Na era em que quase tudo é descartável, obras de arte seguem
na contramão, se valorizando com a ação do tempo. Restauração e manutenção, no
entanto se fazem necessárias.
Neste ambiente projetado pela designer de interiores Iara Santos, a
obra de arte de Jocimar Tavares fica exposta as ações do tempo e, segundo o
artista, não devem ser poupadas disso já que essas marcas do tempo agregam mais
valor a obra
Jocimar Tavares salienta a
facilidade de manutenção das peças criadas por ele: "apenas um pano úmido para
retirada do pó já é o suficiente"
Fotos: Divulgação
Em
2011, a família real do Qatar adquiriu a tela "Os Jogadores de Carta", do pintor
Paul Cézanne, por 260 milhões de dólares, tornando a obra a mais valiosa do
mundo, até o momento. O quadro pertence a uma série de pinturas a óleo
concebidas entre 1890 e 1895. O fato da tela ter mais de um século não é
nenhuma surpresa, e apenas ratifica o conceito de que a ação do tempo torna as
obras de arte cada vez mais valiosas.
Não por
um acaso, artistas plásticos preferem ver suas peças transformadas pelo tempo a
modificadas por uma restauração muito invasiva. "As obras de artes devem seguir
seu curso natural. Pois a ação do tempo faz parte da história da obra", opina o
artista Jocimar Tavares, que cria esculturas em aço. Ele defende que a peça deve ter sua
vida própria, mesmo em casos particulares, como a ação da maresia, por exemplo. "Trabalho com aço inox e aço carbono com pintura e verniz automotivo, o mesmo
usado nos automóveis, ou seja, são peças resistentes. Mas também tenho obras em
aço oxidado naturalmente e se essas obras são colocadas numa casa de praia, por
exemplo, vão passar por alterações de cores de uma forma muito natural, o que
particularmente me agrada muito", pondera o artista.
Por
isso, para manter uma obra de arte viva, a máxima a ser aplicada é a de que "menos
é mais". "No caso das minhas peças, por exemplo, a única manutenção a ser feita
é um pano úmido para retirada do pó, o que também pode ser feito com aspirador.
Isso vale inclusive para as peças colocadas em áreas externas, expostas às
intempéries climáticas", explica Jocimar.
A
restauração, no entanto, não é dispensável. Em casos críticos, pode ser a única
solução. "Determinadas obras, como as muito antigas, merecem restaurações
visando a não deterioração. Mas sem jamais descaracterizá-las e nem apagar a
ação do tempo. No caso das minhas peças, acho que um simples retoque pode ser
feito para corrigi danos causados por uma queda por exemplo. Mas nada além de
uma simples manutenção", finaliza Jocimar.
(Com informações de Ana Paula Horta e Fernanda
Pinho, da Mão Supla Comunicação)
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