Cantor e compositor baiano premiado em festivais de música nos anos 60/70 retoma carreira artística com álbum autoral que dialoga com diversidade e transformações da música popular brasileira
Foto de Laura Fernandes
O cantor e compositor baiano Antonio Miranda lança o disco "Depois do Ovo" na sexta-feira, 1º de julho, nas plataformas digitais e apresenta as músicas do álbum em uma intervenção artística durante o desfile de 2 de julho. O disco conta com 11 canções autorais e uma faixa bônus com a participação de Renato Teixeira cantando uma nova versão de "Se Não Houvesse Mais Música". Miranda participou da época de efervescência cultural dos festivais de música locais e nacionais, entre os anos 60 e 70, onde participou como finalista com composições de sua autoria, chegando ao primeiro lugar no primeiro festival de música realizado na Bahia. Agora o artista retoma sua produção musical com um diálogo afinado entre passado e presente que constrói a diversidade da música brasileira. O pré-save pode ser realizado através do link https://tratore.ffm.to/depois-do-ovo
Como já é sua marca registrada, a mistura rítmica e de gêneros marcam o álbum. "Tem de tudo, piano clássico bem dramático e teatral, saxofone, violão, clarinete, influências que passam pela bossa nova, samba e tropicalismo até um diálogo com o sertanejo de hoje que chamo de pós-universitário. Em "Coração à Mão", por exemplo, eu canto as diferenças de gerações com uma dupla de sertanejos universitários de Birigui (SP), Kleber e Guto. Juntos, interagimos musicalmente nas diferenças de se expressar", ressalta Miranda.
Em relação às letras, Miranda traz questionamentos sobre a passagem do tempo, as mudanças sociais, de comportamento e as formas de se relacionar. "É um trabalho cheio de reflexões e indagações. Tem músicas que trazem suavidade e outras que são provocativas, como é possível observar nos versos da música 'Vivo ou Morto' - 'Eu encontrei um velho amigo / Que me olhou com olhar antigo / Como se eu já pertencesse / À lista dos desaparecidos'".
Antonio Miranda define sua obra como música brasileira feita por quem escuta atentamente todas as nuances musicais que se apresentam. "Tudo o que passou pelos meus ouvidos, sem preconceito. Mas tenho sim minhas referências, que estão nos grandes mestres, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Noel Rosa, João Gilberto, Cartola, Batatinha, Caetano, Gil, Tom Zé, Gordurinha e Jackson do Pandeiro, além dos amigos com quem pude conviver artisticamente como Paulinho da Viola, Renato Teixeira".
O álbum tem produção assinada por Paulo Mutti, através do Selo Benzza Music, direção musical de André Tiganá, capa é de Daniel Kalil.
(Com informações de Gisele Santana)
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