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terça-feira, 18 de junho de 2013

"O Brasil Maravilha morreu afogado pela enorme onda de descontentamento"


Por Augusto Nunes
Depois do que se viu nesta segunda-feira, é impossível prever os desdobramentos das manifestações que, precipitadas pelo aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, assumiram dimensões nacionais, mobilizaram multidões portentosas e ampliaram notavelmente as palavras de ordem que resumem a pauta de reivindicações. Não há como antecipar os rumos ou calcular o fôlego da sequência de protestos  ainda sem líderes visíveis e sem contornos definidos.
O fim da hegemonia dos baderneiros fundadores, o emagrecimento das tropas de vândalos e o hasteamento de bandeiras mais relevantes (e viáveis) sugerem que o movimento mudou de feição com uma semana de vida e saiu da primeira infância para adolescência. Terá chegado à idade adulta quando compreender, entre outras urgências, que não detém o monopólio do espaço urbano.
O direito de manifestar-se livremente não anula o direito de ir e vir de milhões de brasileiros que, mais uma vez, foram prisioneiros de congestionamentos absurdos. Nem autoriza ninguém a tratar com arrogância autoridades policiais instadas a cumprir o que a Constituição prescreve. Dessas provas de maturidade vai depender o destino do movimento.
Feitas as ressalvas, convém reiterar que os candidatos a vidente que enfileiram palpites na TV decerto seriam mais prudentes se aprendessem a lição evocada pelo ex-vice-presidente Marco Maciel em situações semelhantes: "Pode acontecer tudo, inclusive não acontecer nada".  Espasmos de violência que pareciam inevitáveis em São Paulo, por exemplo, irromperam no Rio de Janeiro - que, também surpreendentemente, abrigou a maior das manifestações que se espalharam por 11 capitais.
Os espertalhões que saborearam de manhã a iminente derrota de Geraldo Alckmin passaram a noite consolando Sérgio Cabral. Oportunistas que acordaram sonhando com a invasão do Palácio dos Bandeirantes tiveram o sono adiado por lembranças das correrias provocadas pela ocupação da cobertura do prédio do Congresso -  e pela suspeita de que os manifestantes marchariam sobre o Planalto.
O mapa dos protestos incluiu cidades e estados administrados tanto por governistas quanto por gente eleita pela oposição. Os caroneiros oportunistas do Psol, do PSTU e do PT foram rechaçados pela imensa maioria de manifestantes que não se identificam com nenhum partido ou líder político.
Se é cedo para saber o que vai nascer da epidemia de insatisfação aguda mas ainda difusa, está claro que a grande farsa acabou. Forjado pela discurseira triunfalista e por mais de dez anos de publicidade enganosa, o paraíso de araque sucumbiu ao peso do excesso de indignados.
A versão lulopetista de Pasárgada ficou em frangalhos neste 17 de junho. Afogado por uma onda de descontentamento, o Brasil Maravilha morreu.
Fonte: "Direto ao Ponto"

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