Por
Reinaldo Azevedo
Escrevi nesta manhã um post indagando por que diabos, afinal,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, se tornou o principal inimigo do
governo. Ele fez a crise econômica? Ele fez a crise política? Ele fez a crise
de confiança? Convenham: ele é uma das figuras mais influentes do país hoje,
mas ainda é desconhecido da esmagadora maioria dos brasileiros. A sua pauta nem
mesmo contamina o país com mau humor. Ao contrário até: como a sua agenda está
bem mais próxima da do povo em geral, os que o conhecem até depositam nele
algumas esperanças. O governo está encalacrado é por sua própria conta, por sua
própria incompetência. E sua reputação tende a piorar. Pesquisa CNT/MDA
divulgada nesta terça não traz uma só boa notícia para o governo, para Dilma
Rousseff, para o PT e para Lula.
Vou inverter o lead que anda por aí. Como Lula, o amigão de Dilma,
era tido até outro dia por petistas como reserva estratégica para que o partido
possa se manter no poder a partir de 2019, vamos ver como anda a reputação do
rapaz. Se ele disputasse hoje um segundo turno, perderia para qualquer um dos
três tucanos que podem ocupar a vaga à Presidência em 2018. Na disputa, com
Aécio Neves, apanharia por 49,6% a 28,5%; com José Serra, por 40,3% a 31,8%;
com Geraldo Alckmin, por 39,9% a 32,3%. Lula se disse no volume morto. Errado!
Ele é o volume morto.
Ainda assim, está um pouco melhor do que Dilma, não é? Quem não
estaria? Consideram o seu governo bom ou ótimo apenas 7,7% dos entrevistados,
contra 70,9% que o veem como ruim ou péssimo. Dizem ser regular 20,5% dos
entrevistados. A que consequência isso leva? Se Dilma sofresse hoje um processo
de impeachment, quase dois terços dos brasileiros veriam realizado o seu
desejo: defendem que a presidente perca o seu mandato 62,8% dos entrevistados;
apenas 32,1% se mostram contrários. Quantos sairiam às ruas em sua defesa?
Garanto que bem menos do que isso.
Sabem quantos aprovam o desempenho pessoal de Dilma? Apenas 15,3%,
contra 79,9% que o reprovam. É um desastre. Aquela foto em que ela e Lula
aparecem agarrados ganha agora uma nova legenda: abraço de afogados.
O brasileiro, finalmente, começa a ligar os nomes às coisas. Para
53,4%, a corrupção é um dos principais problemas do país - para 37,1%, é o
principal. Já ouviram falar da Lava Jato 73,8%. Nem Dilma nem Lula conseguem
escapar do peso da lambança. E a situação dela é ligeiramente pior do que a
dele, embora ambos apareçam na lama: 69,2% dizem que a presidente é culpada
pela roubalheira na Petrobras, e 65% pensam o mesmo de Lula. Livram a cara da
presidente só 23,7%; 27,2% no caso do ex-presidente.
A população, de certo modo, tem uma percepção da realidade mais
correta do que a de boa parte da imprensa: 40,4% dizem que o culpado pela
corrupção é o governo; 30,4% apontam os partidos políticos; 14,2% indicam os
funcionários da empresa, e apenas 3,5% dizem ser as empreiteiras. A maioria, no
entanto, não acredita que os culpados serão punidos: 67,1%.
Os brasileiros descobriram também que a corrupção tem um preço:
para 86,8%, ela prejudica a economia do país, e isso certamente ajuda a
alavancar a brutal rejeição a Dilma. Os entrevistados estão mais realistas do
que pessimistas: 55,5% apontam que a situação do emprego vai piorar - e eles
estão certos: vai mesmo!
Encerro
Pois é… Digamos que Cunha viesse a deixar de ser uma pedra no sapato de Dilma. E daí? Ele nada tem a ver com esse cenário, produzido pela histórica incompetência dos petistas e por sua brutal arrogância no trato com a realidade.
Pois é… Digamos que Cunha viesse a deixar de ser uma pedra no sapato de Dilma. E daí? Ele nada tem a ver com esse cenário, produzido pela histórica incompetência dos petistas e por sua brutal arrogância no trato com a realidade.
Como é mesmo, Lula? "Olhem que eu volto!!!"
Ah, volta, Lula! Volta!!!
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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