Deu em Ricardo Noblat:
Enfim, governo existe e foi eleito para governar - e a oposição para se opor. É assim em toda parte.
Coitada da oposição se se limitasse a fazer na maioria das vezes o que o governo lhe pede. Jamais governaria.
O PT levou a lição a sério enquanto esteve fora do poder.
Recusou-se, por exemplo, a votar em Tancredo Neves para presidente da República em janeiro de 1985. A eleição era indireta via Congresso e delegados das Assembléias Legislativas.
Tudo o que o país desejava era se livrar de 21 anos de regime militar. Viu na eleição de Tancredo a chance de realizar o desejo.
O PT não quis nem saber - negou seus votos a Tancredo. Aqueles do PT que se rebelaram e votaram nele acabaram expulsos do partido.
Em 1988, o país ganhou uma nova Constituição - essa que vigora até hoje. É uma Constituição repleta de direitos e carente de deveres - mas de acordo com o que a maioria dos brasileiros desejava naquele momento.
O PT recusou-se a votar a Constituição. Como mais tarde, quando Fernando Collor foi derrubado com a decisiva ajuda dele, recusou-se mesmo assim a fazer parte do governo de Itamar Franco.
O Plano Real acabou com a inflação e resgatou o valor da moeda. O PT foi contra ele. E apostou no seu fracasso.
Só descobriu as vantagens da estabilidade econômica quando temeu mais uma derrota de Lula em meio à campanha pela presidência da República em 2002. Foi então que se comprometeu em preservá-la e firmou a "Carta aos Brasileiros" - uma peça endereçada aos banqueiros e investidores internacionais. Era preciso acalmar o mercado que temia a vitória de Lula.
Uma vez no poder, Lula - mais ele do que o PT -, se apropriou da política econômica que antes tanto combatera e ousou fazer coisas que o PSDB, despachado para a oposição, jamais ousaria. Como antecipar o pagamento de dívida com o Fundo Monetário Internacional, por exemplo. Ou produzir um superávit primário muito maior do que o esperado.
Errou? Pelo contrário. O país está em melhor situação do que poucas vezes esteve. Não é nenhuma Brastemp, convenhamos. Mas começa a se parecer com uma.
Em momento algum dos últimos 50 anos um presidente foi tão popular como Lula e um governo jamais atraiu o apoio de tantos partidos - 14.
O governo nada de braçada na Câmara dos Deputados e conta com 53 dos 81 senadores.
Certa vez, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso observou que governo bem avaliado só perde votação importante no Congresso se quiser ou se for incompetente.
Se o governo perder a batalha ora em curso pela prorrogação da CPMF foi porque lhe faltou competência. Que não venha depois culpar a oposição - pobre oposição, perplexa, confusa, fraca, sem rumo e com medo de se opor.
Bata o governo no peito e repita três vezes em voz alta: Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa.
Aprenda com a derrota. Porque somente ela ensina.
Enfim, governo existe e foi eleito para governar - e a oposição para se opor. É assim em toda parte.
Coitada da oposição se se limitasse a fazer na maioria das vezes o que o governo lhe pede. Jamais governaria.
O PT levou a lição a sério enquanto esteve fora do poder.
Recusou-se, por exemplo, a votar em Tancredo Neves para presidente da República em janeiro de 1985. A eleição era indireta via Congresso e delegados das Assembléias Legislativas.
Tudo o que o país desejava era se livrar de 21 anos de regime militar. Viu na eleição de Tancredo a chance de realizar o desejo.
O PT não quis nem saber - negou seus votos a Tancredo. Aqueles do PT que se rebelaram e votaram nele acabaram expulsos do partido.
Em 1988, o país ganhou uma nova Constituição - essa que vigora até hoje. É uma Constituição repleta de direitos e carente de deveres - mas de acordo com o que a maioria dos brasileiros desejava naquele momento.
O PT recusou-se a votar a Constituição. Como mais tarde, quando Fernando Collor foi derrubado com a decisiva ajuda dele, recusou-se mesmo assim a fazer parte do governo de Itamar Franco.
O Plano Real acabou com a inflação e resgatou o valor da moeda. O PT foi contra ele. E apostou no seu fracasso.
Só descobriu as vantagens da estabilidade econômica quando temeu mais uma derrota de Lula em meio à campanha pela presidência da República em 2002. Foi então que se comprometeu em preservá-la e firmou a "Carta aos Brasileiros" - uma peça endereçada aos banqueiros e investidores internacionais. Era preciso acalmar o mercado que temia a vitória de Lula.
Uma vez no poder, Lula - mais ele do que o PT -, se apropriou da política econômica que antes tanto combatera e ousou fazer coisas que o PSDB, despachado para a oposição, jamais ousaria. Como antecipar o pagamento de dívida com o Fundo Monetário Internacional, por exemplo. Ou produzir um superávit primário muito maior do que o esperado.
Errou? Pelo contrário. O país está em melhor situação do que poucas vezes esteve. Não é nenhuma Brastemp, convenhamos. Mas começa a se parecer com uma.
Em momento algum dos últimos 50 anos um presidente foi tão popular como Lula e um governo jamais atraiu o apoio de tantos partidos - 14.
O governo nada de braçada na Câmara dos Deputados e conta com 53 dos 81 senadores.
Certa vez, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso observou que governo bem avaliado só perde votação importante no Congresso se quiser ou se for incompetente.
Se o governo perder a batalha ora em curso pela prorrogação da CPMF foi porque lhe faltou competência. Que não venha depois culpar a oposição - pobre oposição, perplexa, confusa, fraca, sem rumo e com medo de se opor.
Bata o governo no peito e repita três vezes em voz alta: Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa.
Aprenda com a derrota. Porque somente ela ensina.
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