Por Cesar Maia
1. Neste sábado - 15 de
junho - Dilma foi vaiada 3 vezes na abertura da Copa das Confederações. Em
julho de 2007, Lula foi vaiado 5 vezes na abertura dos Jogos Pan-americanos. Em
17 de julho, o Datafolha mostrava que Lula tinha 48% de ótimo+bom. Dilma agora
tem 57%. Em ambos os casos, o perfil do público do Mané Garrincha e do Maracanã
era de classe média. No Maracanã menos, pois houve distribuição parcial de
ingressos pelos governos. Em julho de 2007, a avaliação de Lula entre os que
têm renda familiar acima de 10 salários mínimos era de 32%, 16 pontos menos que
a média. Dilma tem, nesse segmento, 43%, 14 pontos menos que a média.
2. Mas a derrapagem de Dilma foi maior. Três meses
antes, Dilma tinha 67% de ótimo+bom nesse segmento de renda mais alta. Assim,
perdeu 24 pontos. Lula tinha 39% três meses antes e perdeu 7 pontos. Dilma sabe
disso e tenta se cuidar. Mas comete um erro: desistir da classe média e correr
para os braços do povão com medidas variantes da bolsa-família
(bolsa-eletrodomésticos...). E não tem o talento, a experiência, a vida e o
perfil de Lula para falar com o povão.3. E há uma diferença muito maior. Em Julho de
2007 faltavam 3 anos e 3 meses para a eleição. Agora falta 1 ano e 4 meses. 39
meses contra 16 meses. E mais: o destaque das VAIAS na primeira página dos
jornais e a confirmação por Galvão Bueno na TV com Dilma, agora, ganharam
enorme destaque. No Twitter e Facebook bateram recordes. Lula foi tratado de
forma diferente pela imprensa e as redes não tinham o impacto de hoje.4. É verdade, em setembro de 2008 veio a crise
financeira internacional. Lula aplicou um casuísmo keynesiano multiplicando a
demanda. Deu certo. A inflação ficou em 4,5% e a economia cresceu 7,5%. Mas
contava com um câmbio valorizado para segurar a inflação e com baixa
expectativa inflacionária. Dilma agora tem um câmbio crescente e qualquer
excesso keynesiano empurra a inflação para 2 dígitos. E o calendário eleitoral
já está em curso, um ano antes das convenções de junho de 2014.5. (Duda Mendonça - Folha de SP, 16) Segundo turno
para quem está no poder é perigosíssimo. O segundo mandato deve ser ganho no
primeiro turno. Se fica para depois, é sinal de que não teve uma maioria
substancial para vencer logo. Acho um risco para a Dilma. Para quem está hoje
com 70% de popularidade, não faz sentido não ganhar no primeiro turno.
Significa que tem alguma coisa que está mexendo aí.Fonte: "Ex-Blog do Cesar Maia"

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