Por Sérgio Oliveira
Neste 30 de agosto, ouvindo o Omar Ferri na Rádio Pampa, aqui no Rio Grande do Sul, ele mencionou que uma pessoa havia lhe dito que estava com nojo, pois o PT estava roubando a história do trabalhismo, nas comemorações da LEGALIDADE. Correto. Os petistas sempre foram contra Brizola e o trabalhismo
Lula, em 21 de setembro de 1977, numa entrevista à revista "IstoÉ": "Não temos compromisso com ninguém, com esquerda, direita ou centro. Só com a classe trabalhadora. No passado, a classe trabalhadora foi usada pelo Partido Trabalhista Brasileiro, e farei de tudo para evitar que seja novamente usada".
Dois parágrafos da Carta de Princípios do PT, de 01.05.1979, detonam o trabalhismo:
"Cientes disso também é que setores das classes dominantes se apressam a sair a campo com suas propostas de PTB. Mas essas propostas demagógicas já não conseguem iludir os trabalhadores, que, nem de longe, se sensibilizaram com elas. Esse fato comprova que os trabalhadores brasileiros estão cansados das velhas fórmulas políticas elaboradas para eles. Agora, chegou a vez de o trabalhador formular e construir ele próprio seu país e seu futuro. Nós, dirigentes sindicais, não pretendemos ser donos do PT, mesmo porque acreditamos sinceramente existir, entre os trabalhadores, militantes de base mais capacitados e devotados, a quem caberá a tarefa de construir e liderar nosso partido. Estamos apenas procurando usar nossa autoridade moral e política para tentar abrir um caminho próprio para o conjunto dos trabalhadores. Temos a consciência de que, nesse papel, neste momento, somos insubstituíveis, e somente em vista disso é que nós reivindicamos o papel de lançadores do PT.
As tentativas de reviver o velho PTB de Vargas, ainda que, hoje, sejam anunciadas 'sem erros do passado' ou 'de baixo para cima', não passam de propostas de arregimentação dos trabalhadores para defesa de interesses de setores do empresariado nacional. Se o empresariado nacional quer construir seu próprio partido político, apelando para sua própria clientela, nada temos a opor, porém denunciamos suas tentativas de iludir os trabalhadores brasileiros com seus rótulos e apelos demagógicos e de querer transformá-los em massa de manobra para seus objetivos. "
Na época Brizola ainda não tinha perdido a sigla do PTB e estava tentando reorganizá-lo.
O ex-deputado Sinval Boaventura, em entrevista ao jornal "Opção", de Goiânia, de outubro de 1995, ante a pergunta:
"É verdadeira a história de uma reunião na casa do então deputado Simões da Cunha, na qual a deputada Ivete Vargas (PTB) teria contado que saíra de um encontro com o general Golbery e este revelou que ia projetar o sindicalista Lula para ser o anti-Brizola ?", respondeu:
"A Ivete Vargas disse que tinha estado com o ministro Golbery, na chácara dele, e que ele dissera que precisava trazer o Brizola para o Brasil porque ele estava se tornando um mito muito forte fora do país. Que era melhor ele voltar e disputar eleição, porque assim perderia o prestígio político. Fui ao Golbery e ele confirmou a conversa com Ivete. Explicou que sua estratégia era estimular a imprensa para projetar o Luiz Inácio da Silva, o Lula, um grande líder metalúrgico de São Paulo como uma liderança inteligente e expressiva, para ser preparado como o anti-Brizola. Sou testemunha dessa tese do general Golbery".
O marido de Ivete Vargas, Paulo Martins, trabalhava com Golbery.
Temos mais este depoimento:
"A primeira certeza dessa tarefa confiada ao ex-líder metalúrgico de São Bernardo ele teve pouco depois de voltar do exílio. Alguns deputados da esquerda do MDB articularam uma visita de Brizola a Lula, lá no sindicado, no início dos anos 80.
Segundo Cibilis Viana, que participou de visita ao Lula, disse que este deixou Brizola chocado e muito amargurado. Ao recebê-lo em sua sala, o presidente do Sindicato sequer levantou-se da cadeira para abraçá-lo. Aquilo já foi uma ducha de água fria.
