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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Movimento da Legalidade e alguns questionamentos

Por Sérgio Oliveira

Em 1961, durante 12 dias ( 25 de agosto até 5 de setembro) Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, movimentou o Estado com a Rede da Legalidade, o Movimento da Legalidade, legalidade esta que visava cumprir a Constituição, com a posse do vice-presidente eleito, João Goulart, o Jango, uma vez que o presidente eleito, Jânio Quadros, havia renunciado, depois de quase sete meses de governo, culpando as forças ocultas, que ele nunca mencionou quais eram, pelo seu ato.
João Goulart era, pela segunda vez, vice-presidente, eleito pelo voto do povo, pois naquela época o povo votava em separado no presidente e no vice.
Em 1955, numa coligação PSD-PTB, tendo Juscelino Kubitschek de Oliveira como candidato à Presidência, tendo sito eleito com 3.077.411 votos, João Goulart foi eleito o vice-presidente, com 3.591.409 votos, tendo feito, como se pode notar, mais votos que o presidente eleito.
Já nas eleições de 1960 os candidatos foram: Jânio Quadros, tendo como candidato a vice Milton Campos (PDC-UDN); marechal Teixeira Lott, que teve como candidato a vice João Goulart (PSD-PTB); Ademar de Barros (PSP), à Presidência e Fernando Ferrari, MTR, à vice-presidência; como a votação era em separado para presidente e vice, Jânio Quadros foi eleito com 5.636.623 votos, ao passo que João Goulart foi, novamente, eleito vice-presidente, com 4.547.010 votos.
Muitos dizem que o Movimento da Legalidade iniciado por Brizola adiou o golpe, que ocorreu em 1964.
Neste ano de 2011 são comemorados os 50 anos do Movimento, sendo que vários eventos já foram e estão sendo feitos em função disto.
Paulo César Pereio (ator, vivo ainda) e Lara De Lemos (poetisa, jornalista, tradutora e educadora, já falecida ) compuseram o "Hino da Legalidade", cuja letra é:
Avante brasileiros de pé
Unidos pela liberdade
Marchemos todos juntos
Com a bandeira que prega a lealdade
Protesta contra o tirano
E recusa a traição
Que um povo só é bem grande
Se for livre sua Nação
As lideranças que hoje se dizem democráticas, algumas famosas, onde estavam em 1961 (eram crianças, talvez ) e, principalmente, em 1964?
Já citei outro dia, neste espaço, num texto sob o título de "Será Verdade?", o caso do Lula. O estopim derradeiro para a ocorrência do Golpe de 1964 teria sido, ou foi, o comício que o presidente João Goulart promoveu no dia 13.03.1964 na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde lançou as Reformas de Base, que eram as reformas bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária. Sustentava-se ainda a necessidade de estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das forças armadas, como marinheiros e os sargentos, e defendia-se medidas nacionalistas prevendo uma intervenção mais ampla do Estado na vida econômica e um maior controle dos investimentos estrangeiros no país, mediante a regulamentação das remessas de lucros para o exterior.
O carro-chefe das reformas era, sem dúvida, a reforma agrária que visava eliminar os conflitos pela posse da terra e garantir o acesso à propriedade de milhões de trabalhadores rurais. Em discurso por ocasião do encerramento do 1° Congresso Camponês realizado em Belo Horizonte em novembro de 1961, João Goulart, afirmou que não só era premente a realização da reforma agrária, como também declarou a impossibilidade de sua efetivação sem a mudança da Constituição brasileira que exigia indenização prévia em dinheiro para as terras desapropriadas.
As forças contrárias se uniram; no dia 19.03.1964, em São Paulo foi realizada a Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade (no Rio foi no dia 2 de abril); como já referi no texto "Será Verdade?" o escritor Carlos Heitor Cony, na crônica "Esquecimento Injusto", do dia 23.03.2005,
citou que Lula, então, ao que consta, com 19 anos, teria participado desta Marcha, que pregava a queda de João Goulart. A citação foi: "por falar nisso, o embrionário líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva participou da Marcha Com Deus pela Família".
Também citei no meu texto o comentário da jornalista Cida Caran, lá de Ribeirão Preto (site/blog de 16.11.2009), feito em relação ao filme "Lula, o Filho do Brasil", onde, sob o título "Passeata de fora", entre outras coisas, escreveu:
"A propósito: a participação de Lula na Marcha da Família Com Deus pela Liberdade, em 1964, também não entra no filme. É uma cena que os lulistas querem apagar de sua história".
Ainda mais: texto que consta no site www.flickr.com, sob o título "Comparação III - João Goulart e Lula", há a seguinte passagem:
