Feira de Santana, além do Teatro Municipal Margarida Ribeiro e Teatro Angela Oliveira (no Centro de Cultura Maestro Miro), bem que pode, e deve, nominar de Antônia Velloso o recentemente inaugurado Teatro, no Centro de Convenções, mantendo a tradição de nome feminino de destaque em equipamento cultural.
Caso não seja aprovado, outros nomes, masculinos, para a nominação do espaço, pois também umbilicalmente ligados ao movimento teatral: Geraldo Lima (1949-2023) e Cezar Ubaldo (1950-2024).
Feira tem outros teatros sem nominações: Teatro de Centro de Cultura Amélio Amorim, Teatro do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), Teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Teatro do Serviço Social do Comércio (Sesc).
O Teatro tem plateia com 665 lugares, foyer, bilheteria, house mix, camarins, sala de costura, rouparia, sala de dança, de música e salas multiuso. Instalado no bairro São João, foi entregue pelo Governo do Estado, no dia 16 de dezembro de 2024. Até março, a realização de eventos-teste. Depois, um processo de concessão dos espaços para a iniciativa privada, conforme anunciado.
Antonia Velloso
Antonia Maria Guimarães Velloso, faleceu em 18 de agosto de 2024, aos 87 anos. Simplesmente, o maior nome feminino do teatro de Feira de Santana. Era uma das responsáveis pela evolução do movimento teatral em Feira de Santana, a partir de 1964. Ela também atuou em palcos de Salvador.
Em 25 de maio de 2017, a Câmara Municipal de Feira de Santana concedeu a ela a Comenda Maria Quitéria. O vereador José Carneiro foi o autor do projeto de Decreto Legislativo que concedeu a honraria.
Antonia era considerada como dama e madrinha do teatro amador em Feira de Santana.
Antonia Velloso era professora formada pelo Colégio Santanópolis. Ingressou no teatro em meados dos anos 1960. Participou de três grupos locais - Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana (Scafs), Teatro Experimental de Feira (TEF) e Movimento de Estudos Teatrais e Artísticos (Meta). Também fez cinema.
Seu maior destaque foi na montagem da Scafs e do Meta de "Natal em Gotham City", com direção de Deolindo Checcucci, que causou polêmica por ser considerado pela Ditadura como contrário à moral católica. Além de Feira de Santana, com apresentação no Cine Santanópolis, em 1970, também foi encenada em Salvador. Com elementos inovadores e impactantes, usando fragmentos de vários autores, um espetáculo ousado, que suscitou muitos comentários pelo seu contexto.
Antonia Velloso ainda participou dos filmes "Akpalô", de Deolindo Checcucci e José Frazão, 1972; e como Carol em "Anjo Negro", de José Umberto, 1972, ambos do chamado cinema undergound baiano. Também apareceu no documentário "O Forte", de Jamison Pedra.
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