Lula recebeu-o secamente e, para azedar o encontro, passou a desancar o antigo sindicalismo, que 'era controlado por pelegos do PTB'. A coisa ficou feia quando ele, que já devia ter tomado alguma, começou a falar mal do presidente Vargas, ensejando um bate-boca que só não foi mais inflamado devido a providencial intervenção da turma do deixa disso. Mas nessa hora, o líder trabalhista interrompeu a conversa e foi embora sem maiores formalidades."
Ainda Cibilis Viana:
"Eu o acompanhei na maioria das visitas, inclusive ao Lula. Esse primeiro encontro com Lula, de que fui testemunha, não foi nada amistoso. Chegamos à sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Lula, nos aguardou sentado em sua mesa de trabalho; quando Brizola falou nas tradições trabalhistas, em Getúlio, Lula o interrompeu, dizendo, 'Getúlio ferrou o trabalhador'. A partir daí, o ambiente foi constrangedor, Brizola o contradisse em seguida nos retiramos. Lula não teve a gentileza de nos acompanhar até a saída, permaneceu sentado em sua mesa."
Lá na década de 80 Lula dizia que ''a CLT é o AI-5 dos trabalhadores''. Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criada em 1943 por Getúlio Vargas, com os direitos dos trabalhadores.
No dia 7 de agosto de 1994 a "Folha de S. Paulo" publicou texto de Clovis Rossi intitulado BRIZOLISMO VIVE OCASO NA REGIÃO SUL, quando Brizola, sendo candidato a presidente, perdia até para o Enéas nas pesquisas (ficou atrás do mesmo nas eleições). Duas opiniões que foram dadas para este ocaso.
OLÍVIO DUTRA : "O discurso dele envelheceu, como todos os discursos tradicionais".
Olívio atribuiu o ocaso do brizolismo também ao desgaste inevitável de quem exerceu dois mandatos no Rio, "um Estado complicado", e à contaminação da má imagem do atual governador do Rio Grande, Alceu Collares (PDT).
TARSO GENRO: "Acho que o fato de o PT ter criado em Porto Alegre o chamado "Orçamento Participativo" cortou na jugular do populismo, característica central do brizolismo."
E muito mais se poderia mencionar.
Agora são todos mesuras com o PDT, o trabalhismo, Brizola, Legalidade. E o PDT não se manca.
* Sérgio Oliveira, aposentado, é de Charqueadas-RS
Neste 30 de agosto, ouvindo o Omar Ferri na Rádio Pampa, aqui no Rio Grande do Sul, ele mencionou que uma pessoa havia lhe dito que estava com nojo, pois o PT estava roubando a história do trabalhismo, nas comemorações da LEGALIDADE. Correto. Os petistas sempre foram contra Brizola e o trabalhismo
Lula, em 21 de setembro de 1977, numa entrevista à revista "IstoÉ": "Não temos compromisso com ninguém, com esquerda, direita ou centro. Só com a classe trabalhadora. No passado, a classe trabalhadora foi usada pelo Partido Trabalhista Brasileiro, e farei de tudo para evitar que seja novamente usada".
Dois parágrafos da Carta de Princípios do PT, de 01.05.1979, detonam o trabalhismo:
"Cientes disso também é que setores das classes dominantes se apressam a sair a campo com suas propostas de PTB. Mas essas propostas demagógicas já não conseguem iludir os trabalhadores, que, nem de longe, se sensibilizaram com elas. Esse fato comprova que os trabalhadores brasileiros estão cansados das velhas fórmulas políticas elaboradas para eles. Agora, chegou a vez de o trabalhador formular e construir ele próprio seu país e seu futuro. Nós, dirigentes sindicais, não pretendemos ser donos do PT, mesmo porque acreditamos sinceramente existir, entre os trabalhadores, militantes de base mais capacitados e devotados, a quem caberá a tarefa de construir e liderar nosso partido. Estamos apenas procurando usar nossa autoridade moral e política para tentar abrir um caminho próprio para o conjunto dos trabalhadores. Temos a consciência de que, nesse papel, neste momento, somos insubstituíveis, e somente em vista disso é que nós reivindicamos o papel de lançadores do PT.
As tentativas de reviver o velho PTB de Vargas, ainda que, hoje, sejam anunciadas 'sem erros do passado' ou 'de baixo para cima', não passam de propostas de arregimentação dos trabalhadores para defesa de interesses de setores do empresariado nacional. Se o empresariado nacional quer construir seu próprio partido político, apelando para sua própria clientela, nada temos a opor, porém denunciamos suas tentativas de iludir os trabalhadores brasileiros com seus rótulos e apelos demagógicos e de querer transformá-los em massa de manobra para seus objetivos. "
Na época Brizola ainda não tinha perdido a sigla do PTB e estava tentando reorganizá-lo.
