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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ponte Rio Branco




Ponte Rio Branco quando foi inaugurada, nos anos 10 do século passado
Fotos: Reproduções
 
Artigo de Antônio do Lajedinho, publicado em 21 de março de 2010 no blog "A Feira Antiga", que o Blog Demais mais uma vez replica:

 
Foi em 1933 ou 1934 que fiz a minha primeira viagem a bordo de um automóvel. Meu pai alugou o carro de Anízio, único de aluguel na cidade, e fomos ver a grande enchente do rio Jacuípe, sobre o qual se construíra, anos antes, a monumental Ponte Rio Branco.
Aquela ponte era a primeira e única construção na pequena malha rodoviária carroçável que ligava todo o Oeste à capital, via Feira de Santana, e se a ponte fosse interditada por receio da força da enchente, como corriam os boatos, seria um desastre para o comércio de Feira. Não havia outra ponte sobre o rio Jacuípe, como não existiam outras no rio Paraguaçu (exceto aquela que ligava Cachoeira e São Félix), ou em outro rio da região. Portanto, era de grande importância aquela ponte, construída em 1915-1917, exatamente para sanar o problema que as enchentes causavam deixando o sertão isolado, por meses, especialmente na época das trovoadas. Foi maravilhosos ver aquele caudaloso rio correr sob uma ponte tão bonita.
Aquela ponte foi o primeiro marco do nosso progresso. Embora os automóveis ainda estivessem engatinhando no Brasil, já se podia prever uma futura necessidade de rodovias, onde as obras de arte teriam que ser feitas nas travessias dos rios. Também por ali passavam todas as boiadas vindas de Goiás, Minas Gerais e do sertão de modo geral. As viagens a cavalo, as cargas de mercadorias vindas do campo e vice-versa, os tropeiros com dezenas de burros carregados e com um animal todo enfeitado na frente, chamado de madrinha da tropa, cruzavam diariamente por aquela ponte.
Os feirenses também usavam a ponte como área de lazer, fazendo grandes piqueniques aos domingos, a princípio caminhando e depois em pequenos caminhões e posteriormente em marinetes. Além de uma feijoada que se levava pronta, não faltava uma boa vitrola para a matinê dançante. A parte da manhã era reservada para o banho, que tinha os lugares definidos de homens e mulheres. À tarde, após o descanso do almoço, dava-se ínicio à tarde dançante que ia até às dezessete horas, quando se regressava para a cidade.
Ha poucos dias, fui rever aquele recanto bonito da minha juventude. Melhor não tivesse ido. A imponente e majestosa ponte Rio Branco se transformara num monte de ferro retorcido sobre o leito do rio que por tantos anos ela reinou. Não sei ouvia mais a vitrola nem a algazarra das crianças. Até o gado deixou de andar tocado por vaqueiros, a pé, para viajar em carrretas. O lugar está ermo, feio e triste. Até o leito do rio que fora caudaloso, hoje são pequenos filetes de água, qual lágrimas de saudades dum passado belo e grandioso.

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