Por Kevin De Young
Não há nada de cinza a respeito de um seguidor de Cristo ver 50 Tons de Cinza. A questão é
preta ou branca. Não vá. Não assista. Não leia. Não alugue.
Eu não quero
sequer falar sobre isso. Outro blogueiro e eu andamos em círculos por várias
semanas pensando em como poderíamos escrever uma resenha crítica satírica
alfinetando aqueles que acham que precisamos ver esse filme para sermos
relevantes. Não conseguimos. Não há forma de fazer um humor forte o suficiente
para condenar filme tão vil.
E não, eu não
fui ver o filme. Nem sequer assisti o trailer. Também não li uma única página
do livro. Ler sobre a premissa na Wikipedia e no IMDb por alguns
minutos me convenceu de que eu não precisava saber mais. O sexo é um presente
maravilhoso de Deus mas, assim como todos os presentes de Deus ele pode ser
aberto em um contexto errado e reembalado em um pacote feio. Violência contra
mulheres não é aceitável só porque ela é aberta à sugestão, e o sexo não é
aberto a todas as permutações, até mesmo em um relacionamento adulto.
Consentimento mútuo não cria uma filosofia moral.
Sexo é um
assunto privado para ser compartilhado na privacidade e santidade do leito
matrimonial (Hebreus 13.4). Sexo, assim como Deus designou, não é para atores
que fingem (ou não) que estão fazendo "amor". O ato da união conjugal é o que
casais casados fazem a portas fechadas, não o que discípulos de Jesus Cristo
pagam dinheiro para assistir em uma tela do tamanho de suas casas.
Como já disse
antes, precisamos ser criteriosos no que colocamos em frente aos nossos olhos,
sendo homens e mulheres sentados em lugares celestiais (Colossenses 3.1-2).
Se 50 Tons
de Cinza é um problema, qual é o padrão de aceitação para o resto da
sexualidade livremente consumida? Veja bem, a consciência do pecado não é por
si só o problema. A Bíblia é cheia de relatos de imoralidade. Seria simplista e
moralmente insustentável - até mesmo antibíblico - sugerir que você não pode
assistir ou ler sobre um pecado sem pecar. Mas a Bíblia nunca se deleita em sua
descrição do pecado. Ela nunca pinta o vício com as cores da virtude. Ela nunca
se entretém com o mal (senão para zombá-lo). A Bíblia nunca cauteriza a
consciência tornando o pecado normal e a justiça estranha.
Cristãos não
deveriam tentar "redimir" 50 Tons de Cinza. Não devemos achar bonitinho e
divulgar uma nova série de sermões chamada "50 Tons de Graça". Não devemos
envergonhar a arte ou a santidade ao pensarmos que, de alguma forma, algo tão
escuso como 50 Tons vale a
pena ser visto ou analisado. De acordo com a lógica de Paulo, é possível expor
um pecado e mantê-lo escondido ao mesmo tempo (Efésios 5.11-12). "Um bom homem
se envergonha ao falar do que várias pessoas não se envergonham de fazer" (Matthew Henry).
Alguns filmes
não merecem uma análise sofisticada. Eles merecem um sóbrio repúdio. Se a
igreja não pode estender graça a pecadores sexuais, nós perdemos o coração do
evangelho. E se nós não podemos falar que as pessoas devem ficar longe de 50 Tons de Cinza, perdemos a
cabeça.
Fonte: Reforma 21
Traduzido
por Marianna Schulz | Reforma21.org | Original aqui
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