Por Reinaldo Azevedo
Se o Ministério da Saúde fosse remédio, seria tarja preta. Fosse filme, entraria naquela categoria cheia de "x", impróprio para menores, de sei lá, 35 anos talvez… É um acinte que a pasta mais diretamente ligada à vida dos pobres, dos que mais sofrem, seja objeto de uma luta política cruenta. Entende-se o motivo: é o maior orçamento da Esplanada - apesar dos serviços pífios que oferece. Pouco importa! A dinheirama corre solta.
O PT surrupiou a pasta do PMDB. Para fazer melhor ou para fazer pior? Vamos ver. Piorar é difícil. José Gomes Temporão, o ex-ministro, era dono de uma incompetência enfatuada, mas muito influente e soberba. Peixinho de Sérgio Cabral, governador do Rio, que tem boa "presença na mídia", o ex-ministro conseguiu esconder a sua espantosa ineficiência com um discurso bem-arranjadinho, que seduzia alguns “progressistas”. Defensor virulento da descriminação do aborto, por exemplo, sua “ousadia” servia para disfarçar a indigência da pasta.
Agora o manda-chuva da área é o lulista Alexandre Padilha, médico de formação, ex-ministro das Relações Institucionais. Já começou a desalojar os peemedebistas para pôr no lugar os petistas. Nomeou nesta segunda Jarbas Barbosa para a Secretaria de Vigilância da Saúde. O escolhido é ligado ao senador eleito Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro que não deixou saudades. Na semana passada, já havia apeado o titular da Secretaria de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, substituído pelo petista mineiro Helvécio Martins. O PMDB não gostou.
"Isso não é crise. Crise seria se tivessem nomeado alguém para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde)", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo informa o Estadão Online. O atual presidente da fundação, Faustino Lins, é da turma do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), parceiro de patriotismo de Cunha. Além da vontade de ajudar o próximo, tantos querem a Funasa por causa de um orçamento de imodestos R$ 5 bilhões - e mais R$ 1 bilhão para investir em saneamento nos rincões do país.
O PT até já tem um nome para cuidar da Funasa. Trata-se do empreiteiro Gilson de Carvalho Queiroz Filho, presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG). Sei! Sua empresa já trabalhou para o órgão que ele pode dirigir, e o TCU andou enroscando com a prestação de contas. É claro que são os próprios peemedebistas a vazar dados que complicam a vida de seus companheiros petistas. Assim é essa aliança!
Os peemedebistas fizeram valer seus instrumentos de "convencimento". O partido ameaçou votar a favor de um mínimo maior do que os R$ 540 pretendidos pelo governo (negociáveis hoje a R$ 550 pelo menos) caso Padilha metesse o pé na porta da Funasa. Ele se conteve.
A saúde foi um tema central na campanha de 2010, pauta principal, como ficou óbvio, do então candidato da oposição à Presidência, José Serra. Para rivalizar com seu oponente, Dilma prometeu mundos e fundos - algumas propostas foram simplesmente coladas do adversário -, anunciando uma verdadeira revolução no setor.
Por enquanto, o povo que se dane nas filas do SUS. Petistas e peemedebistas fazem fila pelos bilhões do Ministério da Saúde. Mas Dilma, pessoal, segue firme, austera, serena, silenciosa, madura, pontual, objetiva e independente. A sensação é a de que o governo nem mesmo existe.
Na Saúde, isso é uma verdade dramática.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
O PT surrupiou a pasta do PMDB. Para fazer melhor ou para fazer pior? Vamos ver. Piorar é difícil. José Gomes Temporão, o ex-ministro, era dono de uma incompetência enfatuada, mas muito influente e soberba. Peixinho de Sérgio Cabral, governador do Rio, que tem boa "presença na mídia", o ex-ministro conseguiu esconder a sua espantosa ineficiência com um discurso bem-arranjadinho, que seduzia alguns “progressistas”. Defensor virulento da descriminação do aborto, por exemplo, sua “ousadia” servia para disfarçar a indigência da pasta.
Agora o manda-chuva da área é o lulista Alexandre Padilha, médico de formação, ex-ministro das Relações Institucionais. Já começou a desalojar os peemedebistas para pôr no lugar os petistas. Nomeou nesta segunda Jarbas Barbosa para a Secretaria de Vigilância da Saúde. O escolhido é ligado ao senador eleito Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro que não deixou saudades. Na semana passada, já havia apeado o titular da Secretaria de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, substituído pelo petista mineiro Helvécio Martins. O PMDB não gostou.
"Isso não é crise. Crise seria se tivessem nomeado alguém para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde)", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo informa o Estadão Online. O atual presidente da fundação, Faustino Lins, é da turma do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), parceiro de patriotismo de Cunha. Além da vontade de ajudar o próximo, tantos querem a Funasa por causa de um orçamento de imodestos R$ 5 bilhões - e mais R$ 1 bilhão para investir em saneamento nos rincões do país.
O PT até já tem um nome para cuidar da Funasa. Trata-se do empreiteiro Gilson de Carvalho Queiroz Filho, presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG). Sei! Sua empresa já trabalhou para o órgão que ele pode dirigir, e o TCU andou enroscando com a prestação de contas. É claro que são os próprios peemedebistas a vazar dados que complicam a vida de seus companheiros petistas. Assim é essa aliança!
Os peemedebistas fizeram valer seus instrumentos de "convencimento". O partido ameaçou votar a favor de um mínimo maior do que os R$ 540 pretendidos pelo governo (negociáveis hoje a R$ 550 pelo menos) caso Padilha metesse o pé na porta da Funasa. Ele se conteve.
A saúde foi um tema central na campanha de 2010, pauta principal, como ficou óbvio, do então candidato da oposição à Presidência, José Serra. Para rivalizar com seu oponente, Dilma prometeu mundos e fundos - algumas propostas foram simplesmente coladas do adversário -, anunciando uma verdadeira revolução no setor.
Por enquanto, o povo que se dane nas filas do SUS. Petistas e peemedebistas fazem fila pelos bilhões do Ministério da Saúde. Mas Dilma, pessoal, segue firme, austera, serena, silenciosa, madura, pontual, objetiva e independente. A sensação é a de que o governo nem mesmo existe.
Na Saúde, isso é uma verdade dramática.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Um comentário:
É triste. Eu queria ver alguém dêles numa fila de espera por uma consulta médica, depois mais uma por exame e se tiver sorte, no mesmo ano, fazer uma tal cirurgia necessária. Mais difícil do que ganhar na megasena, é um brasileiro sem padrinho conseguir se tratar como precisa pelo SUS.
Isto, vão dizer os da boquinha, que é papo chato. Claro, nenhum dêles está ou estará lá, no tôpo, prá resolver nada prá brasileiro pobre. Mas se fôsse um dêles, até boletim sôbre sua saúde sairia de hora em hora...
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