Por Reinaldo Azevedo
Os petistas vão encontrar motivos para comemorar a pesquisa
Datafolha publicada hoje pela Folha. E a oposição poderá fazer o mesmo.
Em um mês, a presidente passou
de 34% para 38% pontos. Aécio Neves, do PSDB, aparece agora com 20%, contra 19%
no levantamento anterior, e Eduardo Campos, do PSB, foi de 7% para 9%. Todos
oscilaram dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para
menos. Mesmo com um avanço numericamente maior, diminuiu a vantagem de Dilma
sobre os adversários. Quando considerados todos os candidatos, há um mês, ela
tinha 34% contra 32%. Agora, 38% a 38%. No mês, passado, os demais postulantes
somavam 6 pontos; agora, somam 9. Pastor Everaldo, do PSC, continua a marcar
expressivos 4 pontos. Nesse caso, o não petistas é que comemoram. E não só por
isso.
Embora a presidente tenha oscilado quatro pontos para cima no
primeiro turno, diminuiu a distância numérica para seus adversários no segundo.
Há um mês, Dilma vencia Aécio por 46% a 38%; agora, por 46% a 39%. Ainda que
dentro da margem de erro, Campos também pode ter se aproximado: uma diferença
de 15 pontos (47% a 32%) é, agora, de 13: 48% a 35%.
Há dois outros fatores
preocupantes para Dilma: em primeiro lugar, ela segue sendo a mais rejeitada
pelos eleitores, com 32%. A rejeição a Aécio é a metade: 16%; a de Campos é de
apenas 12%. Em segundo lugar porque ela é, de longe, a mais conhecida: afirmam
que a conhecem muito bem 50% dos entrevistados, mas só 16% dizem o mesmo sobre
Aécio, e 7% sobre Campos. Os especialistas em pesquisa costumam dizer que candidatos
pouco conhecidos, desde que tenham estruturas partidárias sólidas, como é o
caso, têm potencial de crescimento. Notem: só 16% dizem conhecer o tucano muito
bem; mesmo assim, 39% votariam nele contra Dilma - no caso de Campos, essa
proporção é de 7% para 35%.
O Nordeste segue sendo a grande fortaleza do PT. Na região, Dilma
obtém 55% dos votos, que cai para 44% na Norte, vai a 35% no Centro-Oeste, a
33% no Sul e baixa a 28% no Sudeste, região em que os candidatos de oposição estão
na frente: somam 36% (27% para Aécio e 9% para Campos).
A pesquisa Datafolha foi
realizada entre os dias 1º e 2 de julho de 2014, com 2.857 entrevistados, em 177
municípios e foi registrada no TSE sob o número 00194/2014.
Copa
do Mundo
O Datafolha também mediu o humor dos brasileiros em relação à Copa
do Mundo. Cresceu, em um mês, de 51% para 63% os que se dizem favoráveis à
realização do evento no país, e caiu de 35% para 27% os que se dizem
contrários. Mesmo assim, 46% dizem que ela traz mais prejuízos do que
benefícios - estes são 45%. Os protestos provocam mais vergonha do que orgulho:
65% a 26%; já a realização do evento no país, mais orgulho do que vergonha: 60%
a 28%.
Houve uma discreta melhora nas expectativas econômicas da
população, mas a avaliação do governo variou sempre dentro da margem de erro:
há um mês, 31% o achavam ótimo ou bom; agora, 33%; diziam que era regular
os mesmos 38%; e o "ruim/péssimo" oscilou de 28% para 26%.
Dados os números, não parece
que a substancial mudança de humor em relação à Copa tenha tido grande impacto
na avaliação que fazem os brasileiros do governo Dilma - a variação é bem menor - ou mesmo no quadro eleitoral. Embora ela tenha oscilado quatro pontos para
cima no primeiro turno, os dados do segundo turno mostram tendência adversa.
Mesmo com todo o justo auê noticioso que envolve a Copa do Mundo, tudo somado e
subtraído, a pesquisa Datafolha de há um mês era melhor para Dilma do que esta.
Por que afirmo isso? A existência do segundo turno é ainda mais certa do que
antes - e a diferença numérica para os adversários caiu.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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