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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Um motivo para Colbert e o PMDB

Por Rocha Martinez
A campanha eleitoral está na reta final, principalmente para o professor José Almeri, que inexoravelmente ficará na lanterninha, salvo se houver um milagre. Não se vislumbra sequer, a possibilidade de ficar no consciente do eleitorado, com chances para almejar uma cadeira na Assembléia Legislativa, pois, de quociente eleitoral rarefeito. Parece que os alunos do professor, não entendem a aula que tediosamente ministra pela televisão.
Transparece nesta “epopéia”, o triste desempenho de um partido político, o PSDB, que abriga e abrigou em suas hostes, um presidente brilhante, Fernando Henrique Cardoso, e um governador da magnitude de Mário Covas (em São Paulo), símbolos que foram da luta contra a famigerada ditadura.
Triste constatar, que agremiações sérias, possam servir de palanquim, para dom quixotescos personagens. Quem não se lembra de Clailton Mascarenhas sendo prefeito de Feira de Santana? Daí talvez, a esperança do professor José Almeri. Se o PMDB já experimentou o poder municipal, por que ele não? É, tem lógica, ainda que tais desvios possam ocorrer uma vez em cada século.
O exame das posições mostra que a trajetória dos candidatos, até então, não reflete no topo do percentual alcançado por Tarcízio Pimenta. Este continua irredutível. Sérgio Carneiro, tudo indica, já conquistou o que tinha de conquistar. Não é crível que vá diminuir o patamar atingido, tampouco acreditamos que vá crescer, a ponto de se aproximar com perigo da cidadela do candidato apoiado por José Ronaldo.
Entretanto, ainda que exista um crescimento substancial de Sérgio Carneiro, algo como mais seis pontos percentuais, este poderá se dar por migração, sugando um pouco de Colbert e complementado com os indecisos, que deixam para decidir na boca da urna. Mas, aí entra uma lógica, os indecisos não se decidem apenas por um candidato, mas por todos que estejam na peleja, o que se entende ser Tarcízio Pimenta um dos beneficiários dos eleitores de última hora. Ah! não se pode deixar de registrar, que também, em vista do aspecto conservador da continuidade e, de estar liderando as pesquisas, absorverá a totalidade dos votos úteis. Por enquanto, em relação aos três candidatos, este é o atual panorama.
Mas, tem Colbert Martins Filho. Qual a sua real situação? Ora, avizinha-se para o candidato, não digo uma tragédia, mas um desastre, difícil de recompor, que o colocará em situação delicada, para o seu futuro político, como demonstraremos adiante, com a ajuda da lógica formal.
Neste momento de campanha, os leitores poderão avaliar, que Sérgio Carneiro destruiu com sua campanha desleal, toda uma plataforma eleitoral construída por Colbert Filho, desde que se elegeu deputado estadual quando o seu pai ainda era vivo.
Constata-se que nesta campanha, que Sérgio com a peculiar característica de oportunista, avançou com um apetite digno das aves de rapina, para tentar arrebatar a Prefeitura de Feira de Santana. Vem usando a força da mídia, paga a peso de ouro, tentando massificar mensagens no subconsciente dos eleitores. Aproveita-se de alguns meios de comunicação acovardados pela incerteza, com receio de perder participações; além é claro, da participação de influentes “parceiros”, como intitulados, nas chantageantes e abusivas aparições e audições, para inusitadamente, desmontar a candidatura de Colbert Martins Filho quando tudo indicava que este iria ter um embate equilibrado com o deputado estadual Tarcízio Pimenta.
Pena, pois, apesar da saída inteligente de uma grande fatia dos correligionários de Colbert, levados por Cláudio Fonseca Soares, que vislumbraram, antecipadamente, a decadência da forma de liderar do candidato, ele não merecia esta sorte.
Colbert aparece como um abandonado, quase sem companhia, com meia dúzia de gatos pingados, sem qualquer expressão local a ombrear-se, sugado que foi pela campanha de Sérgio Carneiro. Uma sua aparição em São Vicente foi deveras constrangedora, pois, enquanto Sérgio que no mesmo momento também visitava o povoado, era acompanhado por cerca de 30 carros e aproximadamente 100 militantes, Colbert apareceu acompanhado de apenas uma pessoa, que sequer sabia localizar a casa de antigos correligionários de seu pai, onde pudesse obter apoio. Foi simplesmente deprimente.
E o que dizer dos aliados? O presidente Lula apareceu inicialmente para Sérgio e provavelmente fez com este avançasse e diminuísse os votos de Colbert, depois, o presidente apareceu em uma mensagem - grotesca montagem -, falando a favor de Colbert, que, entretanto, continuou empacado no seu volume de previsão eleitoral. Mas, pasmem, o mesmo Lula apareceu no programa de Tarcízio dizendo que não tinha predileção por qualquer prefeito, fosse de seu partido ou da oposição, porque ele é o presidente de todos os brasileiros. Claro, está certo também. não é?, mas, a cabeça do populacho vai fundir com esses bombardeios de mensagens. Ou se está de um lado ou está do outro. Não adianta os opositores de Tarcízio gritarem, pois, a sua propaganda não disse, nem o seu nome foi citado, afirmando que o presidente está de seu lado como candidato. Apenas transmitiu uma mensagem, clara, impossível de ser contrariada, que em sendo prefeito, Lula terá, ainda que em tese, a obrigação legal e moral de tratá-lo da mesma forma que os prefeitos eleitos pelo Partido dos Trabalhadores.
O somatório dos acontecimentos nestas eleições demonstrará que a lógica apontada nas urnas, influenciará fortemente no futuro, contra o candidato Colbert Martins Filho, caso este queira continuar no Congresso Nacional como parlamentar. Veja-se: atualmente o nobre deputado ostenta uma previsão de 10% a 12%, dos votos. Em um universo de pouco mais de 346 mil eleitores, a totalidade de votos válidos é representada por aproximadamente 300 mil. Se Colbert alcançar apenas 30 mil votos, ou menos que isto, ficará sem força eleitoral, para tentar uma reeleição de deputado federal - até então conseguida com certa folga, apenas na base do discurso -, pois, sairá corroído em sua principal base eleitoral, núcleo irradiador para atrair periferias menos densas, mas complementares na soma total.
Analise-se, que outros candidatos na mesma linha ideológica, também estão buscando ganhar musculatura, visando pousar no planalto brasiliense.
Deve-se mirar no exemplo do que vem acontecendo em Salvador, capital do Estado. Acreditamos que está na hora do deputado Colbert Filho e os líderes estaduais e nacionais do PMDB repensarem certas trocas de alianças, pois, determinados casamentos, só com separação total de bens. Motivos específicos existem para Colbert, em Feira de Santana, para João Henrique, em Salvador, e para o PMDB em sentido nacional. Acordem peemedebistas, o cobertor do PT não é tão grande, não dá para abrigar a todos.
* Advogado e escritor, Rocha Martinez é colaborador do Blog Demais

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