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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Os três "neo-mosqueteiros"

Por Henrique Cerqueira
Eu e muita gente do meu tempo (que não faz tanto tempo assim) forjaram suas personalidades com a leitura de almanaques e gibis e vendo filmes de justiceiros (no bom sentido), como "Fantasma" (O Fantasma Que Anda), "Tarzan (O Rei das Selvas), "Zorro" (Dom Diego de La Vega), "Batman" (O Homem Morcego), "Robin Hood" (o nobre que tirava dos avarentos para distribuir com os pobres), que saudade desses personagens e tantos outros.
Entretanto, "nunca na história deste país", nem mesmo "qundo eu era criança pequena lá em Barbacena", escutei falar que um presidente da República se preocupasse com as eleições na terra de Maria Quitéria e de Lucas Evangelista.
Ele, o presidente, "cabra da peste" (de questionáveis intenções), lembra seu conterrâneo, Virgolino Ferreira da Silva, o "Lampião", de quem ouviu falar desde a infância, quando tangia bodes nos cafundós de Pernambuco, orgulhoso das estrepolias do "Rei do Cangaço" e seus cabras.
A conduta do chamado "justiceiro das caatingas", que confundia a força do direito com o direito da força, deve ter influenciado o menino barrigudo chamado Luiz, posto que, o raptor de Maria Bonita pretendia ser "interventor do sertão", após receber das mãos de padre Cícero Romão Batista a patente de capitão, tendo como missão passar nas cordas o grande Luiz Carlos Prestes, o "Cavaleiro da Esperança", que sonhava fazer voltar aos pampas gaúchos aquele que por simples bajulação entregou a doce Olga Benário aos fuzileiros nazistas.
Para o bem de todos e felicidade geral do Nordeste, o líder de "Corisco" e "Volta Seca" teve a sua saga encerrada no leito do rio Angicos, crivado de balas deflagradas pelas volantes de Alagoas, Bahia e Sergipe.
Para onde é que foi Luiz, o "barrigudinho"? Forte, no dizer de Euclides da Cunha, orgulhoso como um leão do norte, preferiu o "pau de arara", vencendo penosamente as "léguas tiranas" até chegar à "terra da garoa, da lama e do pau" ("ouvir a triste partida", onde, por razões que a própria razão desconhece, tornou-se comandante em chefe das Forças Armadas).
Oito anos depois de projetar um criatório de galinhas caipiras, único dentre todos os palácios do mundo, no uso de suas funções e presunções, voltou sua mente "nordestínica" para a "terra das boiadas", onde pretende dobrar seus opositores com a ajuda dos três "neo-mosqueteiros", que nada têm em comum com os lendários D'Artagnan e os três mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. O lema dos citados heróis é "um por todos e todos por um". A principal diferença é que os "neo-mosqueteiros" agora usam uma nova palavra de ordem: "três unidos contra um".
Felizmente, este um, conta com o apoio de um "Ricardo Coração de Leão", reencarnado na figura boa e simples de um homem chamado José.
* Henrique Cerqueira é advogado e radialista

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