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sábado, 15 de dezembro de 2007

CPMFoi. E Lula como fica?

Artigo escrito por Moisés Rabinovici em 13 de dezembro, no "Diário do Comércio", transcrito pelo site "Midia Sem Máscara", no dia seguinte:
Agora todos estamos de olho na "metamorfose ambulante": em quê vai se transformar Lula? No El Vingador , perseguindo os "irresponsáveis sonegadores" que o derrotaram no Senado? No hermano Chávez, reconhecendo uma vitória de m..... da oposição? Ou no presidente "ótimo" para 51% dos eleitores, governando bem para outros 65% - e, então, talvez, mais conciliador, humilde, um corintiano resignado.
Mistério.
Fortíssimo entre eleitores, frágil entre senadores, o presidente Lula se tornou uma incógnita. Uma raridade, ele ontem desapareceu de cena e calou os impropérios e terrorismo contra o DEM e o PSDB.
Para o blogueiro da Veja , Reinaldo Azevedo, foi um recorde de silêncio e sumiço, mas quando ele ressurgir, passará a culpar quem foi contra a CPMF "por qualquer eventual insucesso de seu governo". Como se sua base aliada, de 53 senadores, não tivesse culpa alguma.
A sessão "histórica" para Ideli Salvatti (PT/SC) foi uma sucessão de argumentos gritados. O governo já tinha concedido derrota no café do Senado, às 18h30.
-Alguma carta na manga, senador Jucá? - perguntou o blogueiro de O Globo , Ricardo Noblat. "Já dei a manga, já dei tudo. Estou só de camiseta" – ele respondeu.
Mas com cada um dos três votos necessários para mudar a situação valendo um prêmio de R$ 40 bilhões para o governo, até 2011, o suspense até aumentou: "quem vai trair"?
Os emissários do governo, principalmente Antonio Palocci, precipitavam propostas que a própria oposição tinha feito antes, então rechaçadas por falta de tempo. A apenas algumas horas da votação, a base aliada via tempo suficiente para dobrar o PSDB, prometendo a vigência da CPMF só até 2009. Ou: 100% da CPMF destinada à Saúde. Ou: redução progressiva de alíquotas.
Na tarde de ontem, por coincidência, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo bateu em R$ 850 bilhões, R$ 34 bilhões a mais que o total de 2006, e ainda contando. É uma CPMF arrecadada a mais.
Como argumentaram vários senadores do DEM, a questão é maior, e passa por uma reforma tributária, num país campeão de impostos.
Às 22h35, no Senado, surgiram cartas na manga de Romero Jucá que há pouco estava "vazia", cartas de verdade - uma delas assinada por Lula, com concessões nunca antes feitas nas prolongadas negociações sobre a CPMF na Câmara. Mas a oposição não se abalou, deixando a porta aberta para futuras negociações.
E a "metamorfose ambulante" seguiu para o cadafalso. Resta agora esperar qual Lula renascerá da derrota.
O autor é diretor de redação do "Diário do Comércio".

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