O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nesta quarta-feira, 26, a abertura de tomadas de contas especiais para calcular prejuízos e identificar eventuais responsáveis por irregularidades em convênios da Petrobrás com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Braço sindical do PT, a entidade recebeu R$ 26 milhões da estatal para alfabetizar mais de 200 mil alunos, mas, de acordo com a corte, não provou ter aplicado o dinheiro na realização dos cursos.
Comandada pelo
partido desde o início do governo Lula, a empresa não fiscalizou a execução do
projeto e aprovou as contas sem exigir provas do cumprimento, diz o relatório
técnico do tribunal. O TCU auditou convênios e patrocínios da Petrobrás,
identificando em 2009 falhas em diversas parcerias de entidades supostamente
ligadas ao PT e outras legendas. As constatações foram apreciadas na terça-feira
em plenário.
Além da CUT, serão
alvo de processos para apuração de danos o Instituto Nacional de Formação e
Assessoria Sindical da Agricultura Familiar Sebastião Rosa da Paz, que recebeu
R$ 1,6 milhão; a Cooperativa de Profissionais em Planejamento e Desenvolvimento
Econômico, Social e Ambiental (Colméia), contemplada com R$ 1,7 milhão; e a
Cooperativa Central de Crédito e Economia Solidária (Ecosol), cujo patrocínio
foi de R$ 350 mil. A área técnica havia sugerido a aplicação de multas a
dirigentes da estatal, o que foi aceito pelo relator do processo, ministro
Aroldo Cedraz. Mas, após voto revisor de José Múcio, o tribunal decidiu avaliar
a aplicação de penalidades somente no julgamento das TCEs.
As parcerias com a
CUT foram firmadas entre 2004 e 2006 para ações do Programa Brasil
Alfabetizado. Na época, a Petrobrás era dirigida pelo petista José Sérgio
Gabrielli, que deixou o cargo este ano. Duas foram assinadas diretamente com a
central e uma terceira com uma de suas entidades de apoio, a Agência de Desenvolvimento
Solidário (ADS). Após a inspeção, o TCU apurou que os gestores da estatal
aprovaram as medições de serviços, dando as atividades como regulares, sem que
fosse demonstrado se os investimentos foram, de fato, feitos e quais os
resultados obtidos.
Na documentação
analisada pelos auditores, não havia fichas de acompanhamento individual dos
alunos, listas de presença nas supostas aulas, acompanhamento das ações dos
alfabetizadores, número de estudantes envolvidos e documentos que atestassem
que os materiais didáticos foram realmente entregues.
(…)
Fonte: "O Estado de São Paulo"(…)
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