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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Marco Feliciano ameaça "rebelião" se governo interferir em projeto


Com um discurso inflamado, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), ameaçou na quarta-feira, 19, uma rebelião da bancada evangélica -composta por 80 deputados - caso o governo interfira na votação do projeto conhecido equivocadamente como "cura gay". A mensagem foi dita quando o deputado chegava para uma audiência pública da comissão.
Ao negar que a votação da proposta tenha sido uma provocação às manifestações que tomam as ruas de vários estados, o deputado disparou ataques à ministra Maria do Rosário, de Direitos Humanos, que prometeu mobilizar o governo para evitar que a proposta avance na Casa.
Feliciano recomendou "juízo para a dona ministra", disse que ela "mexe onde não devia" e recomendou que ela procure a presidente Dilma Rousseff porque "o próximo ano" tem eleições.
"O governo sempre tenta barrar [projetos]. Isso acontece com todos os projetos, não é somente com esse. É o jogo político", disse. "Queria aproveitar e mandar um recado: dona ministra Maria do Rosário dizer que o governo vai interferir no Legislativo é muito perigoso. É perigoso dona ministra principalmente porque ela mexe com a bancada inteira", afirmou.
Segundo o deputado, a ministra deveria procurar a presidente Dilma Rousseff antes de falar. "A ministra falar que vai colocar toda máquina do governo para impedir um projeto. Acho que ela está mexendo onde não devia, senhora ministra juízo, fale com a sua presidente porque o ano que vem é político", completou.
Em 2010, a campanha presidencial foi para segundo turno, sendo que um dos motivos apontados foi a onda de boatos entre eleitores religiosos contra Dilma.
Questionado sobre às críticas dos líderes da Casa de que não havia clima para votação da proposta diante dele ser alvo das manifestações, Feliciano desconversou. "Não tem nada a ver com as manifestações. O projeto estava para ser votado há dois anos, e o projeto estava vindo sendo votado há dois meses. Isso é regimental. Críticas fazem parte, um país democrático e funciona assim", disse.
Fonte: "Folha de S. Paulo"

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