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sábado, 6 de julho de 2013

Sem partido! Sem partido!



Por David Coimbra

Todos concordamos, não é? O brasileiro é um povo ordeiro e bom, representado por políticos desonestos e maus. Ontem mesmo vi um sujeito atirar uma bola de papel pela janela do carro, sujando a rua, e pensei: lá vai um maldito deputado! Aqueles seis bandidos que invadiram a casa de uma família boliviana, em São Paulo, e mataram um menino de cinco anos de idade porque ele chorou. Só podem ser deputados. Pela natureza do crime, talvez sejam senadores. Os sujeitos que andam queimando viaturas da polícia. Não duvido que sejam vereadores, sabe como são esses vereadores.
As pessoas que se aproveitam das manifestações para quebrar, saquear e assaltar, essas pessoas, evidentemente, são presidentes de partidos. No Rio, vi uma senhora de joelhos na calçada em frente a sua loja. Implorava, de mãos postas, para que os manifestantes mascarados não roubassem seu estabelecimento. Eles riram dela e a roubaram. Também deviam ser presidentes de partido. Ou, quem sabe, alguns desses suplentes escorregadios.
Os furadores de fila, os sequestradores que atacam sob os semáforos, os golpistas que ligam para o seu celular, os inoculadores de vírus na Internet, os adulteradores do leite das criancinhas, os homens que batem nas mulheres, as mães que deixam os filhos abandonados pelas ruas, os flanelinhas que riscam os carros, os leitores grosseiros, os jornalistas venais, todos os que, todos os dias, iludem, burlam e enganam, todos são, nós sabemos, malditos parlamentares.
Se não fossem esses políticos, que país maravilhoso seria o Brasil. Temos mesmo que implodir a democracia representativa e gritar, como ouvi a massa gritando nas manifestações:
- Sem partido! Sem partido!
A massa é um monstro sem cabeça, já dizia Charles Chaplin, adaptando Marx. Curiosamente, era disso que as massas se orgulhavam nas manifestações: de não haver cabeça; havia só corpo.
- Sem partido! Sem partido! - gritavam, e queriam dizer: vocês, que nós mesmos escolhemos para nos representar, não nos representam.
Por que não representariam? Porque, afinal, somos um povo ordeiro e bom representado por políticos desonestos e maus. Agora, se não for nada disso, se a democracia representativa funcionar, como funciona em todo o mundo, e o Congresso for apenas um espelho do que é o povo, meu Deus, não quero pensar nisso. Porque não vai adiantar quebrar o espelho.
Texto publicado em "Zero Hora" (RS) na esxta-feira, 5 
Enviado por Sérgio Oliveira, de Charqueadas

Um comentário:

Antônio do Lajedinho disse...

A idade, 87,6 anos, me confere o direito de dizer tudo que penso, sem meias palavras, porque sou independente e experiente, alem de nada temer pois já viví muito e não temo a morte. Este pre-comentário é para dizer, claramente, que o Congresso Nacional precisa, urgentemente ser dissolvido, nem que seja à bala. Aliás os bandidos nos desarmaram já prevendo que este momento poderia chegar. Mas temos o voto. E desta vez vamos acabar com o
mito que brasileiro tem memória curta. Se fizemos a "diretas já" os "cara pintadas" para quem robou, oficialmente, só uma caminhonete e vencemos, porque não fazermos agora a revolução dos centavos no grito. Vamos para as ruas jóvens brasileiros, vamos gritar novamente o velho chavão que ganhamos a Copa: "PRA FRENTE BRASIL!!! Ass. Antonio Moreira Ferreira (Antonio do Lajedinho