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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tuna quer lugar ao sol para "Cascalho" no Complexo Unibanco/Glauber Rocha

Recebi e-mail do cineasta Tuna Espinheira (foto, Basílio Fernandez) no qual ele relata que seu filme "Cascalho" continua na briga "por um lugar ao sol nas telas dos cinemas". Ele ratifica que sua estadia em Feira de Santana foi "gratificante, tenho certeza que foi um marco importante". Tuna envia cópia de solicitação de interferência pela sua obra feita à jornalista Sofia Frederico, diretora da Diretoria de Artes Visuais e Multimeios (Dimas), da Fundação Cultural do Estado da Bahia, para que "testemunhe parte desta necessária luta":
Nosso filme "Cascalho", conforme, eu próprio já havia vaticinado, em texto publicado na coluna "Crítica de Cinema", do André Setaro, na "Tribuna da Bahia", não teve a oportunidade de usufruir da propaganda boca-a-boca, tão importante para filmes sem vitrines luminosas. Digo isto, sem mágoas e surpresas. Acho mesmo que a semana em Salvador e aquela outra em Feira de Santana, significaram um marco importante. Dezenas de cartas aos jornais (três delas, efetivamente publicadas pelo jornal "A Tarde"), inúmeras opiniões em blogs, e-mails recebidos, artigo entusiasmado do jornalista Vitor Hugo Soares, publicado, de forma simultânea, na "Tribuna da Bahia", "Terra Magazine", "Blog do Noblat" (os dois últimos de grande acesso de leitores pelo Brasil afora), análise crítica do crítico André Setaro, em emblemático texto de reconhecimento, da obra em questão.
Por força de algumas surpresas desagradáveis, a principal, relativa à proposta da Sala de Arte, que negou qualquer parceria com as exibições em cópia digital (Código Raien), só aceitando o pagamento, com contrato firmado, no valor de R$ 10 mil, por algumas sessões em suas diversas salas. Ora, finalizamos, com extremo sacrifício, esgotamos todos os recursos, portanto o lançamento não poderia deixar de ser: “sem lenço e sem documento”. Jamais teríamos condições de assumir este tipo de negócio, que nos causou perplexidade e é, com certeza, um flagrante desrespeito com o cinema baiano como um todo. Fizemos uma contra proposta, não houve qualquer resposta.
Por precaução, estamos solicitando a interferência do Irdeb/Dimas, numa possível negociação, para conquistar um lugar ao sol no Complexo Unibanco/Glauber Rocha. Ficaria inexplicável, para a combalida produção do cinema prata da casa, a exclusão do filme "Cascalho" no referido espaço, que leva o nome ilustre de um cineasta combativo, polêmico, defensor intransigente de um cinema de idéias, um cinema que mostrasse a cara do Brasil na tela, próximo ao verso clássico de Noel Rosa: “São nossas coisas, são coisas nossas”.
Atenciosamente, Tuna Espinheira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Continue caro Tuna nessa luta... estamos no séc. XXI, terceiro milênio, não é possível que a cultura cinematográfica fique à margem dessa revolução intensa que estamos vivenciando...

É necessário sim incentivos e apoios à produção cinematográfica na Bahia, no Brasil. Queremos um "cinema com "C" maiúsculo" como já foi dito por um jornalista em comentário muito apropriado que li.

Oxalá possamos ver a cena mudar e logo, visto que se afigura uma verdadeira odisséia fazer/empreender uma produção de tal quilate.

Boa sorte Tuna. Estamos contigo nessa luta.

Atenciosamente,

Profª Mestre Isabella Dantas de Oliveira(e doutoranda da UFBA) & Família Espinheira