"Aparentemente não existe relação entre os dois, e Lula, em 1964, na sua boa fé de homem humilde ainda com visão política imatura, defendia a queda de Jango, pois, como a maioria dos brasileiros na época, o golpe militar só seria transitório, porque colocaria um governo provisório que substituiria um governo considerado hesitante".
E o José Dirceu, o homem do mensalão?
No dia 22.07.2011, em seu blog, repercutido por vários outros meios, ele publicou o artigo "A opção da oposição pelo udenismo", a respeito do qual não vou me referir.
Me atenho no udenismo, que vem de União Democrática Nacional (UDN), partido também extinto em 1964 e cujos líderes, em sua maioria, fizeram parte da Aliança Renovadora Nacional (Arena), o partido dos que apoiaram a ditadura, entre eles José Sarney, que fazia parte da UDN Bossa Nova (alusão ao movimento musical da época).
O pai de José Dirceu, que era dono de farmácia, era da UDN. O próprio José Dirceu era udenista.
Leiam: sexta-feira, 8 de janeiro de 2010 " Tribuna da Imprensa", Rio de janeiro, na Internet:
"José Dirceu, filho de família udenista tradicional, não nega o fato, tinha 21 anos. Considera a Frente Ampla influente"
Antonio Santos Aquino
"Não é polêmica, só informação. Na Universidade Mackenzie, aplaudiu o Golpe de 64. Depois, como muitos outros, voltou-se contra os militares. Dirceu não nega, inclusive fala na influência do Movimento da Frente Ampla".
Comentário de Helio Fernandes:
"Nenhuma polêmica, mesmo porque, Aquino, você tem tanta informação, que o importante é fazer você revelá-las para todos. Impressionantes as coisas que você vai mostrando, oportunidade para conhecê-las ou comentá-las.
O que você contou sobre Dirceu e outros jovens do Rio, de São Paulo e de vários estados, que pertenciam à UDN, altamente elucidativo. E que prova como a UDN foi estigmatizada, amaldiçoada e injustiçada".
E aí o cara acusa, e não é a primeira vez, é só pesquisar, a oposição de práticas udenistas.
Outro filho de udenista: Franklin Martins, que foi o homem da imprensa do Lula no seu segundo governo. Seu pai, Mario Martins, era egresso da velha UDN e senador em 1968
(pág. 180 do livro "1968: O Ano Que Não Terminou", de Zuenir Ventura).
E a Dilma? Em texto que circula na Internet temos:
"Em site oficial da candidata foi publicada suposta foto de sua participação na passeata dos 100 mil, apoiando o governo João Goulart. Em uma falsificação desonesta, a jovem mostrada na foto é a atriz Norma Bengell e não Dilma Roussef.
Especula-se por alguns que Dilma nem ao menos estaria presente nesta passeata de apoio a Goulart. E sim na Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade de "apoiadores" do golpe. Dilma assim como o jovem José Dirceu, seriam da juventude UDENISTA. Depois como muitos da própria UDN se tornaram oposição a ditadura.
Será verdade?
Ela foi presa, torturada? O jornalista Hélio Fernandes, da Tribuna da Imprensa, em texto de 28.06.2010, intitulado "O roubo do cofre de Ademar de Barros" diz que "não teve participação de D. Dilma, e até agora não descobri onde ela teria sido presa e torturada.
A questão da participação de Dona Dilma. Ela não soube de nada na época, foi conhecer o episódio muito depois. Já disse várias vezes, 'fui seqüestrada e torturada durante três anos'. Ora, ninguém é TORTURADO POR TR~ES ANOS. Por dois motivos.
1. Ninguém suporta. De 1937 a 1945, e depois, de 1964 a 1979, milhares e milhares foram torturados barbaramente, mas não por três anos.
2. Só grandes personalidade são TORTURADAS por um período como esse. Dona Dilma foi presa sem que ninguém soubesse, e não tinha status ou projeção para ser TORTURADA por esse período".
Ao discorrer sobre duas personalidades que, segundo ele, realmente foram torturadas, ele escreveu:
"- Não conheço ninguém na História do Brasil que tenha sido tão VIOLENTADO quanto esses dois. E não consegui descobrir nem onde Dona Dilma teria ficado presa e torturada".
Eu questiono: alguém que tivesse sofrido tortura por três anos não teria ficado com sequelas?
Diante destes relatos questiono: são verídicos?
Sendo verdade, enquanto Brizola, com o Movimento da Legalidade, lutou para que João Goulart assumisse o cargo de presidente (era o vice), em função da renúncia daquele que fora eleito para o mesmo, depois, quando Jango exercia seu mandato, Lula, Dilma, José Dirceu e mais outros teriam participado de atos pela derrubada do presidente trabalhista.
Se forem verídicos, aí é que me dá mais argumentação para dizer que o PDT jamais poderia estar junto com o PT.
* Sérgio Oliveira, aposentado, é tesouteiro do PDT, em Charqueadas-RS

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