Por Reinaldo Azevedo
Sempre
que Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, pensa, o mundo fica
mais escuro, menos inteligente, menos claro e… mais perigoso. As pessoas que
acessaram este blog ontem 342.959 vezes - e que devem fazê-lo hoje mais de 350
mil vezes - sabem o que penso do trabalho da imprensa nessa história, com as
exceções de praxe: LA-MEN-TÁ-VEL!, para dizer pouco. Flertou com a
irresponsabilidade e o caos. Ao demonizar as PMs, ao ignorar que elas são a
primeira barreira de contenção na hipótese de que as coisas começarem a sair do
controle, ao jogar no lixo a evidência de que aqueles homens são a democracia
de uniforme, que impedem a luta de todos contra todos, esses setores do
jornalismo atuaram com uma irresponsabilidade ímpar. Por quê? Seria por
reacionarismo, por conservadorismo, por golpismo? Não! É a ânsia, nesse como em
vários outros casos, de fazer justiça com o próprio teclado.
Então
eu penso o mesmo que Gilberto Carvalho? Não! Ambos repudiaríamos essa ilação
até debaixo de chicote. Este lamentável senhor, que deveria ser demitido - e,
se Dilma não o fizer, corre o risco de se lascar! -, enxerga uma espécie de
conspiração, conservadora claro! Ao acusar a "mídia", afirma, segundo informa a
VEJA.com:
"A
imprensa teve um papel no moralismo, no sentido despolitizado, um tipo de
antipolítica, que leva a isso que está acontecendo. Aqueles que o tempo todo
verbalizaram esse tipo de posição também têm responsabilidade por esse aspecto
destrutivo que está aí, e não adianta vir, agora, celebrar essa manifestação e
não se dar conta de que também eles são responsáveis por isso que está
acontecendo"
Ou
ainda:
"Não há
democracia sem partido. Não há democracia sem uma forma de instituição. O sem
partido, no fundo, é ditadura. Nós temos que ficar muito atentos a isso".
É mesmo?
A
única preocupação de Carvalho, como fica evidente, é o fato de os petistas
terem sido expulsos da Paulista ontem, debaixo de vaia: "ô PT, vai se
fervê/ E leva a Dilma com você". Aí deu medinho, não é?
Quando
José Eduardo Cardozo estava tirando uma casquinha do caos
em São Paulo, oferecendo "ajuda" a Alckmin por intermédio da imprensa, tudo
parecia bacana aos petistas. Quando o partido mobilizou seus sindicatos para
participar do protesto do dia 17, os petistas acharam ok. ATENÇÃO! EU CONTEI
AQUI: GILBERTO CARVALHO FOI INFORMANDO DE QUE O PETISMO HAVIA LIBERADO AS BASES
PARA A MANIFESTAÇÃO E ACHOU CERTO, CONCORDOU. Consideravam que estavam jogando
a pá de cal no governo Alckmin. Quando a PM de São Paulo passou a ser
demonizada Brasil - e mundo - afora pela Al Qaeda eletrônica petista, aquilo
tudo pareceu mel na sopa. Quando, no entanto, no dia 17, o Rio meteu 100 mil
pessoas na rua, contra apenas 65 mil em São Paulo, os engenheiros sociais
sacaram que algo tinha dado errado e saído do controle.
Sim, é
verdade, amplos setores da imprensa apoiaram os protestos, mas não foi por
conservadorismo, direitismo ou reacionarismo. Apoiaram porque esse é o
resultado sistemático de anos de destruição da inteligência e da independência
de pensamento - inclusive nas redações. O que vemos, na rua, e ainda me deterei
sobre este aspecto, é o resultado de 10 anos de ataque deliberado à ordem e às
instituição. E Gilberto Carvalho, o principal responsável pela convulsão social
em parte do Mato Grosso do Sul, por exemplo, é um dos organizadores do caos.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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