Triste e morto.
Num desses dias que parece que não vai ter noite, e, aliás,
Nem parecia que estava tendo dia, parecia mais, que quem me tinha eram as coisas daquele dia.
De tão danado fiquei triste, uma "zoação" na minha cabeça, uma canseira de tentar.
Uma saudade de mim mesmo, uma tristeza de não ser.
Nem vi que a noite acabara o dia.
Não entendia que esse danado desse dia só em mim ainda existia.
Cego e acanhado me desesperava a vida que não entendia.
Então saí pelo mato, o chão, os pés , quase que me feria.
Dentro de minhas galochas.
Não via, que incendiado, bordado de estrelas o céu, me via, mas ele me via !
Do meio do escuro.
Passei um bicho, que eu tão pouco entendia, mas, seguro que bicho ali existia.
E de estanque parei no zumbido, um ensurdecedor zumbido que aos poucos se foi vendo.
Era a zoada dos "namoros dos sapos"?
Sim. Quando namoram, os sapos zoam. E muito.
Era tanta zoada na lagoa que dava pra calar a burrice do mundo.
A burrice que me deixara zoado.
Eu deveria ter feito zoada e não a ter deixado acabrunhar, morrer, secar.
Ali olhando a lagoa enorme, cheia de estrelas quem
De tão grande tão estreladas, minhas vistas, ardia.
Era sapo e estrela, talvez sapo namorando com sapa, ou com estrela, mas zoava tão bonito de ver. Havia tempo que não sabia mais do sertão assim, com tanta água.
11 de maio, aniversário da Pilar.
Parabéns filha.
Saudades de você
Olney

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