Por Reinaldo Azevedo
Vai ao ar nesta quinta o horário político de 10 minutos do PMDB. O
lema que resume o espírito do programa é "O Brasil é a nossa escolha". Embora
seis ministros da legenda - Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu
(Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha
(Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo) - façam alusão a programas em curso,
a presidente Dilma Rousseff e o PT são ignorados. Ou nem tanto. Como informa a
Folha, logo na abertura, um narrador diz que "não serão as estrelas" que
guiarão o partido e o país, as escolhas é que apontarão um caminho. Ninguém
precisa ser muito bidu para lembrar que a estrela é o símbolo do PT.
Que o partido esteja
descontente com o governo, isso é evidente. Na terça-feira, Michel Temer
telefonou para Dilma e avisou que estava difícil conter a rebelião. "Certo",
dirão alguns, "mas nada que não se resolva com cargos." Pode ser. Parece, no
entanto, haver certa disposição para o descolamento. Há uma possibilidade de
que o PMDB comece a se organizar para disputar a Presidência, não mais como
vice de alguém. Aonde quer que vá, quando indagado a respeito, Eduardo Cunha,
presidente da Câmara, responde: "Time que não disputa não tem torcida".
No programa, aliás, Cunha fará
a defesa da reforma política. A que está em tramitação na Câmara é repudiada
pelos petistas, mas terá o endosso de Temer. O vice-presidente dirá ainda que
as investigações na Petrobras não podem paralisar o país e reforçará o
compromisso do partido com a liberdade de expressão. Como é sabido, os petistas
pressionam Dilma a fazer a tal "regulação da mídia" - já repudiada por Cunha,
ainda que seja a tal "regulação econômica" de que fala a presidente, cujo
sentido ninguém conhece.
O PMDB parece buscar, assim, se descolar do PT e dos aspectos mais deletérios do governo. Nos bastidores, a companheirada já reclamou. Ocorre que, hoje em dia, os aliados já não dão mais bola quando petistas protestam.
O PMDB parece buscar, assim, se descolar do PT e dos aspectos mais deletérios do governo. Nos bastidores, a companheirada já reclamou. Ocorre que, hoje em dia, os aliados já não dão mais bola quando petistas protestam.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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