"É certo que, apenas pela narração que os indivíduos e as comunidades fazem sobre si mesmos, é possível um acesso pleno à memória. Em meio a essa imensa oferta de informações e de sentido por parte dos meios de comunicação e das tecnologias do digital, a memória de uma cidade ou de uma comunidade particular arrisca apagar-se ou fazer parte daquilo que uma certa sociologia vem chamando de "culturas do desaparecimento", isto é, aquele tipo de experiência que pode estar presente, mas que se esquece sistematicamente, seja por sua fugacidade, seja por sua incapacidade de resistir à hipersaturação informativa.
Daí o interesse de iniciativas como esta, da Fundação Senhor dos Passos - voltada para a preservação da memória de Feira de Santana -, de partilhar com o público o registro do cotidiano feirense entre os anos de 1877 e 1888. Das páginas dos muitos periódicos garimpados por Carlos Brito no site da Biblioteca Nacional, emergem os sinais originários de uma cidade ao mesmo tempo histórica e mítica, por sua posição estratégica na encruzilhada entre espaço urbano e sertão. Destinada à distribuição gratuita por toda a comunidade universitária, clubes de serviços, escolas municipais e estaduais, bibliotecas e outros segmentos organizados da sociedade feirense, esta publicação deve ser vista como uma autonarração comunitária. É uma valiosa contribuição para tornar menos vulnerável o presente das memórias".
Esta a apresentação da publicação "Memórias: Periódicos Feirenses 1877-1888", organizada por Carlos Brito e Arcênio Oliveira, feita pelo professor e escritor Muniz Sodré, presidente da Fundação Biblioteca Nacional. A edição é do Núcleo de Preservação da Memória Feirense, da Fundação Senhor dos Passos, e acaba de ser lançada, com distribuição gratuita dirigida - já estou de posse de exemplar para minha biblioteca.
São dez jornais e 24 edições: "O Motor" (diário), três edições; "O Capítulo", uma edição; "O Vigilante", uma edição; "Eccho Feirense", uma edição; "Cidade da Feira", uma edição; "Correio da Feira", uma edição; "O Progresso", onze edições; "A Convicção", uma edição; "Jornal da Feira", três edições; e "Correio de Noticias", uma edição.
Como Muniz Sodré afirma na apresentação, quem descobriu a preciosidade foi Carlos Brito, secretário de Planejamento, pesquisando na página da Biblioteca Nacional. A tiragem é de um mil exemplares.
Como Muniz Sodré afirma na apresentação, quem descobriu a preciosidade foi Carlos Brito, secretário de Planejamento, pesquisando na página da Biblioteca Nacional. A tiragem é de um mil exemplares.
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