Por Reinaldo Azevedo
Um terrorista do Hamas, com o rosto escondido, apareceu na Al
Jazeera, informa o Jerusalem Post, para passar uma instrução aos negociadores
palestinos no Cairo: ou Israel aceitava todas as condições do grupo para
suspender os ataques com foguetes, ou eles deveriam abandonar a mesa de
negociação. O Hamas exige o fim do bloqueio a Gaza e a libertação de pessoas
ligadas ao grupo que foram presas na Cisjordânia em conflitos recentes. Não só
isso: agora também quer construir um porto e um aeroporto. E tudo, claro!, sem
se desarmar e sem mudar o seu programa, que prevê, como é sabido, a destruição
do estado israelense. E aí… Vocês acham que Israel deveria topar essa conversa?
Ou por outra: para suspender seus ataques com mísseis, o Hamas exige que o
inimigo lhe franqueie condições de se fortalecer ainda mais, para voltar a
atacar no futuro com ainda mais violência. É patético!
Os que insistem em transformar Israel no vilão da narrativa se
esquecem de que esse Estado existe e existirá sempre, com paz ou com guerra. E,
é evidente, a paz é melhor. Já o Hamas só existe porque a guerra existe. Sem
ela, o que seria dele? É preciso dar uma resposta a essa pergunta caso se
queira fazer uma abordagem honesta da questão.
Digamos, só para efeitos de pensamento - não é a minha proposta
para a região - que Israel aceitasse voltar às fronteiras anteriores a 1967,
com a criação do Estado palestino. O Hamas aceitaria? Deixaria de existir? O
movimento se autodissolveria e se dedicaria, então, a governar o novo Estado,
tentando garantir o bem-estar do seu povo? Qualquer pessoa com um mínimo de
honestidade intelectual e de informação sabe que a resposta é negativa.
Que se registre: quatro horas antes do fim da trégua, dois
foguetes oriundos de Gaza atingiram o território israelense. É assim que
negociam os terroristas. O Hamas, que enfrentava crescente rejeição da
população de Gaza, promoveu uma grande manifestação pública nesta quinta.
Mushir al-Masri, um dos líderes terroristas, contribuiu para a paz com a
seguinte fala: "Nossos dedos estão no gatilho, e nossos foguetes estão
apontados para Tel Aviv". O que lhes parece? Musa Abu Marzouk, outro
representante do grupo, escreveu o seguinte no Facebbok: "A única garantia são
as armas da resistência".
Negociadores de Israel afirmaram que o país aceitaria, sim,
prorrogar por mais 72 horas a trégua, conforme propôs o Egito, mas o Hamas
recusou. E ainda anunciou que nem todos os seus túneis foram destruídos. Então
tá. No atual estágio, o mais provável é que a guerra continue. Daqui a pouco,
os cínicos e oportunistas começarão a derramar suas lágrimas de crocodilo pelas
crianças palestinas. É claro que a morte de inocentes é um horror. É claro que
é uma tragédia. Só que é preciso deixar claro quem são seus assassinos: os
terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica.
O terrorismo se fortalece com o sangue dos inocentes. Precisa
vampirizar o povo palestino para que possa existir.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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