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segunda-feira, 24 de abril de 2017

"Na era digital, 'papelzinho' é o meio da corrupção"



A Odebrecht teve de criar um sistema informatizado no departamento específico que fazia o controle das montanhas de propina pagas a membros do governo e, em especial, a políticos do PT. Mas, entre interlocutores, o principal meio de comunicação é o velho "papelzinho". Segundo Marcelo Odebrecht, o primeiro acerto de pagamento que fez, ele recebeu o valor "num papelzinho" que Guido Mantega entregou.
R$ 50 milhões
De acordo com Marcelo em sua delação, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, em 2008, anotou a cifra num papel: "R$ 50 milhões".
Números de contas
Outro delator, Henrique Valladares diz que o interlocutor de Aécio entregava números de contas a ele em pessoa e em pedaços de papel.
Pouco mais moderno
E-mails da Odebrecht também foram apresentados para comprovar denúncias contra políticos como José Serra, por exemplo.
Era tudo ilícito
Marcelo revela que toda a relação da Odebrecht com o PT era ilícita: "eu tinha uma agenda ampla... em função dessa agenda ampla, eles podiam criar uma expectativa grande. Esse valor de R$ 114 milhões, que nasceu de modo totalmente ilícito, acabou indo a R$ 300 milhões".
Propina preventiva
O ex-ministro Guido Mantega não participou da campanha de 2010 de Dilma "como imaginava", segundo definiu Marcelo Odebrecht. Acertou pagamento de R$ 50 milhões em 2008, mas só foi gastar em 2011.
R$ 100 milhões para 2014
Para 2014, Marcelo Odebrecht revela ter reservado R$ 100 milhões para o PT de Lula e Dilma. Ele diz não saber se foram integralmente consumidos "porque aí já tinha Lava Jato, teve 2014 etc.".
Resposta adiante
Marcelo Odebrecht diz, em seu primeiro depoimento, não saber como Lula era informado, mas ele mesmo explica, doze depoimentos mais tarde: era o pai Emílio quem deixava Lula a par de tudo.
Grupo seleto do PT
Marcelo revelou que quando um executivo da Odebrecht recebia pedido de candidato do PT que "não interessava apoiar", diretores eram instruídos a dizer "fala lá com o Palocci ou o Guido porque o Marcelo tem um valor acertado. Se você conseguir arrancar... sai".
Nomenclatura de obra
Odebrecht não explica, mas apesar de o nome adotado na imprensa e nos depoimentos ser de "planilha italiano" ou "conta Amigo", na tabela da Odebrecht a Conta do PT é "Programa Especial", como uma obra.
Pensando bem...
... ao dizer que o sítio de Atibaia era de um amigo, Lula não mentiu, apenas omitiu que o "Amigo" era ele próprio.
Fonte: Cláudio Humberto

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