Por César Maia
1. A imprensa vem insistindo numa diferença vertebral entre Dilma e Lula. Ela seria rigorosa com a corrupção e Lula seria plástico. Não é bem assim. Ambos estão nas raízes dos fatos que envolveram o Ministério dos Transportes: ele como presidente e amigo do suplente de senador que assumiu o cargo do ministro, e ela como "mãe" do PAC e controller dos investimentos relativos. Mas se colocarmos na balança as demissões no Ministério dos Transportes, essas atingem um quinto escalão da política, sem qualquer expressão nacional. Palocci só saiu a fórceps, e pelos desdobramentos que a cada dia surgiam na imprensa e no boca a boca no Congresso. Com Lula, demitir Zé Dirceu - uma espécie de primeiro ministro na época - e Palocci - pleno-potenciário e fiador da política econômica - pelo caso do caseiro, foram ações muito mais complexas, de repercussão nacional e muito mais rápidas. Eram o binômio do poder.
2. Mas o nó da questão não está aí. Se o 'spin' de Dilma quer difundir essa imagem, em breve amargará uma rejeição de opinião pública. Uns dizem que Lula troca as bem patrocinadas palestras por turismo político pelo Brasil afora, de forma a afirmar sua tradicional imagem populista-'ciceriana'. E aí está o nó da questão. Se a estratégia de imagem do 'spin' de Dilma der certo, teremos personagens antípodas na percepção da população. E a reação a essa dicotomia será optar por uma delas e rejeitar a outra.
3. Certamente a opção será por Lula que, inclusive, não tem o ônus de governar, especialmente numa conjuntura adversa. O processo político - ao contrário do que muitos pensam - não são as ofertas dos políticos, mas as demandas do eleitor. Demandas, em primeiro lugar, por imagem. Se as imagens são antípodas, a opção por uma será a rejeição da outra: Fla x Flu. Quanto mais Dilma quiser parecer e adotar um perfil udenista e Lula mantiver seu perfil 'ciceriano', mais acentuadas as diferenças.
4. E quando os problemas se aprofundarem, virão os suspiros populares: Com Lula isso não teria acontecido. Ela é muito diferente de Lula. Aliás, pesquisas qualitativas pontuais têm ouvido isso no caso do Ministério dos Transportes: Se fosse com Lula isso não teria ocorrido. Ou seja, a "herança perversa" só serve para o disfrute dos analistas. O eleitor vive o presente por atalhos de informação, e pela confiança - pessoal - que a imagem do político inspira.
1. A imprensa vem insistindo numa diferença vertebral entre Dilma e Lula. Ela seria rigorosa com a corrupção e Lula seria plástico. Não é bem assim. Ambos estão nas raízes dos fatos que envolveram o Ministério dos Transportes: ele como presidente e amigo do suplente de senador que assumiu o cargo do ministro, e ela como "mãe" do PAC e controller dos investimentos relativos. Mas se colocarmos na balança as demissões no Ministério dos Transportes, essas atingem um quinto escalão da política, sem qualquer expressão nacional. Palocci só saiu a fórceps, e pelos desdobramentos que a cada dia surgiam na imprensa e no boca a boca no Congresso. Com Lula, demitir Zé Dirceu - uma espécie de primeiro ministro na época - e Palocci - pleno-potenciário e fiador da política econômica - pelo caso do caseiro, foram ações muito mais complexas, de repercussão nacional e muito mais rápidas. Eram o binômio do poder.
2. Mas o nó da questão não está aí. Se o 'spin' de Dilma quer difundir essa imagem, em breve amargará uma rejeição de opinião pública. Uns dizem que Lula troca as bem patrocinadas palestras por turismo político pelo Brasil afora, de forma a afirmar sua tradicional imagem populista-'ciceriana'. E aí está o nó da questão. Se a estratégia de imagem do 'spin' de Dilma der certo, teremos personagens antípodas na percepção da população. E a reação a essa dicotomia será optar por uma delas e rejeitar a outra.
3. Certamente a opção será por Lula que, inclusive, não tem o ônus de governar, especialmente numa conjuntura adversa. O processo político - ao contrário do que muitos pensam - não são as ofertas dos políticos, mas as demandas do eleitor. Demandas, em primeiro lugar, por imagem. Se as imagens são antípodas, a opção por uma será a rejeição da outra: Fla x Flu. Quanto mais Dilma quiser parecer e adotar um perfil udenista e Lula mantiver seu perfil 'ciceriano', mais acentuadas as diferenças.
4. E quando os problemas se aprofundarem, virão os suspiros populares: Com Lula isso não teria acontecido. Ela é muito diferente de Lula. Aliás, pesquisas qualitativas pontuais têm ouvido isso no caso do Ministério dos Transportes: Se fosse com Lula isso não teria ocorrido. Ou seja, a "herança perversa" só serve para o disfrute dos analistas. O eleitor vive o presente por atalhos de informação, e pela confiança - pessoal - que a imagem do político inspira.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
Um comentário:
Com Lula, os piores atos de corrupção foram iniciados e graças à oposição, alguns são descobertos e depois de uma luta enoooorme, conseguem, às vêzes, afastar alguns corruptos. Tá claríssimo que o chefão do bando é aquêle que dizem ser a personalidade mais popular do Brasil. Grandes coisas, ser popular pelos grandes desfeitos! Até Fernandinho Beiramar já foi muito popular, Ronald Biggs, idem, e principalmente Bin Laden!
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