Por Percival Puggina
A mais grave dimensão da
falsidade ocorre quando ela se torna estratégia de ação e estilo de vida.
Quando isso acontece - e está acontecendo no Brasil - o caráter dos indivíduos
é destruído e a credibilidade das instituições que por desventura eles comandem
se converte em lama.
O artigo 1º da lei que criou a Comissão da
Verdade (CV) atribui-lhe a tarefa de "efetivar o direito à memória e à
verdade histórica e promover a reconciliação nacional". Memória, verdade e
reconciliação. Qual a verdade que a CV busca? Ela busca conhecer os autores de
crimes e agressões a direitos humanos que vitimaram os guerrilheiros e
terroristas camaradas de dona Dilma. Os muitos crimes e violações cometidos por
essa mesma turma estariam inteiramente perdoados, esquecidos, cobertos por
grossa camada de errorex, e rendem vultosas indenizações aos que os
perpetraram. Para os comissários da CV, a anistia valeria para tais crimes,
acima de qualquer dúvida. E a reconciliação? Ora, os proponentes e executantes
dessa farsa, ungidos de falso espírito pacificador, assumiram uma tarefa em que
não creem. E isso é farsa. Eles não acreditam em reconciliação (a menos que
renda votos, como num abraço entre Lula e Maluf). Creem, nisto sim, em
conflito, em revanche e em vingança. Tudo isso é ou não fraude ao Direito, à
memória, à verdade e à História? Mas a falsificação, uma vez iniciada, não pára
mais.
Querem outro exemplo? Quem pode considerar
legítimos esses índios que vemos em Brasília, mobilizados pela governamental
Funai, reivindicando demarcações de territórios para suas "nações"?
Índios de caminhonete, calça jeans e que se abastecem em supermercados? Índios
exibindo cocares zero quilômetro, com vistosas e irretocáveis penas de pobres
aves, sem ninguém por elas? No entanto, os falsários, financiados por
interesseiras ONGs internacionais, articulam para que obtenham cada vez maiores
extensões de reservas, como se ainda vivessem, todos, da caça e da pesca. Pura
manobra diversionista. O verdadeiro botim é a extraordinária biodiversidade e são
as riquezas do subsolo.
Não são menos fraudulentos, por sua vez, muitos
dos "quilombos" que pipocam em áreas nobres do território e do meio
urbano nacional. Os falsários organizam esses grupos de interesse, insuflam
ódio racial, excitam a cobiça, prometem vantagens patrimoniais, inventam
fábulas sobre inexistentes quilombos e cuidam de ampliar o número de falsos
quilombolas.
Uma vez assumida como estratégia de ação e estilo de vida, a falsidade se impõe
em tudo. Por isso, os falsos dossiês, encomendado a falsários profissionais.
Por isso se falsificam as informações sobre as contas públicas com a tal
"contabilidade criativa". Por isso Dilma, ungida candidata à
presidência, é apresentada à nação como grande gestora de um governo enrolado e
enrolador. Por isso se apressam em fazer o que muito condenaram para não
enfrentar o fracasso de soluções que nunca tiveram. Por isso diziam que o PT
não era como "os partidos tradicionais" e tinham razão - o PT é um
partido que protege bandidos. Por isso o falso apreço a direitos humanos, um
apreço que tem cor partidária, que tem afeições e ódios ideológicos. Por isso
as falsificações ditadas pelos mandamentos do "politicamente
correto", que transformam reivindicações grupais e pautas políticas em
pretensos direitos humanos.
A lista seria inesgotável. Os falsários
compreendem suas estratégias e métodos como elementos da disputa e da
preservação do poder e os aplicam em tudo. O certo, a verdade e o bem integram
uma esfera de temas que sequer conhecem, onde não vão e onde não operam. Nos
espaços em que atuam habitualmente não incidem exigências de ordem moral que
não estejam referidas à manutenção do poder. Para quem ainda não percebeu, é a
mesma ética assumida pelos falsos mártires do Mensalão.
Fonte: "Mídia Sem Máscara"
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