Por Maya Felix
Cena um: Casal evangélico, homem pastor, mulher grávida, entra em
aeronave da Azul. Senta-se no final. Cena dois: O deputado pró-lobby gay
Jean Wyllys entra na mesma aeronave, com um assessor, e se senta um pouco mais
à frente do casal evangélico. Cena três: Casal evangélico identifica o
deputado e prontamente resolve ir até sua poltrona. Mulher pede para passageiro
filmar o que irá acontecer em seguida. Cena quatro: Homem e mulher
gritam: "É você, hein, Jean Wyllys?" Ato contínuo, começam a cantar, a plenos
pulmões: "Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é… BICHAAA!!!"
A mulher tenta passar a mão na cabeça de Jean Wyllys e diz: "Não gosta de
mulher, Jean? Por quê???" O pastor completa: "Vai pra nossa igreja que tem
cura!" Logo depois, o casal evangélico grita: "Vamos aí, gente, todos juntos!
Batendo palmas!" e recomeçam: "Olha a cabeleira do Zezé…" Jean Wyllys se sente
desconfortável, finge que não é com ele, baixa a cabeça e tenta se concentrar
na leitura da revista G Magazine que havia comprado na livraria do aeroporto.
Mas o casal evangélico não para: "Deputadoooo… canta com a genteeee! Olha a cabeleira
do Zezé…" O assessor do deputado, em vão, tenta protegê-lo das tentativas de
toque da mulher, que continua querendo encostar a mão na testa do deputado. De
repente, ela tira um vidrinho da bolsa, derrama uma parte do conteúdo na palma
da mão e passa na testa de Wyllys: "É óleo para ungir você, rapaz! Larga essa
bichice!" Jean Wyllys retira um lenço do bolso do paletó e tenta limpar o óleo
da testa. Continua sem dizer nada, mas está visivelmente constrangido.
Os passageiros, atônitos, assistem à cena sem fazer nada. O pastor ri alto e canta: "Só não vale dançar homem com homem, nem mulher com mulher…". Cena cinco: A essa altura, uma mulher sentada logo atrás de Jean Wyllys se levanta e diz: "Chega! Vocês estão me incomodando! Assim não dá!" Cena seis: O casal evangélico decide, então, sentar-se em seu lugar. Mas continua a gritar, desta vez dizendo: "Ô Jean Wyllys, pode esperar, a sua hora vai chegar!!!" Repetem umas seis vezes o refrão e logo depois - sempre filmando, é claro - o pastor decide entrevistar um terapeuta cristão que, coincidentemente, estava no avião: "O senhor acha que o gay pode mudar a sua orientação sexual, se quiser?"
FIM DO PRIMEIRO ATO.
Os passageiros, atônitos, assistem à cena sem fazer nada. O pastor ri alto e canta: "Só não vale dançar homem com homem, nem mulher com mulher…". Cena cinco: A essa altura, uma mulher sentada logo atrás de Jean Wyllys se levanta e diz: "Chega! Vocês estão me incomodando! Assim não dá!" Cena seis: O casal evangélico decide, então, sentar-se em seu lugar. Mas continua a gritar, desta vez dizendo: "Ô Jean Wyllys, pode esperar, a sua hora vai chegar!!!" Repetem umas seis vezes o refrão e logo depois - sempre filmando, é claro - o pastor decide entrevistar um terapeuta cristão que, coincidentemente, estava no avião: "O senhor acha que o gay pode mudar a sua orientação sexual, se quiser?"
FIM DO PRIMEIRO ATO.
Você conseguiu imaginar as cenas narradas acima? São bastante
inverossímeis, não? Elas têm pouquíssimas chances de acontecer, pelo menos com
um casal evangélico que seja de fato seguidor de Jesus. Talvez não por falta de
vontade de “dar o troco”, afinal o deputado e pastor Marco Feliciano passou por
constrangimento semelhante ao relatado acima no ultimo dia 9 de agosto, a bordo
de uma aeronave da Companhia Azul, indo de Brasília a São Paulo: Eric Corazza e
Conrado Ribeiro fizeram com ele e um assessor o que, na hipotética situação que
narro, o casal evangélico fez com Jean Wyllys.
