Por Ricardo Noblat
Essa gente não se dá conta de que muita coisa
começou a mudar no país desde que o distinto povo, cansado com problemas não
resolvidos e a falta de vergonha dos seus representantes, decidiu sair às ruas
por conta própria a gritar o que lhe vem à alma?
O presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), é o número três na hierarquia da República. O
número um é a presidente da República e o dois o vice-presidente. Na ausência
deles, Henrique assume a presidência.
Não é pouca coisa em matéria de
distinção, importância e responsabilidade. A substituição eventual da
presidente e do vice não costuma produzir emoções - nem grandes nem pequenas. O
Brasil jamais foi à guerra aproveitando a ausência dos dois.
Mas é razoável que se espere do terceiro na
linha da sucessão presidencial e do primeiro no comando de 513 deputados
federais que se comporte com sobriedade, moderação e decência. E que não falte
com o decoro. Henrique faltou com o decoro.
No último fim de semana, requisitou um
jatinho da FAB para leva-lo ao Rio de Janeiro onde assistiria ao jogo Brasil x
Espanha pela final da Copa das Confederações. O jatinho foi buscá-lo em
Natal.
Pegaram carona com o ele sete pessoas: sua
noiva, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo
Arruda, com a mulher Larissa, além de um filho do presidente da Câmara. Um
amigo de Arturo pegou carona de volta.
Se Leandro Colon, repórter
da Folha de S. Paulo, não tivesse descoberto o que claramente configura abuso
de poder da parte de Henrique, tudo teria ficado por isso mesmo mais uma vez.
Como descobriu, Henrique anuncia que pagará as despesas de viagem dos seus
acompanhantes.
Espera com isso pôr um ponto final na
história.
Não haverá ponto final. Para sempre a
história será lembrada.
Fonte: "Blog do Noblat"
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