Por Ipojuca Pontes
Alegando que passa por grave crise orçamentária há
mais de dez anos, a ONU enviou carta ao Brasil e a outros países que não estão
em dia com as suas contribuições de praxe. A organização, que historicamente
ambiciona o poder global, faz um apelo dramático para que os Estados membros
honrem as respectivas dívidas. Na carta-circular, assinada pelo secretário-geral, o socialista português Antonio Guterres, informa-se que a "incerteza financeira" ameaça a capacidade de o famigerado organismo dar
continuidade a ações programadas. E cita, pressurosa, entre outros pontos, a
impossibilidade de "manter as missões de paz, a realização de viagens oficiais,
a promoção de eventos e até o pagamento do seu vasto quadro burocrático e do
seu corpo diplomático".
Enfim, o secretário-geral das Nações Unidas abre o
jogo: "Está se exacerbando uma situação já difícil. Os mecanismos de liquidez
estão falhando conosco. Se não tivéssemos contido despesas globalmente desde o
início deste ano - ajustando contratações e adiando despesas - não teríamos
liquidez para apoiar a abertura da Assembleia Geral".
De
fato, o orçamento da ONU permanece uma caixa-preta. Para uns, os gastos transcendem
a casa de US$ 40 bilhões anuais. Para outros, devido às "contribuições extras",
ultrapassa a cifra de US$ 50 bilhões. De todo modo, há quem garanta que 1/3
desse ervanário é torrado com a elevada folha de pagamento de mais de 100 mil
burocratas, entre eles, assessores, sofisticados diplomatas terceiromundistas,
membros do alto-comissariado e aspones temporários.
O
leguleio da ONU - além do calote de inúmeros países subdesenvolvidos, do jogo
mole de Estados membros emergentes que retardam suas quitações e ainda de
países ricos que se recusam a ampliar o valor de suas cotas - advém da decisão
de Donald Trump em reduzir parte da contribuição dos Estados Unidos,
correspondente a 22% do orçamento total da organização. Indignado com os gastos
incontroláveis e os escassos resultados, o presidente americano comparou a ONU - que tem sede em New York custeada pelo governo do Tio Sam - a um "clube de
férias".
Assim,
pensando no bolso do contribuinte, Trump cortou parte da grana destinada às
chamadas "missões de paz" que, em geral, não estabelecem paz alguma, muito
menos em áreas adversas aos EUA.
Segundo especialista da setor econômica, o Brasil deve à ONU cerca de R$ 592
milhões (afora o pendura de R$ 4,5 bilhões deixados pela dupla Lula/Dilma aos
demais organismos internacionais). Então, a pergunta que se impõe é a seguinte:
por qual razão o governo brasileiro iria deixar de investir no Brasil, saturado
de problemas econômicos de toda ordem, para manter numa boa a inútil e
dispendiosa diplomacia globalista da ONU?
Façamos
um retrospecto: a ONU foi criada em 28 de de julho de 1945 em San Francisco,
nos Estados Unidos, no crepúsculo da 2ª Guerra Mundial, com a aprovação de uma
Carta cujos objetivos, nada desprezíveis, eram os de manter a paz entre os
povos, controlar a proliferação de armas nucleares, resolver querelas entre
nações, fomentar o desenvolvimento, a cooperação e os direitos humanos etc.
etc., além de se empenhar, em âmbito planetário, nas tarefas de combater o
analfabetismo, a fome e as doenças em geral. À época, cerca de 50 países
assinaram a Carta, entre eles, o Brasil.
(Nota:
a ONU é substituta da tristemente célebre Liga das Nações, fundada com os
mesmos objetivos em 1920, em Genebra, Suíça, logo após a 1ª Guerra Mundial. A
Liga começou a desmoronar, sem choro nem vela, quando os soviéticos, "manu
militari", invadiram brutalmente a Finlândia, em 1939).
No
final dos anos 1990, andei fuçando corredores e departamentos da ONU à procura
de dados sobre a fome no mundo. Vi de perto o gigantesco edifício, na Praça das
Nações Unidas, com seus burocratas encasacados e pretensiosos, fios, elevadores
e telefones enguiçados. Já circulava a notícia de que a ONU atravessava crise
financeira, por hipertrofia, com débitos de bilhões de dólares. Em paralelo,
corria o escândalo de Kojo Anann, filho de Kofi Annan, secretário-geral da ONU,
que recebera propina de U$$ 150 mil dólares da Cotecna Inspection Services, uma
empresa suíça ligada ao ramo de petróleo.
Disse
acima que a ONU era ambiciosa. Mas fica só na ambição e no espantoso número de
agências e penduricalhos que mantém em várias partes do mundo para enfrentar larga
soma de problemas, mas que nem de perto divisa inteiramente, pois sendo uma
espécie de Midas às avessas, onde coloca a gigantesca mão burocrática,
complica.
De
fato, visto com vagar, nenhum problema humano substancial foi solucionado pela
ONU: guerras, fome, pestes ou o que se possa imaginar em matéria de miséria,
proliferam em escala ascendente no mundo, independente da vontade da matrona.
Desconfio que se o dinheiro gasto com a ONU e sua vasta burocracia fosse
repassado diretamente aos necessitados, teríamos hoje um quadro mundial bem
menos indigesto.
No
momento, empenhados em impor uma agenda globalista, os ativistas da ONU
repassam aos Estados membros e suas ongs endinheiradas a subversiva parolagem "politicamente correta". Dia e noite, o mamute procura pautar a cabeça da
opinião pública com o trololó do casamento gay, do "aquecimento global", do
regime das cotas raciais, da descriminalização do uso da droga etc - tudo para
formar o "consenso global" tramado pelo apóstolo do comunismo Antonio Gramsci.
Assim,
é preciso esclarecer que a ONU terceiromundista não está falida apenas
financeiramente. Está também falida política, diplomática e moralmente. A
rigor, desde o massacre de Ruanda em 1994, com suas 800 mil mortes
desassistidas, a boa consciência humana não a leva mais a sério.
Em
suma, dar dinheiro à ONU é ato tão despropositado como acender o cigarro na
chama de um círio.
PS
1 - As preconcebidas maldades que a Globo (conhecida pela alcunha de "Globolixo") vem amontoando contra Jair Bolsonaro já seriam motivo suficiente
para se cassar a concessão pública do sinal da emissora dos bilionários irmãos
Marinho.
Brizola,
aliás, na campanha presidencial de 1989, chegou a afirmar que essa seria a sua
primeira medida caso chegasse à Presidência da República.
Fonte: https://diariodopoder.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário