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domingo, 3 de agosto de 2014

"Netanyahu detona governo Obama: 'Nunca mais desconfie de mim', nem force trégua com terroristas do Hamas"

Por Felipe Moura Brasil
Quem mandou o presidente dos EUA, Barack Obama, e seu secretário de Estado, John Kerry, tentarem posar de mensageiros da paz no Oriente Médio, pressionando Israel para uma trégua de 72 horas com o Hamas? O resultado foram três cadáveres do lado israelense, o que só comprovou que palavra de terrorista vale tanto quanto a de esquerdistas como eles. Felizmente, ainda antes do anúncio da morte do terceiro soldado no ataque terrorista que  rompeu a trégua na manhã de sexta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não deixou barato para o governo Obama. Traduzo os principais trechos da matéria da Associated Press a respeito:
Após o colapso rápido do cessar-fogo na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse para a Casa Branca não forçar uma trégua com militantes [sic] palestinos contra Israel.
(…) Em telefonema para o embaixador dos EUA em Israel, Dan Shapiro, Netanyahu descarregou sua raiva, de acordo com pessoas familiarizadas com a chamada.
Netanyahu disse a Shapiro que era para o governo Obama "nunca mais desconfiar de mim" e que Washington deveria confiar em seu julgamento sobre como lidar com o Hamas (…). Netanyahu acrescentou que agora esperava que os EUA e outros países dessem total apoio à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza (…).
Eles disseram que Netanyahu fez apontamentos semelhantes para Kerry (…).
Antes do cessar-fogo, o ministro israelense Uri Ariel já havia dado um chega-pra-lá no governo Obama por pressionar Israel: "Deixem-nos em paz", dissera Ariel. "Vão cuidar da Síria."
Mas eles não deixaram e tomaram duas na lata em menos de uma semana. Isto sem falar no desdém generalizado dos meios de comunicação israelenses e até de ministros em relação a Kerry, quando sua atuação no suposto processo de paz foi chamada de "patética" e "constrangedora", e ele foi considerado "um alienígena que desembarcou sua nave espacial no Oriente Médio", "incapaz de lidar com as questões mais básicas".
Obama ainda tentou contrabalançar o fracasso elogiando na sexta-feira os esforços de Kerry - uma maneira sutil de colocar a culpa no secretário, como se Obama nada tivesse com isso - e lamentando as "picuinhas" contra ele. Mas o melhor vem neste outro trecho da AP sobre o discurso que um Obama "pianinho" deu naquele dia:
Obama e outras autoridades dos EUA não culparam diretamente o Hamas pelo sequestro [de Hadar Goldin]. Mas eles deixaram claro que responsabilizam o Hamas pelas ações, ou por influência sobre elas, de todas as facções na Faixa de Gaza. A linguagem era uma clara mudança em relação quinta-feira, quando Washington estava focada nas mortes de civis palestinos.
Claro que era uma mudança - muito semelhante àquela que descrevi no artigo "A moral 'black bloc' do Psol: Marcelo Freixo e seus partidários, antes e depois da morte de Santiago Andrade, o cinegrafista da Band atingido por um rojão nas manifestações. A esquerda é assim: para posar de boazinha e equilibrada, evita condenar terroristas com todas as letras, alia-se a eles contra seus inimigos políticos e/ou os financia de uma forma ou de outra para atingi-los, e depois, quando começam a aparecer os cadáveres, diz que SEMPRE repudiou suas ações, que nunca os viu mais gordos etc. Hadar Goldin é o Santiago Andrade do Oriente Médio. E só não digo que Barack Obama é um Marcelo Freixo que subiu na vida, porque seria injusto com algum dos dois, embora eu não saiba ao certo com qual.
O cinema e a guerra
Em seu best seller "How To Talk To a Liberal (If You Must)" ["Como Falar Com um Esquerdista (Se Você Tiver Que Fazer Isso)", sem tradução no Brasil], Ann Coulter aponta uma série de mensagens esquerdistas nos filmes de Hollywood e comenta:
"Nos filmes, nós sempre aprendemos que NÃO HÁ RAZÃO, NUNCA, para lutar uma guerra. A não ser que a Terra seja invadida por alienígenas com naves espaciais enormes e assustadoras e raios mortais, e os homens de todas as raças e nacionalidades possam se unir contra um inimigo em comum - como em 'Independence Day'. Então, se a Terra for alguma vez invadida por alienígenas hostis, você não terá de perguntar duas vezes aos esquerdistas antes de pegar em armas em defesa do planeta."
Israel, obviamente, tem mais de três mil razões para lutar essa guerra, a despeito das tragédias inerentes a qualquer uma. E que bom para os israelenses e para o mundo que, pelo menos por um momento, Netanyahu colocou Obama em seu devido lugar.                                                       
Fonte: Veja.com

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