Por Olavo de Carvalho, em 23 de julho, no site "Mídia Sem Máscara" (midiasemmascara.org):
Num seriado da TV estatal britânica BBC, uma organização cristã “de extrema-direita”, com nome sutilmente racista ( White Wings , “Asas Brancas”), decapita um inocente muçulmano “politicamente moderado”, sob o pretexto - oh, quão paranóico! - de que a tradição cristã do Reino Unido está sob ameaça. Não sei precisamente a quantidade de cabeças cristãs que têm rolado no mundo islâmico nos últimos anos - várias dúzias, até onde acompanhei o noticiário -, mas sei o número exato de muçulmanos decapitados pelos cristãos, fundamentalistas ou não, no Ocidente ou no Oriente: zero.
Quando uma TV estatal decide chamar os decapitados de decapitadores, atribuir a eles o fanatismo sangrento daqueles que os matam e ainda acusá-los de paranóicos quando se sentem ameaçados, uma coisa é clara: o proprietário dessa TV está em guerra contra a religião dessas pessoas e, na ânsia de extingui-la, não se vexa de recorrer à calúnia deliberada e cínica. Quando esse proprietário é o governo de uma das nações mais poderosas do mundo, o risco que a comunidade visada está exposto não é nada pequeno. É pelo menos tão grande quanto a imaginária White Wings diz que é.
Semanas antes, quase ao mesmo tempo que o governo britânico legalizava a poligamia e autoridades judiciais proclamavam que a implantação da lei islâmica no Reino Unido era apenas uma questão de tempo, a BBC havia proibido seus redatores de usar o termo ditador para referir-se ao falecido Saddam Hussein, aquela gentil criatura que consolidou seu poder presidencial matando os deputados de oposição e depois espalhou cemitérios clandestinos por todo o Iraque, preenchendo as valas comuns com centenas de milhares de rebeldes e indesejáveis em geral. Simultaneamente, uma pesquisa do American Textbook Council (www.worldnetdaily. com /index.php?pageId>63872) mostrou que os livros de História distribuídos na rede de escolas públicas dos EUA são francamente pró-islâmicos, enquanto toda expressão pró-cristã é ali cada vez mais desestimulada e reprimida sob todas as formas, incluindo expulsão, prisão e estágios obrigatórios de “reeducação da sensitividade”.
Também quase ao mesmo tempo, a Suprema Corte dos EUA concede aos terroristas islâmicos presos em território estrangeiros os mesmos direitos dos cidadãos americanos, enquanto a grande mídia e os megabilionários globalistas conjugam esforços para eleger presidente dos EUA um muçulmano (relativamente) enrustido.
Mas, é claro, só um fanático militante da White Wings veria em tudo isso uma convergência entre os três grandes projetos de dominação mundial - o metacapitalista , o comunista e o islâmico -, num esforço comum de realizar a velha meta do filósofo marxista Georg Lukács: destruir a civilização judaico-cristã .
Judaico-cristã não é só um modo de dizer. A guerra não é só contra os cristãos: a BBC tanto demonizou Israel que o governo de Tel-Aviv decidiu vetar a entrada de representantes dessa emissora nas entrevistas coletivas oficiais. Claro: de que adianta contar tudo a repórteres que depois escrevem o contrário? De que adianta mostrar-lhes dezenas de bombas lançadas diariamente contra Israel se depois eles vão pintar toda e qualquer reação israelense, mesmo desproporcionalmente modesta, como se fosse uma iniciativa isolada, sem motivo, inspirada pela pura brutalidade?
Num seriado da TV estatal britânica BBC, uma organização cristã “de extrema-direita”, com nome sutilmente racista ( White Wings , “Asas Brancas”), decapita um inocente muçulmano “politicamente moderado”, sob o pretexto - oh, quão paranóico! - de que a tradição cristã do Reino Unido está sob ameaça. Não sei precisamente a quantidade de cabeças cristãs que têm rolado no mundo islâmico nos últimos anos - várias dúzias, até onde acompanhei o noticiário -, mas sei o número exato de muçulmanos decapitados pelos cristãos, fundamentalistas ou não, no Ocidente ou no Oriente: zero.
Quando uma TV estatal decide chamar os decapitados de decapitadores, atribuir a eles o fanatismo sangrento daqueles que os matam e ainda acusá-los de paranóicos quando se sentem ameaçados, uma coisa é clara: o proprietário dessa TV está em guerra contra a religião dessas pessoas e, na ânsia de extingui-la, não se vexa de recorrer à calúnia deliberada e cínica. Quando esse proprietário é o governo de uma das nações mais poderosas do mundo, o risco que a comunidade visada está exposto não é nada pequeno. É pelo menos tão grande quanto a imaginária White Wings diz que é.
Semanas antes, quase ao mesmo tempo que o governo britânico legalizava a poligamia e autoridades judiciais proclamavam que a implantação da lei islâmica no Reino Unido era apenas uma questão de tempo, a BBC havia proibido seus redatores de usar o termo ditador para referir-se ao falecido Saddam Hussein, aquela gentil criatura que consolidou seu poder presidencial matando os deputados de oposição e depois espalhou cemitérios clandestinos por todo o Iraque, preenchendo as valas comuns com centenas de milhares de rebeldes e indesejáveis em geral. Simultaneamente, uma pesquisa do American Textbook Council (www.worldnetdaily. com /index.php?pageId>63872) mostrou que os livros de História distribuídos na rede de escolas públicas dos EUA são francamente pró-islâmicos, enquanto toda expressão pró-cristã é ali cada vez mais desestimulada e reprimida sob todas as formas, incluindo expulsão, prisão e estágios obrigatórios de “reeducação da sensitividade”.
Também quase ao mesmo tempo, a Suprema Corte dos EUA concede aos terroristas islâmicos presos em território estrangeiros os mesmos direitos dos cidadãos americanos, enquanto a grande mídia e os megabilionários globalistas conjugam esforços para eleger presidente dos EUA um muçulmano (relativamente) enrustido.
Mas, é claro, só um fanático militante da White Wings veria em tudo isso uma convergência entre os três grandes projetos de dominação mundial - o metacapitalista , o comunista e o islâmico -, num esforço comum de realizar a velha meta do filósofo marxista Georg Lukács: destruir a civilização judaico-cristã .
Judaico-cristã não é só um modo de dizer. A guerra não é só contra os cristãos: a BBC tanto demonizou Israel que o governo de Tel-Aviv decidiu vetar a entrada de representantes dessa emissora nas entrevistas coletivas oficiais. Claro: de que adianta contar tudo a repórteres que depois escrevem o contrário? De que adianta mostrar-lhes dezenas de bombas lançadas diariamente contra Israel se depois eles vão pintar toda e qualquer reação israelense, mesmo desproporcionalmente modesta, como se fosse uma iniciativa isolada, sem motivo, inspirada pela pura brutalidade?
Publicado pelo "Diário do Comércio", em 22 de julho.
* Olavo de Carvalho é jornalista, escritor, filósofo e Editor do "Mídia Sem Máscara".
* Olavo de Carvalho é jornalista, escritor, filósofo e Editor do "Mídia Sem Máscara".
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