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terça-feira, 19 de maio de 2009

Comentário de Ricardo Noblat

Dilma deveria pedir licença do cargo
Saiu o Programa de Aceleração do Crescimento como principal ítem da agenda da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, candidata à sucessão de Lula.
No lugar, e contra a vontade de Dilma, entrou sua saúde.
Foi isso o que ocorreu quando em 25 de abril último Dilma admitiu que estava doente, confirmando notícia publicada naquele dia pelo jornal Folha de S. Paulo.
O episódio de ontem só serviu para consolidar o que ocorrera.
Resta saber se Dilma, Lula e todos que os cercam ainda insistirão com a história de que pouco mudará na vida da ministra depois da descoberta de que ela sofre de câncer linfático.
É canhestra e perigosa a tentativa de fazer Dilma se comportar como se nada de grave tivesse lhe acontecido. Infelizmente, aconteceu.
Disseram que ela não tem mais câncer desde o momento em que lhe os médicos extraíram um nódulo alojado debaixo da axila do seu braço esquerdo.
Nada mais falso.
O nódulo, em casos de câncer linfático e em linguagem de leigo, é uma manifestação da doença. Não basta eliminá-lo para que o doente possa ser considerado curado. Longe disso.
Como o sistema sangüíneo, o sistema linfático faz parte do sistema circulatório. Desempenha papel importante nas defesas do corpo contra a infecção e alguns outros tipos de doença, inclusive o câncer.
Disseram que Dilma seria submetida a sessões de quimioterapia (de princípio, seis) só por uma questão de cautela. Para evitar, por exemplo, a volta da doença.
Nada mais falso.
A quimioterapia, combinada com a ingestão de remédios, é vital para, digamos, matar a doença.
O câncer de Dilma foi detectado logo no início. As chances de ela se curar, de fato, são de 90% como informaram os médicos.
Mas não é recomendável a ninguém que sofra de câncer manter inalterada sua rotina de vida. Muito menos quando a rotina é estressante, pesada, exaustiva.
Até ontem, a ambição política de Dilma, alimentada por Lula, ditou todos os seus passos.
Qualquer coisa que tenha obrigado Dilma a tomar um jatinho e voar às pressas de Brasília a São Paulo deveria funcionar como um sinal de que chegou a hora da ministra pensar unicamente na preservação da própria vida.
Dilma deve pedir licença do cargo para se cuidar melhor, e a salvo dos holofotes da mídia. É o que a prudência e o recato recomendam.
É também o que recomenda o próprio cálculo político.
Nada será mais devastador para a candidatura dela do que o exame diário de cada um dos seus gestos à luz do seu estado de saúde.
E é inevitável que seja assim quando uma figura pública padece em praça pública.
Se o tratamento for bem-sucedido, como tudo sugere que poderá ser, Dilma terá tempo bastante para se dedicar novamente ao governo e à sua candidatura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dimas,não creio mais em candidatura de Dilma, considerando a gravidade e os transt^^ornos que esta doença costuma trazer.Torço prá que ela fique boa, mas daí continuar nessa empreitada seria muita fome de poder se não dela, de Lula e sua gente. Mariana