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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Dilma diz que PT vai fazer "aliança até com o diabo" para combater Bolsonaro

Ex-presidente diz que seu partido não sofreu "derrota estratégica"
A ex-presidente Dilma Rousseff participou do Fórum do Pensamento Crítico, em Buenos Aires, Argentina, na segunda-feira, 19. Em um discurso inflamado, repercutido pela Rádio Jovem Pan, ela falou sobre a formação de uma frente de oposição liderada pelo Partido dos Trabalhadores.
"Uma frente democrática, que seja a mais ampla possível. Para sermos capaz de fazer todas as alianças necessárias, com todos os segmentos. A gente fará aliança até com o diabo para combatê-los", insistiu Dilma na cerimônia de abertura do evento que reuniu dirigentes da esquerda de vários países.
Durante seu discurso ela explicou que tais alianças devem ter como base "corações antiliberais e antiautoritarismo" para combater o que chamou de "neofascismo". Segundo ela, o governo de Bolsonaro é de extrema-direita, que "tem essa característica de querer moderar os neofascistas que agora chegaram ao poder".
Insistindo no discurso adotado pelo PT desde a derrota de Fernando Haddad, Dilma criticou o fim do programa Mais Médicos, assinado com Cuba durante o seu primeiro mandato. "Isso significa que milhões de brasileiros não terão acesso ao atendimento básico de saúde. E essa sistemática alteração dos direitos vai provocar uma reação popular", prevê.
Mesmo não tendo sido eleita para o Senado, ela comentou o resultado das urnas, dizendo que seu partido não sofreu, em nível nacional, "uma derrota estratégica". "Elegemos a maior bancada no Congresso e o maior número de governadores por partido. Eles dizem de forma clara que querem a nossa destruição. É um método fascista. E também querem destruir as conquistas dos movimentos sociais como os Sem Terra (MST) e os Sem Teto (MTST), dois movimentos que tratam de um grande problema do Brasil: a desigualdade", assegurou.

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