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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Barracas inglesas vão servir como casas a vítimas de enchentes no Nordeste

Publicado em "O Globo", às12h34, nesta segunda-feira, 5
RECIFE - Barracas inglesas vão servir como casa para desabrigados em Barreiros, uma das cidades atingidas por enchentes em Pernambuco. As primeiras unidades começaram a ser instaladas nesta segunda-feira, 5. Cerca de mil famílias vão morar nas barracas, que vieram da Inglaterra, doadas a um grupo de ação humanitária do Rotary International. O material é resistente e pode servir de moradia por até três anos.
Cada barraca tem um kit de sobrevivência para ser usado em casos de tragédias que destroem cidades. São utensílios domésticos, como talheres e fogareiro. Cada barraca ocupa uma área de 25 metros quadrados e pode abrigar até 10 pessoas.
As tendas vão permitir que fiquem, de novo, embaixo de um mesmo teto famílias que tiveram as casas destruídas durante as enchentes. As primeiras 200 unidades, que podem alojar até duas mil pessoas, foram para o município de Barreiros.
- A nossa luta é que cheguemos a 3 mil barracas, ou seja, abriguemos até 30 mil pessoas - disse o representante do Rotary, Francisco Leandro de Araújo Júnior .
Ingleses do Rotary International dizem que mil barracas já foram doadas à instituição e que outras duas mil são necessárias para os desalojados de Pernambuco e de Alagoas. Um deles, que também esteve na Indonésia logo depois do tsunami, disse que ficou impressionado com a destruição das cidades nordestinas.
Depois de perder casas e móveis por causa das chuvas, no Recife, algumas pessoas têm que aprender a dividir tudo em espaços comunitários. Essa realidade é enfrentada todos os dias nos abrigos.
O prédio de uma antiga escola, no bairro da Imbiribeira, foi alugado pela Prefeitura e transformado em abrigo. Virou moradia para 34 famílias que tiveram de sair de casa às pressas para salvar as vidas. Quem antes era vizinho divide agora o mesmo quarto.
- Nesse quarto vivem oito pessoas, são cinco famílias - conta a costureira Roseane da Silva Azevedo.
Para a convivência ser pacífica, há regras para tudo. Tarefas e horários foram estabelecidos em conjunto, e estão nos cartazes para ninguém esquecer. Assistentes sociais ajudam na conciliação, quando é necessário. No entanto, não tem sido fácil ficar longe de casa.
Inalva Ferreira, 63 anos, está no abrigo há duas semanas. No local, o sono é mais tranquilo, ela não tem medo da chuva, mas Inalva está ansiosa para ir embora.
- É muito ruim, porque a gente, na casa da gente, faz o que quer. Aqui tem hora para dormir, e para comer a gente tem que esperar pelos outros. Elas tratam a gente muito bem, mas na nossa casa é melhor - falou.
Em outro quarto, duas mães dividem as angústias. A água invadiu as casas delas, no bairro da Várzea.
- Era só um barraquinho, mas era meu. Era bom porque lá tinha minhas coisinhas - disse a dona-de-casa Lidiane Maria da Silva.
- O prefeito organizou um grupo gestor e estamos discutindo alternativas. Estamos dando todo o acompanhamento para elas terem o retorno - afirmou a secretária de Assistência Social do Recife, Karla Menezes.
Ester, 9 anos, mostra como a família, de seis pessoas, sente saudade quando lembra de casa.
- Eu prefiro como estava antes, porque eu estava na minha casa. Podia estudar e brincar - contou.
Antônia Cecília da Silva, mãe de Ester e de mais quatro meninos, está muito preocupada. Ela é faxineira e morava perto das casas onde trabalhava.
- Agora fica difícil, porque não tem como ir trabalhar. Não tem nem dinheiro para a passagem - afirmou.
Há uma semana, na segunda-feira, 28 de junho, o Blog Demais postou a matéria "Rotary apóia desabrigados em Alagoas e Pernambuco", sobre o tema.

Um comentário:

Mariana disse...

É muita dureza, né? Todo o mundo devia se imaginar no lugar dessa gente por um dia que fôsse, prá saber da importância que tem qualquer ajuda nesta hora e agradecer a Deus todos os dias pela boa casa que tem, fora de áreas de risco, como a de tantos por aí, que mal conseguem dormir em dias de tempestade.
Parabéns ao Rotary e a você, Dimas, que não deixa esta realidade tão triste cair no esquecimento.