Por Reinaldo Azevedo
Que coisa, né? Estou aqui estarrecido. Até os santinhos, coitados!, quando próximos da Petrobras, acabam ficando com o pau oco. Nada escapa da sanha companheira, nem o território do sagrado. Segundo informa Aguirre Talento, na Folha Online, uma verba doada pela Petrobras para a restauração de uma igreja, na Bahia - terra natal do então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli -, resultou em um dano de R$ 4,2 milhões aos cofres da estatal. Pior ainda: a restauração não terminou, ficou pelo caminho.
Que coisa, né? Estou aqui estarrecido. Até os santinhos, coitados!, quando próximos da Petrobras, acabam ficando com o pau oco. Nada escapa da sanha companheira, nem o território do sagrado. Segundo informa Aguirre Talento, na Folha Online, uma verba doada pela Petrobras para a restauração de uma igreja, na Bahia - terra natal do então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli -, resultou em um dano de R$ 4,2 milhões aos cofres da estatal. Pior ainda: a restauração não terminou, ficou pelo caminho.
É isto mesmo: a estatal liberou a bolada de R$ 7,6 milhões para
que a ong Grupo Ecológico Humanista Papamel restaurasse a igreja Santo Antônio
de Cairu, na cidade de Cairu, que fica a 294 km de Salvador. A tal entidade foi
escolhida a dedo, sem nenhum processo de seleção. Como se sabe, a Petrobras não
se preocupa com essas bobagens. Entre 2011 e 2013, a maior empresa brasileira
executou obras no valor de R$ 90 bilhões sem fazer licitação.
Qual a experiência do tal "Papamel" em restauração? Nenhuma! Nunca
chegou a colar a cabeça ao corpo de um santinho de barro nem com Super Bonder.
Trata-se de um grupo de militância… ambiental, entendem? Por isso, a ong
subcontratou uma empresa chamada Patrimoni para realizar a tarefa. Aí pensará o
leitor: "Essa, sim, sabia tudo de restauração, né?". Engano! Também não sabia
nada. Embora nos relatórios da Petrobras haja a informação de que 100% da obra
foi concluída, isso é… mentira!
A grana foi repassada à tal Papamel entre 2005 e 2009. Segundo a
Controladoria-Gral da União, além de ter havido direcionamento na escolha da
ONG, houve um prejuízo de R$ 1,7 milhão em decorrência de serviços previstos e
não prestados, e há nada menos de R$ 2,5 milhões de gastos sem origem conhecida - não se sabe em que o dinheiro foi empregado: nada menos de 33% do total
de recursos.
Segundo o relatório da CGU, um certo Manuel Telles, engenheiro,
que responde pela Patrimoni, teria tido acesso a informações privilegiadas
dentro da Petrobras. Pois é… Telles e o então responsável pela Papamel na
época, José Renato Santana Souza, dizem que a obra ficou inacabada porque
imprevistos aumentaram o orçamento inicial e que seriam necessários aditivos.
Claro, claro! O "aditivo" num contrato em razão de "imprevistos", como sabemos,
é o sal da terra para essa gente.
E pensar que estamos há quase 12 anos submetidos à ditadura
vagabunda dos valores estatistas. Venham cá: vocês acham que uma empresa
privada faria certas coisas que faz a Petrobras? Vocês acham que uma empresa
privada doaria quase R$ 8 milhões para uma ong restaurar uma igreja sem que ela
fosse especializada no assunto? Vocês acham que uma empresa privada pagaria US$
1,3 bilhão por uma refinaria que custara US$ 42,5 milhões dois anos antes?
Vocês acham que uma empresa privada seguraria a onda de um diretor que, num
processo de aquisição, omitisse informações essenciais ao Conselho de
Administração?
Sempre que alguém começar a defender as glórias do estado empresário
na sua frente, leitor, das duas uma: ou é um bobalhão desinformado, com os
platinados já colados pela ideologia estatista, ou é um potencial ladrão de
dinheiro público.
No Brasil dos companheiros, todo santinho é do pau oco.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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