Por Raul Monteiro
Quem aposta em que o prefeito ACM Neto (DEM) reavalia sua possibilidade de se candidatar ao governo em 2018 está cometendo um engano. Ele tem relatado a amigos um "desejo crescente" de concorrer ao cargo contra o governador Rui Costa (PT) e atribui, em certa medida, parte do estímulo ao próprio petista, que, na avaliação de correligionários do prefeito, não pára de cutucar o democrata. Uma parte dos receios de Neto quanto a concorrer também estão sendo desfeitos. Eles envolvem a performance de seu eventual sucessor, Bruno Reis (PMDB).
Neto tem confidenciado a interlocutores que o vice-prefeito tem cumprido o estágio que lhe impôs na administração com média acima do esperado, o que lhe dá mais segurança para renunciar à Prefeitura no meio do seu segundo mandato para enfrentar a sucessão estadual. Em outras palavras, Bruno já mostrou que tem condições de segurar a peteca na ausência do líder, o que significa que o prefeito pode deixar o cargo e, mesmo na hipótese de perder a disputa pelo governo, encontrar um anteparo confortável para amortecer-lhe a queda.
O outro ponto que Neto avalia diz respeito à sucessão presidencial que, pela tradição na Bahia, costuma influir diretamente nas candidaturas estaduais. Como, para o grupo do prefeito, as chances de o ex-presidente Lula (PT) se tornar inelegível são grandes, em decorrência de uma eventual prisão pela Lava Jato ou mesmo por causa de uma condenação na mesma operação, não há fantasma no horizonte capaz de dificultar-lhe o caminho. Mas como Neto tem dito a amigos que se tornar governador não é uma obsessão, o prefeito também avalia a hipótese de não concorrer.
Neste caso, tem apresentado como alternativa para sua eventual ausência no páreo três nomes. O primeiro deles é o do ministro Antonio Imbassahy (PSDB), que cuida da articulação política do presidente Michel Temer (PMDB) e, pelo menos sob o aspecto da máquina e estrutura que o governo federal assegura, pode chegar forte em 2018, na avaliação de interlocutores do prefeito. O segundo nome é o do prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, um democrata cuja inserção no interior é respeitada por Neto e vista por ele como um diferencial na disputa do lado das oposições.
A lembrança ao nome de Zé Ronaldo explica porque recentemente noticiou-se que ele estaria avaliando um novo partido para ingressar, o que também é um indicativo de que seu nome é avaliado por Neto para uma posição na sua própria chapa. A terceira hipótese envolveria um patamar de articulação que ainda não se consumou, mas integra uma parte do plano estratégico do prefeito. Seria representada pelo senador Otto Alencar (PSD), que, apesar de ser um aliado do governador, netistas acreditam que teria sua chance de ouro de concorrer e ganhar o governo, no caso de o democrata desistir da disputa e apoiá-lo.
Fonte: "Tribuna da Bahia", edição desta quinta-feira, 27
Quem aposta em que o prefeito ACM Neto (DEM) reavalia sua possibilidade de se candidatar ao governo em 2018 está cometendo um engano. Ele tem relatado a amigos um "desejo crescente" de concorrer ao cargo contra o governador Rui Costa (PT) e atribui, em certa medida, parte do estímulo ao próprio petista, que, na avaliação de correligionários do prefeito, não pára de cutucar o democrata. Uma parte dos receios de Neto quanto a concorrer também estão sendo desfeitos. Eles envolvem a performance de seu eventual sucessor, Bruno Reis (PMDB).
Neto tem confidenciado a interlocutores que o vice-prefeito tem cumprido o estágio que lhe impôs na administração com média acima do esperado, o que lhe dá mais segurança para renunciar à Prefeitura no meio do seu segundo mandato para enfrentar a sucessão estadual. Em outras palavras, Bruno já mostrou que tem condições de segurar a peteca na ausência do líder, o que significa que o prefeito pode deixar o cargo e, mesmo na hipótese de perder a disputa pelo governo, encontrar um anteparo confortável para amortecer-lhe a queda.
O outro ponto que Neto avalia diz respeito à sucessão presidencial que, pela tradição na Bahia, costuma influir diretamente nas candidaturas estaduais. Como, para o grupo do prefeito, as chances de o ex-presidente Lula (PT) se tornar inelegível são grandes, em decorrência de uma eventual prisão pela Lava Jato ou mesmo por causa de uma condenação na mesma operação, não há fantasma no horizonte capaz de dificultar-lhe o caminho. Mas como Neto tem dito a amigos que se tornar governador não é uma obsessão, o prefeito também avalia a hipótese de não concorrer.
Neste caso, tem apresentado como alternativa para sua eventual ausência no páreo três nomes. O primeiro deles é o do ministro Antonio Imbassahy (PSDB), que cuida da articulação política do presidente Michel Temer (PMDB) e, pelo menos sob o aspecto da máquina e estrutura que o governo federal assegura, pode chegar forte em 2018, na avaliação de interlocutores do prefeito. O segundo nome é o do prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, um democrata cuja inserção no interior é respeitada por Neto e vista por ele como um diferencial na disputa do lado das oposições.
A lembrança ao nome de Zé Ronaldo explica porque recentemente noticiou-se que ele estaria avaliando um novo partido para ingressar, o que também é um indicativo de que seu nome é avaliado por Neto para uma posição na sua própria chapa. A terceira hipótese envolveria um patamar de articulação que ainda não se consumou, mas integra uma parte do plano estratégico do prefeito. Seria representada pelo senador Otto Alencar (PSD), que, apesar de ser um aliado do governador, netistas acreditam que teria sua chance de ouro de concorrer e ganhar o governo, no caso de o democrata desistir da disputa e apoiá-lo.
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