de Hilda, dita ao escritor Caio Fernando Abreu.
Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo considerada uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários a que se propôs - poesia, teatro e ficção.”
Distinguida por vários de nossos mais significativos prêmios literários, presente em numerosas antologias de poesia e ficção, tanto nacionais como estrangeiras, há muito seu nome está incluído nos dicionários de autores brasileiros contemporâneos.
De temperamento transgressor, prezando a liberdade, dona de uma rara beleza e coragem, culta e poeta, Hilda teve uma personalidade marcante e sedutora que ia de encontro aos costumes tradicionais vigentes nos anos 50, criando-se um folclore ao seu redor que, segundo alguns críticos, até chegou a ofuscar a importância de sua obra.
Seu trabalho vem sendo publicado pela Editora Globo e tem sido tema de teses universitárias em nível de pós-graduação e merecido traduções para o francês, inglês, espanhol, alemão e italiano, atraindo a atenção da crítica internacional, que já lhe dedicou artigos no "Le Monde", "L’Infint", "Libération", "The Antigonish Review", "Pleine Marge", entre outros.
Iniciando sua ascese literária como poeta (seu primeiro livro, "Presságio", é de 1950), Hilda Hilst estreou na dramaturgia em 1967, passando a representar o Brasil em festivais de teatro no exterior, entre eles o Festival de Manizales, Colômbia. Também por várias vezes suas peças teatrais, pela excelência do texto, têm sido utilizadas nos exames da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD- USP) e da Unicamp.
Ao iniciar sua ficção, em 1970, com o livro "Fluxo Floema", inaugura também um momento raro na Literatura Brasileira pela vigorosa revitalização da linguagem, que utiliza como meio de desestruturação, reformulação e catarse, para afinal reconstruir a Ideia (o Homem) dentro de novos limites. Seguiram-se vários outros livros no gênero.
Criadora de textos magníficos, em que Atemporalidade, Real e Imaginário se fundem e os personagens mergulham no intenso questionamento dos significados, buscando compreensão, resgate da raiz, encontro do essencial, Hilda retrata sem cessar nossa limitada/ilimitada, frágil e surpreendente condição humana. Segundo o crítico literário Léo Gilson Ribeiro, a ficção de Hilda Hilst “submerge o leitor num mundo intrépido de terror e tremor, de beleza indescritível e de uma fascinante prospecção filosófica sobre o Tempo, a Morte, o Amor, o Horror, a Busca”.
A abrangência de linguagem conseguida por Hilda Hilst, capaz de abarcar o coloquial mais chulo e a poesia mais intensa, alia-se à complexidade do universo da autora, tornando-a uma das mais importantes vozes para descrever, com profunda e comovente fidelidade, a solidão, perplexidade e grandeza do Homem diante do Mundo.
J. L. Mora Fuentes
Ficha técnica:
Texto: Hilda Hilst (conto “O Grande Pequeno Jozú” do livro “Rútilos”, 1993)
Direção: Alexandre David
Elenco: Carla Tausz
Produção local: Selma Santos
Iluminação: Paulo César Medeiros
Figurino, adereço e vídeo-produção: Eloy Machado e Thomas Kaufmann
Espaço cênico: Dudu Garcia
Fotografia: Renato Neto
Coordenação Geral: Carla Tausz
Assessoria de imprensa local: Caixa Cultural Salvador e Davi Nogueira
SERVIÇO:
Espetáculo teatral: “Jozú, O Encantador de Ratos”
Datas: 16 a 25 de julho de 2010, sexta, sábado e domingo
Horário de início: pontualmente, 20 horas;
Local: Salão Nobre da Caixa Cultural Salvador-BA;
Endereço: Rua Carlos Gomes, 57, centro;
Entrada: os ingressos serão trocados por um quilo de alimento não perecível, na bilheteria a partir das 14 horas dos dias de espetáculo
Duração: 60 min
Capacidade: 80 lugares
Classificação etária: livre
Conveniência: estacionamento gratuito ao lado da Caixa Cultural Salvador.
Patrocínio:
Caixa Econômica Federal
www.caixa.gov.br/caixacultural
(Com informações de Davi Nogueira, do Marketing de Selma Santos Produções e Eventos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário