Está no jornal "O Globo", edição desta segunda-feira, 6:
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi confrontada com o passado no fim de semana. Duas publicações revisitaram, ouvindo contemporâneos e amigos da ministra, o envolvimento dela com a guerrilha, no período da ditadura militar. Reportagem publicada na edição deste mês da revista "Piauí" revela um caso em que Dilma, depois de torturada, teria delatado um colega.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi confrontada com o passado no fim de semana. Duas publicações revisitaram, ouvindo contemporâneos e amigos da ministra, o envolvimento dela com a guerrilha, no período da ditadura militar. Reportagem publicada na edição deste mês da revista "Piauí" revela um caso em que Dilma, depois de torturada, teria delatado um colega.
Hoje caminhoneiro, Natael Custódio Barbosa conta que, no fim de janeiro de 1970, foi a um encontro marcado com Dilma e acabou preso. Ele chegou a encontrar a então militante, mas foi surpreendido pela polícia.
"Ela fez aquela cara de desespero e eles caíram imediatamente em cima de mim", disse Natael, que completou:"Nunca mais a vi. Ela me entregou porque foi muito torturada, e eu entendo. Acho que me escolheu porque eu era da base operária, não conhecia liderança alguma".
Em entrevista à "Folha de S.Paulo", a ministra Dilma Rousseff diz não ter hoje a mesma cabeça da época e que já esqueceu muita coisa do período de torturas:
"Uma parte você tentava esquecer. Sabe que teve uma época em que eu falei uma coisa que eu achava que era verdade e não era. Era mentira que eu tinha contado e aí depois eu descobri que era mentira. Você conta e se convence".
Na mesma reportagem, Antonio Spinosa, ex-colega da ministra, afirma que, em 1969, o grupo armado que dirigiam planejou uma ação contra o então ministro da Fazenda, Delfim Netto , hoje aliado de Dilma.
Um mapa da emboscada preparada para Delfim consta de um dos processos no Superior Tribunal Militar (STM) que condenou militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Na reportagem, Dilma negou com veemência a participação no plano.
"Acho que o Spinosa fantasiou essa. Sei lá o que ele fez, eu não me lembro disso", afirmou Dilma, que em seguida foi ainda mais enfática:
"Todos os dias arranjam uma ação para mim. Agora é o sequestro do Delfim? Ele vai morrer de rir. Estou te fazendo (à repórter) uma negativa peremptória".
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