Por
Elísio Brasileiro
Dentre as várias lições que
a história das civilizações nos legou, como o estado democrático participativo,
o sistema normativo da sociedade, em forma de direito, a reflexão sobre a
origem, estrutura e finalidade das coisas do mundo e da vida, duas ouso
destacar: a memória objetiva de um povo de fatos sociais vividos e a
fundamental importância da educação para a construção de uma vida melhor,
coletivamente mais feliz.
A partir da Grécia, mundo
borbulhantemente comercial, marítimo, insular e peninsular, reinando sobre o Mediterrâneo,
banhando Europa, África e Oriente há 2.500 anos, nasce História quando Heródoto
ao estudar a relação entre o grande rio africano ao cortar seu deserto, e a
sociedade que ali se organizava, fomentando a irrigação e consequentemente a
agricultura, forjou a antiquíssima civilização egípcia, nos proporcionou a
máxima ‘"O Egito é uma dádiva do Nilo’", e Sócrates e seu discípulo Platão, ao
filosofarem, conceberam respectivamente, as escolas Peripatética e o Liceu,
primeiras expressões de educação de grupos da humanidade. Assim, filosofia,
pedagogia, cidadania, história, geografia, teatro, música, poesia, artes
plásticas, oratória e tantas outras expressões culturais, brotam da interação
entre povos, animados por uma economia dinâmica e expansionista.
Dessa forma sou taxativo:
Sem consciência histórica e sem projeto consistente de educação não há futuro
para o povo: Reina "Em berço esplêndido", a alienação, a preservação de
privilégios dos oportunistas, a corrupção e a desesperança da gente que se
confunde com gado, que, desconhecendo a honradez e a ética, marcha com hinos e
seitas aguardando dos falsos heróis ordens divinas, para, fazer eco com o amém!
Em breve diagnóstico da
realidade brasileira, como educador há meio século, lidando com estudantes de
nível médio e superior, em regência de classe, coordenação pedagógica, direção
escolar, conselho estadual de educação, educação pública e privada, secretário
municipal de educação e cultura de Salvador, presidente de diversas fundações
voltadas para Educação e Cultura, e, acima de tudo, cidadão brasileiro, faço
algumas considerações e sugestões para reflexões.
Triste Brasil! Tristíssimo
Nordeste!
Lamentável Bahia!
Altos índices de analfabetismo e elevadíssimos de analfabetismo funcional; Evasão escolar as piores do mundo; Desconexão entre escola e o mundo do trabalho (Escola tradicionalista sem compromisso com a formação profissionalizante do educando); Desvio de recursos públicos para merenda e transporte escolar por parte de poderes públicos municipais com licitações fraudulentas e desfuncionalidade dos sistemas de controle interno e externo;
Péssima remuneração de professores e técnicos em educação e pequeno investimento em capacitação continuada do quadro de educadores com desvio viciado e fraudulento de recursos;
Falta de manutenção das escolas e transporte escolar;
Desarticulação entre equipamentos educacionais e comunidades em que estão situados.
Um salto histórico pode ser dado na educação básica e de nível médio: substituição gradual, com metas bem definidas, das escolas tradicionalistas pela escola profissionalizante, sem necessário repasse de recursos financeiros para municípios, forçando-os a formação de consórcios municipais, o que também poderia se dar no tratamento de resíduo sólidos, estradas, hospitais, etc. A grade curricular, necessariamente, seria estabelecida pelas comunidades a serem beneficiadas, onde os serviços educacionais seriam ofertados, levando-se em conta atividades e vocações econômicas locais. Desenvolvimento imediato de cursos semipresenciais, mesclando educação à distância ‘"EAD"’ e encontros periódicos com professores. O número de aparelhos celulares hoje é o dobro da população e o seu custo é cada dia que passa mais reduzido, o que poderia ser bancado pelos consórcios e/ou operadoras.
Medidas como essas elevariam o rendimento escolar, melhorando sensivelmente os índices de avaliação, reduziriam as taxas de analfabetismo, proporcionariam maior produtividade e quebrariam a inercia econômica. A lição histórica da reforma educacional napoleônica na França na fase de Consulado há dois séculos, universalizando e profissionalizando a educação, após os turbulentos anos jacobinos e girondinos, preparou aquele país e a Europa para a consolidação da revolução industrial.
Quem sabe se tais ações que abrigam a modernização e eficácia da educação, melhorando bastante a nossa remuneração, digo, de professores não resultariam no desejo de nossos jovens de serem também professores?
Lamentável Bahia!
Altos índices de analfabetismo e elevadíssimos de analfabetismo funcional; Evasão escolar as piores do mundo; Desconexão entre escola e o mundo do trabalho (Escola tradicionalista sem compromisso com a formação profissionalizante do educando); Desvio de recursos públicos para merenda e transporte escolar por parte de poderes públicos municipais com licitações fraudulentas e desfuncionalidade dos sistemas de controle interno e externo;
Péssima remuneração de professores e técnicos em educação e pequeno investimento em capacitação continuada do quadro de educadores com desvio viciado e fraudulento de recursos;
Falta de manutenção das escolas e transporte escolar;
Desarticulação entre equipamentos educacionais e comunidades em que estão situados.
