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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

"Hashtag - Lula na cadeia"

Por André Braga

Eis que aparece o ex-presidente Lula com sua empáfia, tal como ainda candidato ao certame de que fora excluído por sua condenação.
Todos vimos.
A idade e a reminiscência do poder devem levá-lo a este comportamento. Ao indagar sobre a motivação pela qual estava sendo julgado naquela assentada, provocou, perante a nação, ou pelo menos, em mais da metade dos eleitores, a sensação de que o enclausuramento ainda não foi suficiente para a sua reflexão, comportamento inerente a todos os condenados, seja por qual crime for.
Deveras, não se pode cogitar esteja o ex-presidente cumprindo pena de prisão. Refastelado em sala do Departamento da Polícia Federal em Curitiba, portanto, longe das agruras de um banimento comum adstrito aos condenados comuns, o seu privilégio lhe permite e até se lhe dá motivação para o comportamento por ele desenhado na sua última aparição.
Não fosse a deferência da instância primária, na sentença da lavra do ex-magistrado Sérgio Moro, o Jararaca não desfrutaria das benesses que lhe foram concedidas desde o primeiro momento do cumprimento de sua pena, em razão da delinquência perpetrada no mais alto cargo da República.
Certo é que também as mais de 500 visitas, sobretudo no período pré-eleições, animaram-no, penso que sem o beneplácito de seus defensores, aquele comportamento exuberantemente planejado para o deboche da Justiça, como aliás, sempre o fez, desde o momento da sua rendição e posterior cumprimento da pena.
O ambiente, propício, haja vista que a condução da sessão não mais estava a cargo de um magistrado já habituado aquele cenário, logrou percepções equivocadas acerca da firmeza e equilíbrio da juíza da causa. Advertido, desde logo, quanto ao tom que estaria a plantar, percebeu - notou-se - seu recuo ante o prognóstico que dali adviria caso insistisse no comportamento artificial que se revelou naquela tarde.
O fato, ao fim e ao cabo, é que o tratamento que se lhe foi deferido, restou incompatível com a liturgia que se imaginou fosse objeto de respeitabilidade que se exige de um homem público. Prova inconteste é o comportamento que se acaba de ver, como se todos houvessem de curvar-se aos seus desejos mais comezinhos, independentemente da condição em que se encontra, comportamento que se espraia para além do Direito e se insere nas raias da Medicina, notadamente no ramo da Psiquiatria Forense, aliás, até mesmo como ardil, para outros fins da execução de sua pena, pois, salvo sua carente formação técnica, de bobo o ex-presidente nada tem.
Nada obstante, a sociedade, ainda que plural, não haveria de submeter-se ao teatro do horror, cujos atores insistem numa tese inverossímil de prisão política, quando se tem a convicção de que a prática dos crimes pelos quais está sendo julgado o ex-presidente, se enxerga, efetivamente, autoria e materialidade.
As decisões virão com muita brevidade nos autos de que se tratam. Saberemos se a pretensão do ex-presidente, delineada naquele comportamento o fará mais fortalecido e por consequência resultará no seu livramento, assim, por "insanidade" para mudar o endereço de sua prisão domiciliar; penso que não, ademais, porque outras ações estão na iminência de serem apreciadas e julgadas e mais, pelo teor das provas, delações e testemunhas arroladas, impõe-se afirmar, seja quase impossível o ex-presidente livrar-se solto com a brevidade que se deseja.
Salvo alguma firula do Supremo Tribunal Federal, galgado em seus interesses primários, que não é a salvaguarda da Constituição, senão, a percepção da remuneração de S. Excelências, que enfim, refletem, não apenas para os magistrados primários, estes trabalhadores braçais do Poder Judiciário, portanto, até merecedores da recomposição de seus subsídios, mas e sobretudo, sobre os demais poderes,  é possível que o ex-presidente livre-se de sua agrura, ainda que seja por breve tempo, mas suficiente para amparar sua soberba e referendar o viés daquele sodalício. #lulanacadeia.
Fonte: https://diariodopoder.com.br/

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