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domingo, 30 de maio de 2010

Morre ator baiano Wilson Melo

Morreu na manhã de sábado, 29, o ator baiano Wilson Melo (Foto: Reprodução). Aos 77 anos, ele era hipertenso e vinha sofrendo com uma trombose.
Premiado, ele trabalhou em dezenas de espetáculos teatrais e em torno de 20 filmes, entre eles "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Bruno Barreto, 1975; "Diamante Bruto", de Orlando Senna, 1977; "Antônio Conselheiro e a Guerra dos Pelados", de Guga de Oliveira, 1977; "J. S. Brown, o Último Herói", de José Frazão, 1980; Jubiabá", de Nelson Pereira dos Santos, 1987; "Tieta do Agreste", de Carlos Diegues, 1996; "Cascalho", de Tuna Espinheira, 2004; "Cidade Baixa", de Sérgio Machado, 2005; "Eu Me Lembro", de Edgar Navarro, 2005; "Jardim das Folhas Sagradas", de Pola Ribeiro, 2009.
Seu último espetáculo teatral foi "O Terceiro Sinal", dirigido por Deolindo Checcucci, em 2008.
O ator tem entre seus trabalhos mais marcantes duas montagens da peça "Quincas Berro d‘Água". A primeira encenada em 1972, em adaptação de João Augusto e a segunda em 1996, com direção de Paulo Dourado, que inaugurou a Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador.
Atuou nas peças "Ciranda" (1984), "A Caverna" (1985), "A Vida de Eduardo II" (1986), "Tango" (1987), "A Conspiração dos Alfaiates" (1992), "Quincas Berro d'Água" (1995), “Velhos Marinheiros” (1998), “Lábios Que Beijei” (1999), "Família Drama Show" (2006).
TUNA ESPINHEIRA SE DESPEDE DO AMIGO
Wilson Mello, ator e personagem
A notícia do passamento de um ícone da dramaturgia baiana, Wilson Mello, com certeza, muito mais que entristecer os amigos e admiradores, que foram e são muitos, vai desfalcar a Bahia de um dos seus personagens mais significativos. Ele próprio. De tanto representar e dar vida a inumeráveis personagens da ficção teatral, em mais de uma centena de peças que encenou para o palco, na chamada vida real, na contramão do tempo e o vento, resistiu em manter um jeito de ser, comum em décadas atrás, entre boa parte dos viventes que se esmeravam em praticar a cordialidade na Terra Mãe de então.
Wilson, o personagem indômito, jamais se perguntou: “Mudou o Natal ou foi eu quem mudou”? As metamorfoses acometidas no lombo da Roma Negra, através de acontecimentos absurdos, tais como os incêndios perpetrados contra a Feira de Água de Meninos; no antigo Mercado Modelo; na livraria Civilização Brasileira e na Confeitaria Triunfo; para citar apenas estes três locais emblemáticos como pontos de encontro.
Outros acontecimentos da série Triste Bahia foram se sucedendo, e era uma vez... o gato comeu mágicas festas de largo; o Carnaval de rua; e outras e outras manifestações populares que definiam a gostosura do viver e vadiar. Genuinamente baiano.
O nosso personagem, passageiro do tempo, foi testemunha de todas estas agônicas transformações. Eram fatos consumados, só restava mesmo por a bola pra frente.
Como um legítimo baiano de outras eras, mesmo sem usar ou ter usado o figurino do colarinho duro do venerável major Cosme de Farias, para ele não havia nenhuma diferença angustiante, uma vez que trazia as duas províncias, a velha e a nova, na algibeira.
Por estas e outras razões, sempre esteve de bem com sua terra, da qual, em tempo algum, cogitou em se apartar, assim como sempre driblou o canto das sereias, no chamamento hipnótico para luzes do Sul Maravilha.
Amigueiro, bom de papo, nunca fez diferenças etárias, novos e velhos, todos eram iguais na hora de conversar a sério ou jogar conversa fora. Sua credencial constante era o bom humor.
Ter sido amigo de Wilson Mello foi muito gratificante, uma amizade apadrinhada pelo cinema , No filme ele incorpora, com abençoado brilho, o personagem, Dr. Marcolino, que pisou o solo sagrado da ficção, no mesmo chão que conserva os rastros dos outros personagens do livro "Cascalho", de Herberto. Sales, um clássico da literatura brasileira.
Não se faz mais Wilson Mello como antigamente...
Saudades,
Tuna Espinheira

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