Um salto histórico pode ser dado na educação básica e de nível médio: substituição gradual, com metas bem definidas, das escolas tradicionalistas pela escola profissionalizante, sem necessário repasse de recursos financeiros para municípios, forçando-os a formação de consórcios municipais, o que também poderia se dar no tratamento de resíduo sólidos, estradas, hospitais, etc. A grade curricular, necessariamente, seria estabelecida pelas comunidades a serem beneficiadas, onde os serviços educacionais seriam ofertados, levando-se em conta atividades e vocações econômicas locais. Desenvolvimento imediato de cursos semipresenciais, mesclando educação à distância ‘"EAD"’ e encontros periódicos com professores. O número de aparelhos celulares hoje é o dobro da população e o seu custo é cada dia que passa mais reduzido, o que poderia ser bancado pelos consórcios e/ou operadoras.
Medidas como essas elevariam o rendimento escolar, melhorando sensivelmente os índices de avaliação, reduziriam as taxas de analfabetismo, proporcionariam maior produtividade e quebrariam a inercia econômica. A lição histórica da reforma educacional napoleônica na França na fase de Consulado há dois séculos, universalizando e profissionalizando a educação, após os turbulentos anos jacobinos e girondinos, preparou aquele país e a Europa para a consolidação da revolução industrial.
Quem sabe se tais ações que abrigam a modernização e eficácia da educação, melhorando bastante a nossa remuneração, digo, de professores não resultariam no desejo de nossos jovens de serem também professores?
No rito de passagem do
ensino médio para o superior o exame vestibular com a nova roupagem de Enem
carece de substanciais mudanças, além da avaliação e capacidades e habilidades
adquiridas por vivencias e conhecimentos atualizados e contextualizados, requer
urgentemente regionalização no nosso continente - Brasil, valorizando as
culturas diversas de nosso diversificado país, com desafios - questões – em que
a história, geografia, manifestações artísticas, como, por exemplo a
literatura, apareçam, permitindo aos candidatos avaliados que haja a mensuração
de suas habilidades como reflexo da relação concreta e objetiva do meio social
e natural com o indivíduo. Abaixo a
massificação, alienação e padronização cultural!
A universidade brasileira
está em crise. Esse é o coro de reitores, nós professores, estudantes e o nosso
mundo acadêmico. Centenas de milhares de estudantes que recorreram ao Fies hoje
são inadimplentes. Onde o mercado de trabalho para juventude? Onde as
universidades brasileiras no ranking das melhores academias do mundo? O hiato
entre a realidade brasileira e o nosso mundo universitário é imenso.
Por que importar milhares de médicos? Não os temos? Não os formamos? Se a carreira de magistrado se inicia nos rincões mais distantes, e, cumprindo etapas, tem aumentada sua remuneração e se aproxima dos grandes centros urbanos, por que o mesmo não se dá com médicos e demais profissionais? No México para obter seu diploma o concluinte do curso superior tem de prestar pelo menos dois anos de serviço público, quer seja na rede pública ou privada.
Por que não no Brasil?.
Quando o saudoso Darcy Ribeiro concebeu a lei orgânica do ensino superior estabeleceu a autonomia universitária, porém não pensava ele em criar ‘"planetas fora do sistema solar"’, na verdade em estimular, com liberdade, um mundo de pesquisas, de ciências, a serviço da sociedade.
O repasse de recursos para universidade brasileira deveria ser proporcional ao serviço que esta venha a prestar a sociedade brasileira. Que a atual inadimplência dos nossos jovens para com Fies não seja anistiada, sim convertida em serviço público. É com ética que se constrói a verdadeira revolução da educação brasileira.
Por que importar milhares de médicos? Não os temos? Não os formamos? Se a carreira de magistrado se inicia nos rincões mais distantes, e, cumprindo etapas, tem aumentada sua remuneração e se aproxima dos grandes centros urbanos, por que o mesmo não se dá com médicos e demais profissionais? No México para obter seu diploma o concluinte do curso superior tem de prestar pelo menos dois anos de serviço público, quer seja na rede pública ou privada.
Por que não no Brasil?.
Quando o saudoso Darcy Ribeiro concebeu a lei orgânica do ensino superior estabeleceu a autonomia universitária, porém não pensava ele em criar ‘"planetas fora do sistema solar"’, na verdade em estimular, com liberdade, um mundo de pesquisas, de ciências, a serviço da sociedade.
O repasse de recursos para universidade brasileira deveria ser proporcional ao serviço que esta venha a prestar a sociedade brasileira. Que a atual inadimplência dos nossos jovens para com Fies não seja anistiada, sim convertida em serviço público. É com ética que se constrói a verdadeira revolução da educação brasileira.
Elísio
Brasileiro é professor, presidente da Fundação Ulysses Guimarães da Bahia
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