Por Reinaldo Azevedo
Abaixo, escrevo dois posts sobre liberdade de expressão e, no fim das contas, direito à crítica - o que, numa sociedade democrática, também é uma obrigação. Desde o meu retorno das férias, no dia 10 (não que eu tenha ficado sem escrever no dias de folga), há uma espécie de clamor. Na sua versão virulenta, temos o de sempre: “Rá, rá, rá, hehehehe, hohohoho… Vocês foram derrotados!” . Bem, vocês conhecem o padrão de argumentação petralha. Na expressão mais doce da patrulha, indagam: “Pô, você não vai dar uma trégua ao governo Dilma?”
Eu? Dar uma trégua? Não! Por vários motivos, e o principal deles é que só inimigos dão trégua no campo de batalha, e eu não sou inimigo de quase ninguém - do governo Dilma, certamente não! Sou crítico! Expresso, como é próprio a um blog (e só por isso blogs devem existir), as minhas convicções, freqüentemente na contramão do petismo e das esquerdas - ou desse troço que anda por aí e que se quer esquerda, aliado a José Sarney, Renan Calheiros e a outros patriotas.
Não tenho tempo para tréguas nem sou arrogante o bastante a ponto de considerar que possa oferecê-la. De resto, se tantos já aderiram, por que eu também? A ara da genuflexão já está congestionada. Não há lugar ali para os meus joelhos, não! Até governos acima de qualquer suspeita precisam de quem os critique, para que não caiam nas ciladas da arrogância. Se me perguntarem se prefiro a gestão do silêncio decoroso de Dilma à farra buliçosa de Lula, eu diria que, por uma questão de natureza quase estética, opto pelo comedimento. Mas silêncio, por si mesmo, não pode e não deve ser confundido com competência. Sem contar que Lula não constitui a régua com que avalio os demais governantes, não é?
A discrição de Dilma tem-lhe rendido óbvios dividendos midiáticos. Na primeira reunião ministerial, Ideli Salvatti (Pesca) e Pedro Novais (Turismo) ouviram que a ética é tão importante quando a competência. Perfeitamente! Um havia pagado uma conta de motel com a verba de representação; a outra, recebido duas vezes o auxílio-aluguel. Muito éticos, atribuíram tudo à confusão de assessores. Desde 1º de janeiro - e, a rigor, antes -, o Ministério da Saúde, justo ele, é uma praça de guerra a opor os moralistas do PMDB aos do PT. E a presidente metida em seu silêncio competgente! Alguns preferem dar curso à plantação de petistas contra peemedebistas. Ok. Eu prefiro lembrar que quem instituiu o baguncismo na Funasa foi o PT. O então presidente FHC e o então ministro José Serra, por decreto, proibiram, em 2000, o loteamento político da fundação. Em 2003, também por decreto, Lula e Humberto Costa (era ministro; será o líder do PT no Senado), abriram as portas para a sem-vergonhice.
Eu não dou trégua a ninguém. Até porque o governo Dilma não está sob ataque, muito pelo contrário. Experimenta a fase da adulação basbaque. O governo dá um espetáculo de incompetência no socorro às vítimas do Rio; é evidente que a ação está aquém do tamanho da tragédia. Não fosse a mobilização da sociedade, o quadro seria ainda mais aterrador. O Planalto é poupado de si mesmo pelo justo clima de consternação geral.
Eles não precisam da minha trégua nem a teriam ainda que precisassem. Já contam com uma fantástica máquina de fraudar a verdade e os fatos. Alguns a tanto se dedicam por profissão. Outros nem mesmo têm consciência do que praticam. Dou um exemplo escandaloso da ação do Partido da Imprensa Petista: a máquina de esmagar Kassab e tucanos por causa das enchentes em São Paulo só deu uma trégua (e aí cabe a palavra) quando a região serrana do Rio se desmanchou. Ficaria difícil provar que a chuva, num canto, é culpa dos “demotucanos” e, no outro, de Deus.
Não contem comigo para tréguas. Chamem-me para os confrontos.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Eu? Dar uma trégua? Não! Por vários motivos, e o principal deles é que só inimigos dão trégua no campo de batalha, e eu não sou inimigo de quase ninguém - do governo Dilma, certamente não! Sou crítico! Expresso, como é próprio a um blog (e só por isso blogs devem existir), as minhas convicções, freqüentemente na contramão do petismo e das esquerdas - ou desse troço que anda por aí e que se quer esquerda, aliado a José Sarney, Renan Calheiros e a outros patriotas.
Não tenho tempo para tréguas nem sou arrogante o bastante a ponto de considerar que possa oferecê-la. De resto, se tantos já aderiram, por que eu também? A ara da genuflexão já está congestionada. Não há lugar ali para os meus joelhos, não! Até governos acima de qualquer suspeita precisam de quem os critique, para que não caiam nas ciladas da arrogância. Se me perguntarem se prefiro a gestão do silêncio decoroso de Dilma à farra buliçosa de Lula, eu diria que, por uma questão de natureza quase estética, opto pelo comedimento. Mas silêncio, por si mesmo, não pode e não deve ser confundido com competência. Sem contar que Lula não constitui a régua com que avalio os demais governantes, não é?
A discrição de Dilma tem-lhe rendido óbvios dividendos midiáticos. Na primeira reunião ministerial, Ideli Salvatti (Pesca) e Pedro Novais (Turismo) ouviram que a ética é tão importante quando a competência. Perfeitamente! Um havia pagado uma conta de motel com a verba de representação; a outra, recebido duas vezes o auxílio-aluguel. Muito éticos, atribuíram tudo à confusão de assessores. Desde 1º de janeiro - e, a rigor, antes -, o Ministério da Saúde, justo ele, é uma praça de guerra a opor os moralistas do PMDB aos do PT. E a presidente metida em seu silêncio competgente! Alguns preferem dar curso à plantação de petistas contra peemedebistas. Ok. Eu prefiro lembrar que quem instituiu o baguncismo na Funasa foi o PT. O então presidente FHC e o então ministro José Serra, por decreto, proibiram, em 2000, o loteamento político da fundação. Em 2003, também por decreto, Lula e Humberto Costa (era ministro; será o líder do PT no Senado), abriram as portas para a sem-vergonhice.
Eu não dou trégua a ninguém. Até porque o governo Dilma não está sob ataque, muito pelo contrário. Experimenta a fase da adulação basbaque. O governo dá um espetáculo de incompetência no socorro às vítimas do Rio; é evidente que a ação está aquém do tamanho da tragédia. Não fosse a mobilização da sociedade, o quadro seria ainda mais aterrador. O Planalto é poupado de si mesmo pelo justo clima de consternação geral.
Eles não precisam da minha trégua nem a teriam ainda que precisassem. Já contam com uma fantástica máquina de fraudar a verdade e os fatos. Alguns a tanto se dedicam por profissão. Outros nem mesmo têm consciência do que praticam. Dou um exemplo escandaloso da ação do Partido da Imprensa Petista: a máquina de esmagar Kassab e tucanos por causa das enchentes em São Paulo só deu uma trégua (e aí cabe a palavra) quando a região serrana do Rio se desmanchou. Ficaria difícil provar que a chuva, num canto, é culpa dos “demotucanos” e, no outro, de Deus.
Não contem comigo para tréguas. Chamem-me para os confrontos.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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