Por Carlos Augusto Fernandes dos Santos, em “Mídia Sem Máscara”
“A disciplina militar prestante não se aprende senhor na fantasia; senão vendo, tratando e pelejando”, Camões
Há quarenta e três anos, ocorreu algo parecido. Naquela época, “marinheiros amotinados”, em total desrespeito às leis e aos princípios da caserna, liderados por um graduado, afrontaram autoridades.
Pior que isso; num gesto inusitado, o presidente da República de então, solidário a um grupo semelhante, comparecia a evento na sede do Automóvel Clube do Rio de Janeiro, para homenagens e reivindicações classistas.
Saibam os mais jovens que hoje recebem informações distorcidas de professores tendenciosos, que o apelidado “golpe militar” ocorreu por inúmeros motivos, principalmente pela afronta de graduados a um dos princípios mais caros às instituições militares: a disciplina.
O gesto presidencial da época acendeu o rastilho e a sociedade brasileira indignada pediu a intervenção do segmento militar, com o intuito de dar um basta à evidente anarquia.
Hoje, 30 de março de 2007, mais uma vez “sargentos amotinados”, em flagrante desrespeito às leis e aos princípios castrenses, liderados, agora, por um cidadão de 37 anos, que se diz “sargento” e “diretor” de uma associação espúria e, no mínimo, estranha ao cotidiano do castro, mantém parcela da sociedade brasileira refém de suas exigências e dos seus interesses.
Mais grave: não bastasse o crime militar perpetrado por esses graduados, causa espanto a divulgação pela imprensa, da decisão do Sr. presidente da República de mandar suspender qualquer punição imposta por autoridade aeronáutica, a dezoito graduados que provavelmente coordenavam o movimento paredista.
Os velhos soldados, que já assistiram esse filme, não se iludem. A situação beira a anomia e vem sendo implementada com a conivência ou a omissão de autoridades que deveriam zelar pelo cumprimento das leis. A história se repete.
A sociedade necessita conhecer a verdade. Os graduados amotinados desejam continuar desfrutando dos benefícios que a carreira lhes proporciona (estabilidade, aposentadoria com salários integrais etc.), mas, não querem subordinar-se às regras da profissão (formaturas, prontidões etc.). A carreira militar não é um “emprego”. Quem não aceita seus cânones, deve afastar-se.
O que está faltando, na realidade, é uma ação de comando vigorosa e não, o contrário, a desmoralização dos diversos níveis de comando, manietados e desprestigiados pelas autoridades competentes: o ministro da Defesa e o presidente da República. Ambos possuem uma visão distorcida do problema - possivelmente adquirida pela longa vivência no meio sindical - quando enfrentam questões sensíveis e substantivas para as forças singulares.
A Força Aérea Brasileira (FAB) não é um sindicato, um “bando qualquer” ou um exército Brancaleone. Sua história se confunde com as mais caras tradições da nação brasileira. É preciso dar um basta à anarquia.
“A disciplina militar prestante não se aprende senhor na fantasia; senão vendo, tratando e pelejando”, Camões
Há quarenta e três anos, ocorreu algo parecido. Naquela época, “marinheiros amotinados”, em total desrespeito às leis e aos princípios da caserna, liderados por um graduado, afrontaram autoridades.
Pior que isso; num gesto inusitado, o presidente da República de então, solidário a um grupo semelhante, comparecia a evento na sede do Automóvel Clube do Rio de Janeiro, para homenagens e reivindicações classistas.
Saibam os mais jovens que hoje recebem informações distorcidas de professores tendenciosos, que o apelidado “golpe militar” ocorreu por inúmeros motivos, principalmente pela afronta de graduados a um dos princípios mais caros às instituições militares: a disciplina.
O gesto presidencial da época acendeu o rastilho e a sociedade brasileira indignada pediu a intervenção do segmento militar, com o intuito de dar um basta à evidente anarquia.
Hoje, 30 de março de 2007, mais uma vez “sargentos amotinados”, em flagrante desrespeito às leis e aos princípios castrenses, liderados, agora, por um cidadão de 37 anos, que se diz “sargento” e “diretor” de uma associação espúria e, no mínimo, estranha ao cotidiano do castro, mantém parcela da sociedade brasileira refém de suas exigências e dos seus interesses.
Mais grave: não bastasse o crime militar perpetrado por esses graduados, causa espanto a divulgação pela imprensa, da decisão do Sr. presidente da República de mandar suspender qualquer punição imposta por autoridade aeronáutica, a dezoito graduados que provavelmente coordenavam o movimento paredista.
Os velhos soldados, que já assistiram esse filme, não se iludem. A situação beira a anomia e vem sendo implementada com a conivência ou a omissão de autoridades que deveriam zelar pelo cumprimento das leis. A história se repete.
A sociedade necessita conhecer a verdade. Os graduados amotinados desejam continuar desfrutando dos benefícios que a carreira lhes proporciona (estabilidade, aposentadoria com salários integrais etc.), mas, não querem subordinar-se às regras da profissão (formaturas, prontidões etc.). A carreira militar não é um “emprego”. Quem não aceita seus cânones, deve afastar-se.
O que está faltando, na realidade, é uma ação de comando vigorosa e não, o contrário, a desmoralização dos diversos níveis de comando, manietados e desprestigiados pelas autoridades competentes: o ministro da Defesa e o presidente da República. Ambos possuem uma visão distorcida do problema - possivelmente adquirida pela longa vivência no meio sindical - quando enfrentam questões sensíveis e substantivas para as forças singulares.
A Força Aérea Brasileira (FAB) não é um sindicato, um “bando qualquer” ou um exército Brancaleone. Sua história se confunde com as mais caras tradições da nação brasileira. É preciso dar um basta à anarquia.
Carlos Augusto Fernandes dos Santos é general da Reserva do Exército Brasileiro.
Um comentário:
Realmente, é preciso dar um basta contra a anarquia que se instala no país.
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