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terça-feira, 30 de setembro de 2008

"O simbolismo da eleição na capital e Wagner"

Por Tasso Franco, no "Bahia Já":
O município de Salvador tem 20% do eleitorado da Bahia. Por sí só, não define a eleição estadual porque, numericamente, os 80% restantes estão espalhados nos 415 outros do território.
Ainda assim, a capital, além da sua dimensão eleitoral tem o simbolismo político.
A capital é espelho para onde convergem todos os baianos, principal pólo cultural e de negócios, centro aglutinador dos serviços, das excelências no ensino, na medicina, na engenharia, no jornalismo e assim por diante.
É onde reside o governador do Estado e se situam os órgãos principais dos outros poderes, o Tribunal de Justiça e a Assembléia Legislativa.
Daí que, uma vitória (ou derrota) em Salvador tem uma dimensão regional (e nacional) e conta muito nas eleições estaduais.
Nesta eleição, quando se confrontam os principais líderes políticos do Estado, o governador Jaques Wagner (PT), o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-governador Paulo Souto (DEM) tornou-se plebiscitária.
Nessa ciranda, a situação mais complicada é a do governador Jaques Wagner. Está, praticamente, na obrigação de colocar o seu candidato a prefeito, Walter Pinheiro (PT), no segundo turno, sob pena de amargar a maior derrota nacional do PT no país.
Geddel não teria muito a perder porque a essa altura da campanha já conseguiu fazer o impossível, tornar seu candidato João Henrique (PMDB), até pouco tempo com uma estratosférica rejeição e sem perspectiva de vitória, a uma competitividade impressionante. Já está no lucro. Se levar João ao segundo turno é a glória.
Souto também não teria muito a perder na medida em que, posto na oposição pela vontade do eleitorado, em 2006, vê, no momento, seu candidato com chances reais de chegar ao segundo turno, o que significa uma vitória diante do desmonte do antigo PFL, processo que se deu a partir de janeiro de 2007.
De sorte que, o problema maior está no colo de Wagner. Pinheiro tem dito e repetido várias vezes em seu programa que Lula é 13, o presidente; Wagner é 13, o governador; ele é 13, o candidato a prefeito que deseja chegar ao poder, em Salvador, para compor essa aliança num mesmo partido dos segmentos municipal, estadual e federal. Este é o maior teste que o governador Wagner está enfrentando desde que foi eleito em 2006. Dificilimo porque as pesquisas apontam um quadro de indefinições, sem que o candidato do PT, até agora, tivesse conseguido a tão propalada "virada".
Os componentes do processo estão demarcados e carimbados: vitória (ou derrota) de João, credite-se a Geddel; vitória (ou derrota) de Pinheiro, credite-se a Wagner; e vitória ou derrota de Neto, a Paulo Souto.
Daí o simbolismo de Salvador na perspectiva 2010 e todo empenho desses três líderes diante da eleição do próximo domingo, na velha Cidade da Bahia.

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