Ex-presidente acredita que ainda tem força política
Por Jarbas Aragão
Já condenado em primeira instância,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que talvez não poderá concorrer
em 2018. Por isso subiu o tom e fez um discurso inflamado contra a Lava Jato,
exigindo um pedido de desculpas do juiz Sergio Moro.
O petista é réu em sete ações
penais, e sempre negou todas as acusações, embora exista abundância de provas e
testemunhos de vários delatores. "Eu sei que tô lascado, todo dia tem um
processo. Eu não quero nem que Moro me absolva, eu só quero que ele peça desculpas",
afirmou Lula em um seminário que participou em Brasília.
"Eles [investigadores] chegam a
dizer: 'Ah, se o Lula não for candidato, ele não vai ter força como cabo
eleitoral'. Testem", desafiou.
Lula diz que Moro usou "mentiras
contadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público" para julgá-lo e
condená-lo, mas que ele não tem "medo".
"Eu quero que eles saibam o
seguinte: se eles estão acostumados a lidar com deputado que tem medo deles, a
mexer com senadores que têm medo deles, quero dizer que tenho respeito profundo
por quem me respeita, pelas leis que nós ajudamos a criar, mas não tenho
respeito por quem não me respeita e eles não me respeitaram", bradou diante dos
presentes, num tom bem diferente do que usou nas vezes que foi ouvido por Moro
em Curitiba.
Afeito a usar a comparações
religiosas, acreditando que causará algum tipo de efeito, Lula disse se
comparou ao demônio.
"Não tenho cara de demônio, mas
quero que eles me respeitem como se eu fosse, porque eles sabem que a economia
não vai ficar subordinada ao elitismo da sociedade brasileira", vociferou, em
tom de ameaça.
Em março deste ano, Lula havia
se comparado a Deus, dizendo que as pessoas não podiam levar seu nome "em
vão". A afirmativa de agora mostra que ele está mais assertivo nas comparações.
Com informações Folha de SP
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