O ex-deputado Sinval Boaventura, em entrevista ao jornal "Opção", de Goiânia, de outubro de 1995, ante a pergunta:
"É verdadeira a história de uma reunião na casa do então deputado Simões da Cunha, na qual a deputada Ivete Vargas (PTB) teria contado que saíra de um encontro com o general Golbery e este revelou que ia projetar o sindicalista Lula para ser o anti-Brizola ?", respondeu:
"A Ivete Vargas disse que tinha estado com o ministro Golbery, na chácara dele, e que ele dissera que precisava trazer o Brizola para o Brasil porque ele estava se tornando um mito muito forte fora do país. Que era melhor ele voltar e disputar eleição, porque assim perderia o prestígio político. Fui ao Golbery e ele confirmou a conversa com Ivete. Explicou que sua estratégia era estimular a imprensa para projetar o Luiz Inácio da Silva, o Lula, um grande líder metalúrgico de São Paulo como uma liderança inteligente e expressiva, para ser preparado como o anti-Brizola. Sou testemunha dessa tese do general Golbery".
O marido de Ivete Vargas, Paulo Martins, trabalhava com Golbery.
Temos mais este depoimento:
"A primeira certeza dessa tarefa confiada ao ex-líder metalúrgico de São Bernardo ele teve pouco depois de voltar do exílio. Alguns deputados da esquerda do MDB articularam uma visita de Brizola a Lula, lá no sindicado, no início dos anos 80.
Segundo Cibilis Viana, que participou de visita ao Lula, disse que este deixou Brizola chocado e muito amargurado. Ao recebê-lo em sua sala, o presidente do Sindicato sequer levantou-se da cadeira para abraçá-lo. Aquilo já foi uma ducha de água fria.
Lula recebeu-o secamente e, para azedar o encontro, passou a desancar o antigo sindicalismo, que 'era controlado por pelegos do PTB'. A coisa ficou feia quando ele, que já devia ter tomado alguma, começou a falar mal do presidente Vargas, ensejando um bate-boca que só não foi mais inflamado devido a providencial intervenção da turma do deixa disso. Mas nessa hora, o líder trabalhista interrompeu a conversa e foi embora sem maiores formalidades."
Ainda Cibilis Viana:
"Eu o acompanhei na maioria das visitas, inclusive ao Lula. Esse primeiro encontro com Lula, de que fui testemunha, não foi nada amistoso. Chegamos à sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Lula, nos aguardou sentado em sua mesa de trabalho; quando Brizola falou nas tradições trabalhistas, em Getúlio, Lula o interrompeu, dizendo, 'Getúlio ferrou o trabalhador'. A partir daí, o ambiente foi constrangedor, Brizola o contradisse em seguida nos retiramos. Lula não teve a gentileza de nos acompanhar até a saída, permaneceu sentado em sua mesa."
Lá na década de 80 Lula dizia que ''a CLT é o AI-5 dos trabalhadores''. Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criada em 1943 por Getúlio Vargas, com os direitos dos trabalhadores.
No dia 7 de agosto de 1994 a "Folha de S. Paulo" publicou texto de Clovis Rossi intitulado BRIZOLISMO VIVE OCASO NA REGIÃO SUL, quando Brizola, sendo candidato a presidente, perdia até para o Enéas nas pesquisas (ficou atrás do mesmo nas eleições). Duas opiniões que foram dadas para este ocaso.
OLÍVIO DUTRA : "O discurso dele envelheceu, como todos os discursos tradicionais".
Olívio atribuiu o ocaso do brizolismo também ao desgaste inevitável de quem exerceu dois mandatos no Rio, "um Estado complicado", e à contaminação da má imagem do atual governador do Rio Grande, Alceu Collares (PDT).
TARSO GENRO: "Acho que o fato de o PT ter criado em Porto Alegre o chamado "Orçamento Participativo" cortou na jugular do populismo, característica central do brizolismo."
E muito mais se poderia mencionar.
Agora são todos mesuras com o PDT, o trabalhismo, Brizola, Legalidade. E o PDT não se manca.
* Sérgio Oliveira, aposentado, é de Charqueadas-RS
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