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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Maquiavel continua impregnado na política

Por Dimas Oliveira
"Aquele que estudar cuidadosamente o passado pode prever os acontecimentos que se produzirão em cada estado e utilizar os mesmos meios que os empregados pelos antigos. Ou então, se não há mais os remédios que já foram empregados, imaginar outros novos, segundo a semelhança dos acontecimentos".
No capítulo XXXIX de "Discursos", Nicolau Maquiavel trata do estudo do passado para observar a natureza humana. Cerca de 500 anos depois, o pensamento do florentino é atual, daí se poder tratar sobre as semelhanças de seus ensinamentos com a realidade política de hoje.
Em "O Príncipe", sua obra mais notável, Maquiavel considera os homens como "ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro" (capítulo XVII). O que mudou em cinco séculos? A natureza humana é imutável. Ela é recorrente, como a história confirma.
Para Maquiavel, o poder político nasce do mal, condição que é intrínseca ao ser humano, assim como o bem. O próprio autor se insere nessa questão, pois maquiavélico, encarnação do mal, e conselheiro que discorreu sobre a liberdade, alertando os dominados contra a tirania dos poderosos.
O poder está em "O Príncipe" assim como em "Discursos". Na filosofia política, Maquiavel se transformou num clássico, pois é sempre citado, mesmo quando não é compreendido.
A partir de sua obra, o entendimento de que "o mundo da política não conduz ao céu, mas a ausência da política é o pior dos infernos".
O certo é que a presença de Nicolau Maquiavel é concreta na política brasileira, pois uma referência constante no debate pelo que tem de maquiavélica na desqualificação dos adversários como tem de maquiavelismo na utilização de práticas astuciosas e traiçoeiras, tão comum no cotidiano do cenário local, estadual, nacional e internacional.
Nicolau Maquiavel está indelevelmente impregnado no meio político moderno, como esteve no pretérito.
Artigo publicado na edição desta sexta-feira, 24, do "NoiteDia"


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