Por Batista Cruz
“Por que não te callas?” O rei da Espanha, Juan Carlos, mandou, não pediu, que o deselegante Hugo Chaves calasse a boca, depois de uma série de grosserias e interrupções à fala do primeiro-ministro José Luís Zapatero, no Chile. O pito público lavou a alma dos venezuelanos que estão sendo reprimidos por não comungar com suas idéias cada vez mais estapafúrdias.
Finalmente alguém teve coragem de mandar o aprendiz de ditador se plantar. Chaves não esperava por esta. Sorriu amarelo e engoliu o desaforo. O bufão reagiu depois. Bem longe do rei. Esta será, sem dúvidas, o carão, ou melhor, a frase do ano.
O povo venezuelano, que construiu uma das mais sólidas democracias da América Latina, está sendo sufocado pelo caudilho. Durante a repressão que por certo se seguirá, os conterrâneos de Chaves repetirão em bom som: “Por que não te callas?” Como o ditadorete mudou o fuso horário do país, vai proibir esta frase, que certamente vai ser transformada na preferida da oposição. E vai reagir como um desses doidos que não gostam de um apelido: jogando pedras. Lá, vai colocar a polícia e asseclas contra o povo.
O jornalista William Waack, na sua coluna do site G1, escreveu que Juan Carlos mostrou a Chaves que, em bom espanhol, tem “cojones”. E roxo. O pito ganhou o mundo. Daqui para frente vai aumentar a torcida, pelo menos a minha, para que sempre que Chaves dê mostras da sua falta de educação, da sua prepotência, da sua arrogância, apareça alguém que o mande, de dedo em riste, fechar a matraca. A cancela foi aberta.
Por cá, se cala, Lula. Dizer que existe eleição está relacionada à democracia é afirmar que Cuba é um país livre. Lá também os cidadãos vão às urnas. Democracia e ditadura não rimam. Eleição com partido único ou com a oposição tratada a baioneta não é eleição. O presidente pode até sonhar. Afinal o poder é orgásmico. Mas ele não deve deixar que a tentação da eleição eterna, que não passa de totalitarismo, lhe suba a cabeça. Que não tenhamos uma democracia à Venezuela e um presidente que pense e aja como Chaves.
O presidente sabe, ou pelo menos deveria saber, diferenciar democracia, no mínimo a nossa, de democracia à cubana. Justificar seu apoio a Chaves afirmando que por lá já foram realizadas eleições e plebiscito é desconhecer - ou não querer ver - o contexto histórico. Ir às urnas é diferente de eleição. Pelo menos na concepção democrática.
Diz que na Europa ninguém se incomoda de ter uma pessoa anos e anos à frente de um governo. No parlamentarismo, do mesmo modo que o primeiro ministro pode se reeleger várias vezes, ele pode cair depois de alguns dias de iniciado o seu governo. Na ditadura isso não acontece. Agrade ao amigo, mas não deixe os brasileiros com uma pulga atrás da orelha.
Imagino o que presidente brasileiro diria se o desancado por seu amigo Chaves fosse Fernando Henrique Cardoso. No momento do “cala a boca”, o aprendiz de ditador estava sentando o pau no ex-primeiro-ministro José Maria Aznar, adversário político de Zapatero, que o defendeu. Lula, ao contrário do Zapatero, que ficou indignado e o rei que partiu para o ataque, certamente apoiaria o colega “presidente”. No final, lhe daria uns tapinhas nas costas. Os espanhóis sentiram que a sua pátria foi ofendida. Lula parece não saber o que é isso.
“Por que não te callas?” O rei da Espanha, Juan Carlos, mandou, não pediu, que o deselegante Hugo Chaves calasse a boca, depois de uma série de grosserias e interrupções à fala do primeiro-ministro José Luís Zapatero, no Chile. O pito público lavou a alma dos venezuelanos que estão sendo reprimidos por não comungar com suas idéias cada vez mais estapafúrdias.
Finalmente alguém teve coragem de mandar o aprendiz de ditador se plantar. Chaves não esperava por esta. Sorriu amarelo e engoliu o desaforo. O bufão reagiu depois. Bem longe do rei. Esta será, sem dúvidas, o carão, ou melhor, a frase do ano.
O povo venezuelano, que construiu uma das mais sólidas democracias da América Latina, está sendo sufocado pelo caudilho. Durante a repressão que por certo se seguirá, os conterrâneos de Chaves repetirão em bom som: “Por que não te callas?” Como o ditadorete mudou o fuso horário do país, vai proibir esta frase, que certamente vai ser transformada na preferida da oposição. E vai reagir como um desses doidos que não gostam de um apelido: jogando pedras. Lá, vai colocar a polícia e asseclas contra o povo.
O jornalista William Waack, na sua coluna do site G1, escreveu que Juan Carlos mostrou a Chaves que, em bom espanhol, tem “cojones”. E roxo. O pito ganhou o mundo. Daqui para frente vai aumentar a torcida, pelo menos a minha, para que sempre que Chaves dê mostras da sua falta de educação, da sua prepotência, da sua arrogância, apareça alguém que o mande, de dedo em riste, fechar a matraca. A cancela foi aberta.
Por cá, se cala, Lula. Dizer que existe eleição está relacionada à democracia é afirmar que Cuba é um país livre. Lá também os cidadãos vão às urnas. Democracia e ditadura não rimam. Eleição com partido único ou com a oposição tratada a baioneta não é eleição. O presidente pode até sonhar. Afinal o poder é orgásmico. Mas ele não deve deixar que a tentação da eleição eterna, que não passa de totalitarismo, lhe suba a cabeça. Que não tenhamos uma democracia à Venezuela e um presidente que pense e aja como Chaves.
O presidente sabe, ou pelo menos deveria saber, diferenciar democracia, no mínimo a nossa, de democracia à cubana. Justificar seu apoio a Chaves afirmando que por lá já foram realizadas eleições e plebiscito é desconhecer - ou não querer ver - o contexto histórico. Ir às urnas é diferente de eleição. Pelo menos na concepção democrática.
Diz que na Europa ninguém se incomoda de ter uma pessoa anos e anos à frente de um governo. No parlamentarismo, do mesmo modo que o primeiro ministro pode se reeleger várias vezes, ele pode cair depois de alguns dias de iniciado o seu governo. Na ditadura isso não acontece. Agrade ao amigo, mas não deixe os brasileiros com uma pulga atrás da orelha.
Imagino o que presidente brasileiro diria se o desancado por seu amigo Chaves fosse Fernando Henrique Cardoso. No momento do “cala a boca”, o aprendiz de ditador estava sentando o pau no ex-primeiro-ministro José Maria Aznar, adversário político de Zapatero, que o defendeu. Lula, ao contrário do Zapatero, que ficou indignado e o rei que partiu para o ataque, certamente apoiaria o colega “presidente”. No final, lhe daria uns tapinhas nas costas. Os espanhóis sentiram que a sua pátria foi ofendida. Lula parece não saber o que é isso.
Batista Cruz é jornalista
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