Episódio semelhante jamais aconteceria com o deputado ex-BBB porque os
evangélicos sabem que escarnecer não é agradável a Deus, ainda que seja
agradável à carne e tentador. Não vemos evangélicos constrangendo gays em suas
marchas de "orgulho". Tampouco vemos, em igrejas, predicações jocosas ou
irônicas sobre o assunto. A prática homossexual é tratada como ela é: pecado.
Pode ser que em algumas igrejas não tenha havido tato ou suficiente
familiaridade com o assunto para que pessoas com tendências homossexuais fossem
adequadamente encaminhadas a um diálogo cristão e à exortação amorosa e franca
que recomendam a Bíblia. Mas nunca se tratou o assunto levemente,
debochadamente, levianamente. As crenças dos cristãos, entretanto, são
costumeiramente vistas com desprezo e tratadas com galhofa e desrespeito por
militantes de causas gays, feministas e esquerdistas em geral.
Durante a Jornada Mundial da
Juventude, da Igreja Católica, quem não se lembra dos dois jovens, Raíssa Senra
Vitral e Gilson Rodrigues Silva Júnior, que, mascarados e seminus, quebraram
imagens de santos católicos e simularam cenas de sexo com elas? Em 1995, o
pastor Sérgio Von Hélder, da Igreja Universal do Reino de Deus, chutou a imagem
de uma santa católica em rede nacional. Houve grande comoção pelo desrespeito à
crença alheia. A Rede Globo de televisão, com interesses mais comerciais que
religiosos, repetiu a cena ad nauseam. O mesmo não aconteceu com os dois
jovens que quebraram as imagens durante a JMJ. Não houve nem mesmo uma
tentativa de entrevistar a dupla. Por quê? Os dois homens que agrediram Marco
Feliciano, soube-se depois, dizem não ser gays, como se isso eximisse a
militância que faz lobby pró-gay de qualquer responsabilidade do acontecido. Ou
diminuísse a gravidade do fato. Ou fosse motivo para não imputá-lo ao crescente
ódio insuflado pela mídia contra os evangélicos e conservadores por grupos de
pressão e lobby pró-gay.
Quando vi a cena, fiquei estarrecida. Não acreditei que a falta de respeito fosse chegar a esse ponto. Na verdade, fiquei furiosa e cheguei a trocar palavras destemperadas com defensores do ato em uma rede social. A banalização das atitudes totalitárias em nossa sociedade, fruto da imposição de uma visão como única possível sobre qualquer outra, faz com que não nos cause mais espanto a agressão, o escárnio, o vandalismo e a ironia barata, a crítica sem inteligência e o debate impositivo. Como os cristãos têm histórico de tolerância e bom trato, as cenas do início deste texto provavelmente não acontecerão. Já as cenas de desrespeito vistas contra evangélicos se multiplicam em progressão geométrica, aparentemente sem a reação do restante da sociedade. Lembra-me a perseguição nazista aos judeus: começou com atos públicos de hostilidade, terminou onde todos conhecemos bem. Em 2014, políticos de partidos que sustentam esses desrespeitos e atos de barbárie, como PT, PSOL, PC do B, PDT e PSTU, pedirão o voto dos evangélicos. O que você vai fazer?
Quando vi a cena, fiquei estarrecida. Não acreditei que a falta de respeito fosse chegar a esse ponto. Na verdade, fiquei furiosa e cheguei a trocar palavras destemperadas com defensores do ato em uma rede social. A banalização das atitudes totalitárias em nossa sociedade, fruto da imposição de uma visão como única possível sobre qualquer outra, faz com que não nos cause mais espanto a agressão, o escárnio, o vandalismo e a ironia barata, a crítica sem inteligência e o debate impositivo. Como os cristãos têm histórico de tolerância e bom trato, as cenas do início deste texto provavelmente não acontecerão. Já as cenas de desrespeito vistas contra evangélicos se multiplicam em progressão geométrica, aparentemente sem a reação do restante da sociedade. Lembra-me a perseguição nazista aos judeus: começou com atos públicos de hostilidade, terminou onde todos conhecemos bem. Em 2014, políticos de partidos que sustentam esses desrespeitos e atos de barbárie, como PT, PSOL, PC do B, PDT e PSTU, pedirão o voto dos evangélicos. O que você vai fazer?
Maya Felix é colaboradora da União de Blogueiros Evangélicos
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